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Número de mortes em "ataque químico" passa de 70

Já a Rússia diz que aviação síria bombardeou arsenal de armas tóxicas de rebeldes. Entre as 72 vítimas - 20 eram crianças

Por G1 05/04/2017 09h02
Número de mortes em 'ataque químico' passa de 70
Reprodução - Foto: Assessoria

suposto ataque químico que matou pelo menos 72 civis em uma cidade rebelde do norte da Síria demonstra os "crimes de guerra" continuam sendo cometidos no país, afirmou nesta quarta-feira (5) o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres.

O balanço divulgado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) nesta quarta-feira (5) indica que ao menos 72 pessoas morreram, incluindo 20 crianças. De acordo com a ONG, após ataque aconteceu no reduto rebelde da cidade de Khan Sheikhun, na província de Idlib, um "gás tóxico", que a instituição não sabe identificar, foi liberado. Civis morreram por e dezenas apresentaram problemas respiratórios, vômitos e desmaios.

"Os horríveis acontecimentos de terça-feira demonstram, infelizmente, que os crimes de guerra continuam na Síria e que o direito internacional humanitário é violado frequentemente", disse Guterres ao chegar a Bruxelas, onde acontece uma conferência sobre o conflito sírio.

Guterres afirmou que a ONU deseja estabelecer responsabilidades por estes crimes e expressou confiança de que o Conselho de Segurança estará " à altura de suas responsabilidades".

Ação do regime?

Para a oposição ao presidente sírio, Bashar al-Assad, e para a União Europeia o regime sírio é responsável pelo bombardeio. O governo da Síria nega.

A Rússia nega ter atacado a região, mas afirma que a aviação de Damasco bombardeou um "depósito terrorista" onde eram armazenadas "substâncias tóxicas" destinadas a combatentes no Iraque. Os russos têm poder de veto no Conselho de Segurança e apoiam o presidente sírio Bashar al-Assad contra os rebeldes.

Alguns minutos antes, o ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson, afirmou que "todas as provas" apontam para o regime de Bashar al-Assad como responsável pelo suposto ataque.

"Todas as provas que vi sugerem que foi o regime de Al-Assad... usando armas ilegais contra seu próprio povo", disse Johnson em Bruxelas.

"É a confirmação de que se trata de um regime bárbaro que torna impossível aos nossos olhos que imaginar que possa ter a menor autoridade na Síria após o fim do conflito", completou o ministro britânico.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, pediu um grande esforço a favor das negociações de paz sobre a Síria em Genebra, que tem a mediação da ONU. Temos que unir a comunidade internacional nas negociações", declarou Mogherini.

Estados Unidos, França e Reino Unido apresentaram na terça-feira um projeto de resolução ao Conselho de Segurança que condena o ataque químico na Síria e exige uma investigação completa e rápida.