Interior

FPI do Rio São Francisco inspeciona Centros de Saúde em Alagoas

Apesar de boas práticas, irregularidades são encontradas em centros de saúde de quatro municípios do Agreste

Por Ascom FPI do São Francisco 27/11/2024 16h46 - Atualizado em 27/11/2024 18h23
FPI do Rio São Francisco inspeciona Centros de Saúde em Alagoas
Centros de Saúde foram alvos de inspeção da FPI - Foto: Ascom FPI do São Francisco

Entre os dias 22 e 26 de novembro, a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco realizou visitas a mais quatro unidades de saúde nos municípios de Junqueiro, Campo Grande, Olho d’Água Grande e São Brás, no Agreste de Alagoas. As inspeções revelaram que algumas unidades avançaram em boas práticas que podem servir de exemplo, mas outras enfrentam desafios graves que comprometem a segurança de pacientes, profissionais e até de trabalhadores da limpeza urbana.

Para Wenderson Viana, capitão da Polícia Militar de Alagoas e coordenador da equipe de Centros de Saúde da FPI, o foco das visitas vai além da simples fiscalização. “Nosso trabalho não é só apontar falhas. Queremos ajudar as unidades a se adequarem, garantindo ambientes mais seguros e dignos para todos que utilizam e trabalham nesses espaços. A saúde das pessoas e o cuidado com o meio ambiente devem caminhar juntos”, reforçou.

Achados

Das unidades vistoriadas, um hospital de Junqueiro foi o único com licenciamento ambiental, um ponto positivo que infelizmente foi comprometido pela segregação inadequada dos resíduos hospitalares, com a mistura de materiais contaminados com resíduos comuns.

Em contrapartida, tanto a unidade de saúde de Campo Grande quanto a de Olho d’Água Grande se destacaram pela estrutura bem conservada e organizada, com equipamentos novos, sinalização adequada e salas de vacinação e farmácia em excelente estado. A unidade de Campo Grande recebeu elogios pelo Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS).

(Foto: Ascom FPI do São Francisco)

Por outro lado, os hospitais de Junqueiro e de São Brás chamaram atenção pelos equipamentos enferrujados, falta de manutenção, fios expostos e até materiais vencidos, como seringas e testes de Covid-19, que precisaram ser inutilizados.

Durante as vistorias, alguns problemas foram identificados em todas as unidades inspecionadas:

● Nenhuma unidade possuía o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) para os aparelhos de ar-condicionado.

● Faltavam Projetos contra Incêndio e Pânico, e algumas unidades tinham extintores de incêndio vencidos, sendo que, em casos extremos, a validade expirava desde 2012.

● A ausência do Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) e falhas graves no descarte de resíduos hospitalares também foram preocupantes.

Autuação

As unidades receberam um prazo de 30 dias para corrigir as inconformidades administrativas apontadas pelas técnicas da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), além de precisarem adotar providências para ajustar as instalações elétricas, atualizar os equipamentos de combate a incêndio e implementar sistemas adequados de gestão de resíduos, entre outros.

Segundo Wenderson Viana, as penalidades aplicadas pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) e Batalhão de Polícia Ambiental (BPA/PM/AL), como multas e Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO), devem ser vistas como mecanismos que visam o aperfeiçoamento dos serviços prestados à população.

“Nosso desejo é que essas unidades de saúde se tornem referência, lugares onde profissionais e pacientes se sintam protegidos e bem atendidos. Vamos continuar acompanhando e cobrando essas mudanças, porque entendemos que o cuidado com a saúde deve ser prioridade, assim como a preservação ambiental”, afirmou o capitão.

A ação foi conduzida pela equipe Centros de Saúde, composta por representantes do IMA/AL, BPA/PM/AL, Sesau, Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 3ª Região (CRT-3), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea/AL) e Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh).

O trabalho da FPI busca a sustentabilidade ambiental de forma integrada, percebendo a saúde pública como elemento propulsor para a qualidade de vida da população na bacia do Rio São Francisco.