Interior

Água da barragem Carangueja deve esgotar até o próximo final de semana

Município de Palmeira dos Índios já é atendido por meio de rodízio; Casal estuda medidas para que população não fique sem abastecimento

Por Tribuna Independente 06/12/2016 10h25
Água da barragem Carangueja deve esgotar até o próximo final de semana
Reprodução - Foto: Assessoria

A capacidade de abastecimento da barragem Carangueja, que atende ao município de Palmeira dos Índios, deve se esgotar até o próximo fim de semana. A situação crítica ocorre por causa da seca. Para evitar o colapso total do abastecimento, a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) informou que vem adotando o sistema de rodizio. Algumas áreas da cidade chegam a ficar sem água durante cinco.

Segundo a Companhia, a barragem atende 70% do município e os outros 30% é abastecido pela barragem Caçamba.

“Para um município que já é abastecido através de rodízio, a situação ficará complicada. Não teremos condições de abastecer o município. Teremos que fechar todas as zonas rurais. As mesmas devido a este problema de escassez terão que serem abastecidas por caminhões pipas através da Defesa Civil com a Coordenação Municipal de Defesa Civil (Comdec). Pedimos que todos os palmeirenses economizem água em suas casas, com o uso racional, pois com a situação a quantidade de dias que ficaremos sem água aumentará”, disse Tiago Diógenes, coordenador operacional da Casal Serrana.

Outra medida que será adotada em curto prazo pela Casal é o envio de  água do sistema do Bálsamo que abastece a cidade de Estrela de Alagoas para o povoado Canafístula, que pertence a Palmeira e também é abastecido pela Carangueja. A Companhia acredita que dessa maneira a água que chegar a Palmeira dos Índios por outras fontes não terá mais que ser transferida para o povoado.

Posteriormente deve ser realizada uma transposição da água do Bálsamo para a barragem da Carangueja para resolver o problema de abastecimento da cidade. A companhia disse que está mobilizada no intuito de conseguir recursos para a obra, que deve custar em média R$ 12 milhões.

Quando feita, a transposição deverá percorrer cerca de cinco quilômetros do Bálsamo até a Carangueja.

Antes da transposição, a companhia informou que vai viabilizar em médio prazo o desassoreamento da barragem Carangueja para aumentar a capacidade de reserva. Vai também complementar o abastecimento do município via Igaci, aproveitando parte da água enviada pelo Sistema Coletivo do Agreste, oriunda do Rio São Francisco.

Entre as ações emergências da Casal já em andamento está a mobilização do Comitê Estadual de Combate à Seca. A ação pretende garantir apoio para um total de 20 cidades que correm risco de colapso no abastecimento. O órgão também intensificará nos próximos dias as ações de combater ao furto de água nas adutoras da região. 

Além do Comitê Integrado de Combate à Seca, a Casal informou que já manteve contato com o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e com outras secretarias estaduais e municipais envolvidas com o problema.

PAULO JACINTO

Muitos moradores do município de Paulo Jacinto ficaram preocupados com o boato de que a barragem de Caçamba, responsável pelo abastecimento do município e de Quebrangulo, iria socorrer Palmeira do Índios. Segundo um morador, a cidade já sofre com o sistema de rodizio e se caso for feita uma transposição da barragem Caçamba para abastecer toda palmeira dos Índios, a situação vai se agravar.

Outro morador de Paulo Jacinto, o radialista Paulo Henrique disse que desde 2013 a situação ficou crítica na cidade por conta da estiagem. Segundo ele, a situação melhorou um pouco este ano quando o Governo do Estado fez uma transposição da Caçamba até a nascente do rio Cavaco que abastece atualmente a cidade e está sendo bombeando água a cada três dias.

“Mesmo com essa medida, os problemas não foram resolvidos porque a cidade cresceu e hoje tem cerca de quatro mil residências e a barragem continua do mesmo tamanho. Por isso, o rodizio continua. E se caso fizerem uma transposição da barragem Caçamba, nosso município será ainda mais afetado. Para que Paulo Jacinto não sofra com a falta de água, é necessário que os órgãos competentes façam um estudo de revitalização das nascentes dessas  barragens que abastecem os municípios e também revejam a estação de tratamento que ainda é dos anos 40”, comentou Paulo.

“Em Paulo Jacinto não tem reservatório para armazenar água. Aumentou o número de casas, conjuntos habitacionais e não houve aumento da barragem e nenhuma reforma. O sistema de tratamento é limitado”, disse Fleury Filho, outro morador da cidade.

Outra reivindicação dos moradores é a qualidade da água que chega as torneiras, que às vezes a água é preta ou avermelhada.

A Casal disse que a situação é diferente em Quebrangulo e Paulo Jacinto. Quebrangulo é abastecido, principalmente, pela barragem Caranguejinha e não depende da Carangueja.

De acordo com a Casal, Quebrangulo não será afetado.