Interior

Roteiro turístico pela Zona da Mata leva visitante a passeio gastronômico e cultural

Sedetur investe na divulgação de municípios do interior de Alagoas para atrair mais turistas

01/09/2017 10h35
Roteiro turístico pela Zona da Mata leva visitante a passeio gastronômico e cultural
Reprodução - Foto: Assessoria

Sol e mar azul são as principais características que atraem os turistas do mundo inteiro para Alagoas, mas, o estado tem muito mais cultura, gastronomia, paisagens a oferecer aos visitantes que aterrissam na terra dos marechais.

Durante um press trip oferecido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), um grupo de jornalistas pôde conhecer outros potenciais turísticos do estado na região da Zona da Mata do Estado e desfrutou de um dia cheio de degustações, arte e paisagens incríveis.

A primeira parada foi na cidade de Capela, terra de João das Alagoas, artesão que tem sua obra conhecida até fora do país. “Eu estou há 35 anos vivendo de arte. Eu aprendi a mexer com o barro olhando uma senhora que fazia panelas. O mais difícil é saber o ponto da queima do barro, descobrir a temperatura ideal. É um eterno aprendizado”, disse o artesão, que tem como nome verdadeiro João Carlos da Silva, de 58 anos.

As peças do João das Alagoas vão de R$ 100 e podem chegar a R$ 13 mil.

“Minha temática é regional. Gosto de retratar o folclore e a religiosidade do Nordeste. Cada peça pode levar em média uma semana para ficar pronta”, explicou o artesão.

De acordo com a assessora especial da Superintendência de Turismo da Sedetur, Sandra Villanova, o governo do estado deverá investir R$ 200 mil na reforma do ateliê do João das Alagoas, o que deverá atrair cada vez mais turistas para o local.

“Vamos melhorar o espaço, a exposição das peças e o forno também, tudo para atrair mais turistas para a região. Aqui na cidade de Capela o governo também vai investir R$ 1 milhão na reconstrução do ‘Farinheiro’, que desabou por conta de fortes chuvas. O local era um centro multicultural da cidade, onde as pessoas comercializavam produtos e também realizavam eventos”, explicou a assessora.

Ainda na cidade de Capela, o grupo seguiu até a Associação das Bordadeiras e Costureiras de Capela, que existe há sete anos. “Nós usamos o ponto cheio para bordar. Eu aprendi com a professora Perolina, que fundou a Escola Municipal de Artes em 1963. Ela é nossa inspiração”, disse a artesão Luciana de Almeida.

Logo ali perto da associação, está o famoso Caldinho de Capela, do senhor Newton Melo Bastos. Para degustar essa maravilha gastronômica da Zona da Mata de Alagoas, é preciso estar no local entre às 9h e meio-dia, porque o proprietário não passa desse horário de jeito nenhum.

“Meu caldinho funciona há 42 anos e eu resolvi abrir nesse horário para que as pessoas que passam pela cidade, parem para tomar um caldinho. Porque muitos passavam e pensavam ‘na volta eu tomo’, mas acabavam não voltando. Então, agora as pessoas sabem que têm que primeiro parar por aqui, para depois seguir viagem. Foi a minha maior jogada de marketing”, contou a simpático senhor Newton.

Um pouco mais à frente, na avenida principal do município, está o pastel do Gilberto dos Santos, de 40 anos. Ele foi finalista de um concurso nacional de pastéis e ficou entre os 12 melhores do país com seu pastel de carne moída molhadinha.

“Antes eu era funcionário de uma usina sucroalcooleira. Trabalhava como contador. Mas a indústria faliu e eu precisei me reinventar. Eu já comercializava pastéis e quando saí da usina, eu e minha esposa começamos a criar novos sabores. Foram seis meses experimentando, testando massas e receitas, até que chegamos ao ponto. A nossa grande receita é o amor pelo trabalho”, disse Gilberto dos Santos.

Mar Vermelho

Seguindo viagem pelas cidades da Zona da Mata, o press trip passou pelos municípios de Cajueiro e Viçosa, até chegar em Mar Vermelho, conhecida como a Suíça Alagoana pelo seu clima agradável e o frio típico do inverno.

“A região tem um potencial turístico muito grande. Tem tudo para ser um sucesso, com um clima agradável durante todo o ano. Por se tratar de Nordeste, a temperatura aqui surpreende”, disse um dos proprietários do Haras Vitória, onde está sendo construído um condomínio residencial no município de Mar Vermelho.

Caco explica que o projeto foi iniciado em 2013 e a proposta é trazer para Alagoas o seu primeiro condomínio de campo. “Temos uma área reservada para pousada e restaurante. São 96 lotes e 75% deles já foram comercializados. Teremos a primeira casa pronta em novembro desse ano”, comentou.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Helder Lima, reafirmou a intenção de acabar com o paradigma de que Alagoas é só praia e sol. Que só dá para visitar no Verão. “Vamos interiorizar o turismo. Mostrar nosso artesanato, nossa história, culinária e cultura. Temos um grande roteiro turístico e se você passar cinco dias no Vale do Paraíba, você vai ter o que fazer”, afirmou.

Helder Lima comentou da intenção da Sedetur de formatar um grande percurso turístico para a baixa temporada em Alagoas.

“Atualmente nós recebemos muitos eventos de negócios na baixa temporada, o que é bom, mas podemos mais. Alagoas tem um potencial grande para turismo de aventura, de natureza. Podemos proporcionar experiências inesquecíveis contando a História, mostrando a cultura e levando o turista para degustar nossos pratos. Temos cidades maravilhosas como Penedo, a história viva na Serra da Barriga. Temos muito o que explorar. Queremos proporcionar uma experiência completa para o turista para que em seguida ele volte e traga mais gente”, afirmou o secretário.

Fechando a press trip, o grupo seguiu para o Engenho Das Alagoas, onde se fabrica cachaça artesanal, mel de engenho e rapadura. O proprietário, Francisco Beltrão, disse que começou a investir no segmento há dez anos.

“Nossa produção é bem artesanal. Usamos o mínimo de maquinário possível e fabricamos quatro tipos de cachaça: a ouro, que é envelhecida em barril de carvalho europeu, a branca, que é aquela cachaça comum, a Gabriela, cravo e canela e a misturada, produzida com várias raízes. Nós produzimos cerca de trinta mil litros por ano”, explicou o proprietário.

No final de um dia cheio de arte, gastronomia e paisagens incríveis, volta-se para casa animado e com vontade de retornar levando pessoas queridas para conhecer mais de Alagoas.