Economia

Empresários da Região Norte já acumulam milhões em prejuízos

Prorrogação de fechamento de estabelecimentos comerciais preocupa

Por Claudio Bulgarelli com Tribuna Independente 16/04/2020 08h32
Empresários da Região Norte já acumulam milhões em prejuízos
Reprodução - Foto: Assessoria
A pandemia do novo coronavírus tem deixado centenas de comerciantes e pequenos empresários da Região Norte, que fazem parte daquele grupo que mais mantém trabalhadores com carteira assinada, além de autônomos, que fazem parte de um segundo grupo que sobrevivem do dia a dia de suas vendas, estão cada vez mais preocupados com a quarentena, que já dura desde o dia 20 de março, e a possibilidade ser prorrogada além do dia 20 de abril, como estabelece o decreto do Governo do Estado. Com prejuízos incalculáveis até o momento, eles estão preocupados com pagamentos de funcionários e fornecedores. Isso porque em Alagoas, o governador Renan Filho decretou no dia 20 de março um período inicial de quarentena, depois prorrogado até 20 de abril, com vários segmentos do comércio ainda fechados e muitos funcionando apenas no sistema pegue e leve, conhecido na Região Norte como “meia porta aberta”, que até o momento não tem resolvido os problemas enfrentados pelos micro empreendedores. Em São Luís do Quitunde, nos primeiros dias de quarentena, todos os comerciantes fecharam as portas. Depois aos poucos uns foram abrindo no sistema de delivery e mais recentemente com a meia porta aberta, sobretudo aqueles do segmento de material de construção. “Nos primeiros dias tudo fechado. Depois alguns comerciantes abriram, mas durante a semana foi uma confusão porque uns fecharam, outros ficaram com as portas meio abertas. Porém, não sei como vai ser a partir do dia 20, quando termina esse período” comenta a comerciante Ivanilda Nascimento, que possui uma pequena loja no centro da cidade. Em Porto Calvo, um dos municípios com maior concentração de comércio popular da região, a Associação Comercial, Industrial e de Serviços, única entidade do setor, admite que o isolamento social está colocando em risco o emprego de centenas de trabalhadores do comércio e o prejuízo pode ser de milhões de reais se tiver um prolongamento do decreto. Nos últimos anos a cidade recebeu muitas empresas de outros municípios, principalmente as do setor varejista de roupas, oriundas de polos fabris de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, que acabaram empregando pessoas locais e que agora correm o risco de perder seus empregos. A empresária Jeanne Moura, do Salão Jeanne Clinic Hair, no centro de Porto Calvo, está sofrendo com o fechamento, já que seu negócio depende do funcionamento do comércio, de onde vem a maioria de sua clientela. “Com as lojas da cidade tiveram uma queda muito grande nas vendas, muitos estão investindo em delivery. Só quem não sofreu muito foram os supermercados e farmácias. No meu salão, adotei algumas estratégias, mesmo assim o faturamento caiu 60%”, lamenta.