Interior

Iteral intermediará demandas de acampamento junto à Justiça

Famílias camponesas querem uma definição da Justiça sobre a permanência em propriedade rural de Murici

Por Texto: Helciane Angélica Santos Pereira com Ascom Iteral 16/07/2019 15h24
Iteral intermediará demandas de acampamento junto à Justiça
Reprodução - Foto: Assessoria
Agricultores familiares vinculados ao Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) estiveram na segunda-feira, 15, na sede do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) para discutir a situação do acampamento São Semeão, situado no município de Murici. As famílias pedem para continuar produzindo nas terras. O Iteral se comprometeu a fazer um cadastro das famílias acampadas e mediar as articulações com o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ), a Vara Agrária e o Gerenciamento de Crises da Polícia Militar para evitar a reintegração de posse. O diretor-presidente do Iteral, Jaime Silva, e a coordenadora jurídica do órgão, Daniele Menezes, receberam a comitiva, que solicitou o apoio para garantir a permanência das 80 famílias na propriedade rural também conhecida como Fazenda Sede. Eles afirmam que moram há 17 anos no local, onde trabalham na horta, casa de farinha, açude e criação de animais. A agricultora Marleide da Silva, 52, já morava na fazenda e depois entrou para o movimento com o sonho de ter seu lote. “Eu moro no acampamento desde o início, criei os meus três filhos e agora estão comigo dois netos. Eu planto banana, feijão, batata doce, amendoim, macaxeira, crio peixe e outros animais. A gente já tá cansado, não aguenta esperar tanto tempo para resolver, e tô vendo a hora de vir o despejo e perder tudo”, declarou. “A gente veio aqui para conversar e pedir para não mexerem com a gente, e deixar a gente continuar a produzir na área”, afirmou o agricultor Cícero Vicente da Silva. “Nós queremos resolver essa situação, confiamos no Iteral e somos parceiros”, finalizou o líder Cristiano. O diretor-presidente do Iteral garantiu o apoio na intermediação do caso. “Nós vamos trabalhar e permanecer unidos para resolver a situação. Eu quero que cada um viva com dignidade, produzindo e mantendo a sua família”.