Interior
Pesquisa da Uneal mapeia a atividade sísmica em Arapiraca
Estudo abrange ocorrências entre anos de 2020 e 2023 e revela localidades mais afetadas pelos tremores na região
Estudantes pesquisadores do curso de Geografia da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) realizaram um novo mapeamento, ampliado e detalhado, sobre a atividade sísmica em Arapiraca.
A nova pesquisa traz à tona dados importantes sobre os tremores de terra registrados entre os anos de 2020 e 2023.
O mapeamento faz parte da pesquisa conduzida pelos pesquisadores Willian Almeida, Marcos Araújo e Sandro Maciel. Os estudantes-pesquisadores identificaram os epicentros dos abalos sísmicos e apontam os bairros e localidades mais afetados.
O estudo, inédito na região, foi desenvolvido após análise dos dados disponibilizados pelo Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LABISIS/UFRN) e tem o objetivo de compreender o comportamento das ocorrências sísmicas e auxiliar no planejamento urbano e na prevenção de possíveis danos estruturais.
Segundo os dados levantados, foram mapeados 58 tremores de baixa magnitude entre os anos de 2020 e 2023. Os tremores ocorreram com maior frequência nas regiões centro e norte de Arapiraca, com maior concentração de registros na zona rural próximo ao município de Craíbas, mas com vários registros em área urbana, como destaca o mapa feito pelo grupo.
Além de identificar as áreas mais impactadas, o mapeamento evidencia um padrão nos eventos sísmicos. Os pesquisadores destacaram que a sismicidade em Arapiraca pode estar relacionada a atividades humanas, como a extração de recursos naturais, reforçando a importância de monitoramentos mais frequentes.
“Este mapeamento nos ajuda a visualizar os locais mais sensíveis e a entender como os tremores estão distribuídos. É uma ferramenta essencial para a gestão de riscos”, explica Willian Almeida Melo, estudante da Uneal e um dos autores do estudo.
A equipe também sugere que os resultados podem servir como base para ações do poder público, como a criação de planos de emergência e campanhas de conscientização sobre como agir em caso de tremores. “Esperamos que a pesquisa contribua para a comunidade científica”, afirma.
Pesquisadores apresentaram o estudo em simpósio brasileiro
Em outubro passado, os pesquisadores participaram do Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, apresentando a pesquisa intitulada “Sismicidade no Agreste Alagoano, um Estudo de Caso Sobre os Tremores de Terra em Arapiraca-AL”, que aborda as causas e impactos desses fenômenos na região, gerando discussões relevantes sobre a interação entre fatores geológicos, atividades humanas e o ambiente urbano.
Além disso, no final de agosto deste ano, a pesquisa foi apresentada para a turma do Curso de Formação de Oficiais (CFO) do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBM/AL).
A pesquisa trouxe à tona uma análise detalhada dos fenômenos sísmicos que têm ocorrido na região, com foco nos impactos sociais, econômicos e estruturais. Durante a apresentação, foram discutidos aspectos como as possíveis causas dos tremores, métodos de monitoramento sísmico, e medidas preventivas para minimizar riscos à população e à infraestrutura local.
O encontro teve como objetivo ampliar a compreensão dos futuros oficiais sobre a temática e reforçar a importância de um preparo técnico-científico para atuar em situações emergenciais relacionadas à sismicidade. O diálogo promovido entre a academia e os profissionais do Corpo de Bombeiros evidenciou a relevância de unir ciência e prática para fortalecer ações de prevenção e resposta frente a desastres naturais.
“Essa iniciativa reflete o compromisso com a disseminação do conhecimento científico e a formação de profissionais capacitados para lidar com desafios reais em nossa sociedade”, disse.
Os pesquisadores ainda estão ampliando o estudo para outras cidades do Agreste, e o próximo foco é o mapeamento em Craíbas.
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