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Estados Unidos e Iraque acreditam que líder do EI fugiu de Mossul

Paradeiro do "califa" do Estado Islâmico, que se declarou o governante de todos os muçulmanos, é desconhecido

Por Reuters / G1 08/03/2017 09h56
Estados Unidos e Iraque acreditam que líder do EI fugiu de Mossul
Reprodução - Foto: Assessoria

As Autoridades dos EUA e do Iraque acreditam que o líder do Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al-Baghdadi, fugiu de Mossul, após as tropas iraquianas conquistarem a maior parte da cidade, último reduto do EI no Iraque, e agora está se escondendo no deserto.

O paradeiro do "califa" do Estado Islâmico, que se declarou o governante de todos os muçulmanos na Grande Mesquita de Mossul, no dia 29 de junho de 2014, depois que os extremistas conseguiram o controle de Mossul e outras cidades do norte do Iraque, é desconhecido.

Fontes de inteligência dos EUA e do Iraque dizem que a ausência de comunicação oficial do líder do grupo terrorista e a perda de território em Mossul sugerem que ele abandonou a cidade, de longe o maior centro populacional que seu grupo já controlou.

Batalha

Na terça-feira (7), na batalha para expulsar o Estado Islâmico do oeste da cidade de Mossul, as forças iraquianas recapturaram o principal edifício do governo, a sede local do Banco Central, e o museu onde os militantes destruíram estátuas e artefatos três anos atrás.

Os prédios do governo haviam sido destruídos e não estavam sendo usados pelo Estado Islâmico, mas ainda assim sua captura representou uma vitória simbólica na batalha contra o último grande bastião dos militantes radicais no Iraque.

A unidade de elite Reação Rápida avançou sobre o prédio do governo e o complexo governamental de Nínive em uma operação ocorrida de segunda para terça-feira, disse o porta-voz da unidade, tenente-coronel Abdel Amir al-Mohammadawi.

A equipe também tomou um edifício que abrigava o principal tribunal do Estado Islâmico, conhecido por penas severas como apedrejamentos, atirar pessoas do teto de prédios e cortar suas mãos, um reflexo da ideologia extrema do grupo.

"Eles mataram dezenas do Daesh", disse Mohammadawi, referindo-se a um dos acrônimos árabes do Estado Islâmico. A operação durou mais de uma hora.

Os militantes saquearam o Banco Central quando dominaram a cidade em 2014 e filmaram a si mesmos destruindo estátuas e artefatos.

O tráfico ilegal de antiguidades que abunda no território sob seu controle, dos sítios arqueológicos de Palmira, na Síria, a Nínive, no Iraque, era uma das maiores fontes de renda do Estado Islâmico.

O avanço abre caminho para as forças iraquianas auxiliadas pelos Estados Unidos atacarem os extremistas na cidade velha de Mossul, a fase mais complicada da campanha de quase cinco meses devido à densidade da população e às vielas estreias, além do fato de os militantes estarem entrincheirados entre os civis.