Interior

FPI do São Francisco faz soltura de mais de 400 pássaros ao bioma da Caatinga

Várias espécies de aves foram soltas no seu habitat natural, no Sertão de Alagoas

Por Assessoria / MP-AL 23/11/2016 17h20
FPI do São Francisco faz soltura de mais de 400 pássaros ao bioma da Caatinga
Reprodução - Foto: Assessoria

Nas primeiras horas desta quarta-feira (23), os cantos de centenas de pássaros silvestres deram mais vida à natureza. As várias espécies de aves foram soltas no seu habitat natural, no Sertão de Alagoas, depois de terem sido resgatadas e tratadas pela equipe de Fauna da FPI do São Francisco da Tríplice Divisa (FPI).

A soltura aconteceu numa unidade de conservação às margens do São Francisco. "É lindo de se ver esses pássaros ganhando liberdade. E mais bonito ainda é poder ouvi-los cantar, é um canto de alegria", comemorou o promotor de Justiça Alberto Fonseca, coordenador do FPI, ao abrir a gaiola para fazer a soltura do primeiro animal.

A ação de libertação dos cerca de 400 pássaros envolveu todos os órgãos da equipe Fauna e durou cerca de duas horas. Eles foram devolvidos à natureza depois de passarem pelo processo de triagem, sendo submetidos a todos os procedimentos necessários à readaptação dos animais. 

"Nós temos a missão de olhar animal por animal, já que a maioria deles é mantida numa gaiola sem as devidas condições veterinária e de higiene, com fezes espalhadas e sem alimentação e água. Então, o trabalho é fazer a triagem, medicá-los e acompanhar a evolução de cada um deles, para que, na sequência, possam ser reintroduzidos à natureza", explicou Ana Cecília Lopes, coordenadora do grupo.

Funções na natureza e zoonoses 

Marcos Araújo, coordenador da equipe fauna, voltou a lembrar as funções dos pássaros no meio ambiente: "É preciso continuar insistindo neste processo de conscientização, já que estes animais produzem reflorestamento, fazem o controle de pragas em plantações e perpetuam suas espécies por meio da reprodução", ressaltou. 

Já o professor Isaac Albuquerque chamou atenção para as doenças que podem ser transmitidas por animais que não receberam os devidos cuidados veterinários. "Grande parte dos animais domiciliados não tem histórico de sanidade, ou seja, não se sabe se aquele pássaro pode ou não estar doente. Se estiver, ele colocará em risco a saúde de toda uma família. E uma das zoonoses mais comuns é aquela provocada pela bactéria salmonela. A salmonelose causa diarreia, dor de cabeça e mal estar. Normalmente, contamina o ser humano por meio das fezes e de outros resíduos do animal", alertou o médico veterinário. 

Importância das reservas

O também veterinário Epitácio Correia, por sua vez, reforçou a necessidade da criação de novas unidades de conservação, espaços adequados para a soltura dos animais. "Quando fazemos as abordagens para o resgate dos pássaros, explicamos o porquê de eles precisarem estar soltos na natureza, conversando também com donos de propriedades rurais. A intenção é que eles transformem seus imóveis em unidades de conservação, para que se aumente o número de áreas propícias à devolução desses animais ao seu habitat natural. Infelizmente, Alagoas tem um número muito reduzido desse tipo de bioma", detalhou.