Interior

Justiça exige estudos de impacto ambiental das atividades da Vale Verde

Mineradora tem prazo de 15 dias para contratar universidade para avaliar possíveis danos ao meio ambiente

Por Davi Salsa / Sucursal Arapiraca 04/04/2024 07h50 - Atualizado em 04/04/2024 13h33
Justiça exige estudos de impacto ambiental das atividades da Vale Verde
Mineradora é alvo de denúncias de moradores que a responsabilizam por tremores de terra na região - Foto: Edilson Omena

A juíza federal Camila Monteiro Pullin, titular da 8ª Vara de Alagoas, publicou um despacho, esta semana, dando um prazo de 15 dias para que a Mineradora Vale Verde (MVV) contrate os serviços da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por meio do Laboratório Sismológico (LabSis/UFRN), para emissão de laudo acerca dos impactos ambientais de suas atividades entre os municípios de Craíbas e Arapiraca.

No documento, a magistrada federal citou a audiência realizada em outubro do ano passado, com a determinação de que as partes envolvidas apresentassem para a Justiça Federal um Plano de Trabalho até o dia 30 de outubro de 2023 em três frentes designadas.

A primeira delas seria a estruturação das Defesas Civis do Estado de Alagoas e dos municípios de Arapiraca e Craíbas, com o acompanhamento da União, Estado de Alagoas, municípios de Arapiraca e Craíbas, e das Defesas Civis Nacional, Estadual e Municipais) e Mineradora Vale Verde, no trabalho conjunto sob a coordenação da Defesa Civil do Estado de Alagoas.

A segunda etapa do Plano de Trabalho refere-se a estudos técnicos com a participação da Companhia de Pesquisa Mineral (CPRM), Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto do Meio Ambiente (IMA/AL), Mineradora Vale Verde, União, Estado de Alagoas e Municípios de Craíbas e Arapiraca, com o laudo a ser realizado pelo Laboratório Sismológico da UFRN.

O estudo terá o custeio da Mineradora Vale Verde e mapeamento da área de risco do município de Craíbas pela CPRM, sem prejuízo de outros estudos que venham a ser necessários. Esse trabalho deve ter a coordenação do IMA/AL.

Por último, no Plano de Trabalho, está o georreferenciamento da área e identificação dos imóveis e população afetada pelos abalos e explosões das minas. De acordo com o que ficou acertado na audiência, o trabalho deve ter como participantes o IMA/AL, Município de Craíbas, Defesas Civis Estadual e Municipais com a coordenação do IMA/AL.

Ainda no documento, a Justiça Federal em Alagoas cita que o Estado de Alagoas, por meio do Instituto do Meio Ambiente, apresentou o plano unificado dos trabalhos para o primeiro eixo de atividades, com juntada de certidão acerca da diligência de vistoria à Mina Serrote e residências da área supostamente afetada pela atividade de mineração no povoado Lagoa do Mel.

Por outro lado, a CPRM apresentou o estudo técnico que lhe competia e o documento foi juntado ao processo, enquanto a MVV apresentou rol de itens com os quais concordava para o aparelhamento das Defesas Civis.

Já o Município de Craíbas juntou mapeamento social, incluindo a coleta de dados dos moradores e suas respectivas residências no entorno da Mina Serrote, explorada pela MVV.
Para a juíza federal Camila Monteiro Pullin, dentre as diligências propostas na audiência, restou pendente o laudo a ser realizado pelo laboratório sismológico da UFRN.


Dessa forma, a magistrada acionou o IMA/AL para que dê prosseguimento às diligências necessárias para a realização do estudo e autorizada a comunicação direta entre as partes através dos contatos disponibilizados para otimizar as tratativas para o pagamento dos honorários à universidade e a concretização do estudo no prazo de 15 dias.