Interior
Espaço cultural resiste e mantém tradição cigana em Arapiraca
Jovens participam de atividades de percussão, dança, pintura e culinária cigana
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No mundo atual, ainda existe muita discriminação com os povos ciganos. Eles são considerados aventureiros e que pedem dinheiro depois de lerem as mãos das pessoas.
Na cidade de Arapiraca, um espaço cultural quer desmistificar esses conceitos, manter a tradição cigana e a integração com a comunidade.
Localizado no Conjunto Nossa Senhora Aparecida, o Espaço Cultural Sara Kali funciona desde o ano de 2016, tendo como sua fundadora Roselane Sousa, a Lanny Delacy.
Natural de Arapiraca, a cigana conta que traz em si todas as encruzilhadas de uma mulher agrestina. Neta de Dona Cremilda, mulher forte e guerreira, Lanny Delacy revela que aprendeu desde cedo com a avó que a vida é bonita e pode ser muito bem vivida em seus desafios e possibilidades.
"Sou como o bambu, que enverga mas não quebra", afirma essa mulher obstinada pelo que acredita, de origem cigana, e que busca nas raízes da tradição fortalecer sua fé e construir um trabalho que integra jovens e comunidade através do Espaço Cultural Sara Kali.
Delacy é um nome religioso que Roselane escolheu e que, segundo ela, tem muito orgulha, por ter um lado materno e cuidadoso que vai além de seu núcleo familiar.
Ancestralidade e aprendizado
No espaço são promovidas atividades de percussão, dança, pintura e culinária cigana para que as crianças e jovens da comunidade possam ter alternativas de lazer e aprendizado.
Por ter em si uma ancestralidade forte e presente, além de sua devoção religiosa por entidades como Santa Sara Kali, Nossa Senhora Aparecida e Iemanjá, ela não esconde a apreensão sobre os perigos que a “rua” pode oferecer aos adolescentes e busca, na sabedoria cultural, construir da melhor maneira possível um trabalho que fortaleça e enobreça sua comunidade, lugar ainda muito discriminado social e economicamente dentro de sua cidade.
O Espaço Sara Kali surge, então, de uma vontade e iniciativa pessoal de Lanny Delacy e sua relação com a cultura cigana.
O nome é uma homenagem que a diretora faz à sua santa de fé e protetora dos povos ciganos no mundo.
A história de Sara Kali, mulher negra e migrante fugitiva, ilustra bem como a liderança e fé de mulheres fortes podem mudar vidas para o bem.
"Considero este esforço relevante, porque ainda há muita discriminação com os povos ciganos no mundo e, em nossa cidade, por haver, historicamente, uma relação desse grupo com violência e nomadismo.
Em Arapiraca, ainda não há dados oficiais nos indicadores demográficos do município que atestem a presença politica da comunidade cigana, apesar de haver, extraoficialmente, alguns acampamentos, tanto nos limites da cidade, quanto em municípios circunvizinhos, a exemplo de Craíbas.
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