Interior

Mineradora não explorará ouro no Agreste de Alagoas

Multinacional recua e cancela investimento de R$ 10 milhões; mineração aurífera próximo à superfície foi confirmada

Por Davi Salsa / Sucursal Arapiraca 18/11/2025 08h19
Mineradora não explorará ouro no Agreste de Alagoas
Projeto Ferreira Velho, para extração de jazida de ouro, fica entre Arapiraca e Coité do Nóia - Foto: Pacif Bay Minerals / divulgação

A empresa multinacional canadense Pacific Bay Minerals cancelou a oferta de investimentos no valor de US$ 2 milhões de dólares, o equivalente a mais de R$ 10 milhões de reais, na aquisição do Projeto Pereira Velho para a exploração e extração de jazida de ouro entre os municípios de Arapiraca e Coité do Nóia, no Agreste de Alagoas.

O motivo oficial não foi revelado pela empresa, que em julho deste ano havia formalizado a assinatura de uma extensão da Carta de Intenções não vinculativa previamente anunciada com a Appian Capital Advisory LLP para adquirir 100% de participação no projeto.

A aquisição incluía 11 concessões minerais, totalizando 14.596 hectares, de acordo com a apresentação do relatório técnico 43-101 relacionado ao Projeto Pereira Velho, que está situado no Agreste de Alagoas, uma jurisdição emergente de ouro e metais básicos, com minérios e concentrados de cobre que são a segunda maior exportação do estado.

O projeto está posicionado a 25 quilômetros da mina de cobre Serrote da Laje, em Craíbas, e que em março deste ano foi adquirida pelo grupo chinês Baiyin Nonferrous por US$ 420 milhões, ou seja, mais de R$ 2,3 bilhões de reais.

Acesso

O empreendimento da mina já conta com acesso rodoviário pavimentado, rede elétrica nas imediações e a proximidade com Arapiraca, a segunda maior cidade de Alagoas com população estimada em mais de 240 mil habitantes.

No documento assinado em julho, o Projeto Pereira Velho teria a infraestrutura existente na mineradora Vale Verde, em Craíbas, estendida para os municípios de Arapiraca e Coité do Nóia.

O estudo técnico revelou uma área com 14.596 hectares que abriga uma anomalia de ouro no solo de mais de 2,5 quilômetros. Foram registrados 6.363 metros de perfuração com diamante em 47 furos entre 2018 e 2022. Os resultados históricos confirmaram mineralização aurífera disseminada e próxima à superfície, hospedada em unidades fraturadas de quartzito e gnaisse.

O trabalho fundamentou uma estimativa histórica de recursos protocolada na Agência Nacional de Mineração (ANM) em 2023. A estimativa inclui 23.700 onças (1.156.000 toneladas a 0,64 g/t Au) de ouro na categoria Medida, 44.200 onças de ouro (969.000 toneladas a 0,66 g/t Au) na categoria Indicada e 40.500 onças (2.098.000 toneladas a 0,6 g/t Au) na categoria inferida em material oxidado e destaca a presença de ouro livre, apoiando o potencial para desenvolvimento de baixo custo, a céu aberto, no estilo lixiviação em pilha.

Antes de cancelar a oferta, neste mês de novembro, a multinacional canadense planejava iniciar uma campanha de perfuração confirmatória e gradual, ainda este ano, com o objetivo de validar os resultados históricos e expandir o pacote mineralizado e estabelecer as bases para uma avaliação econômica preliminar para avaliar potenciais cenários de desenvolvimento do projeto.