Não foi exatamente uma surpresa. Apesar de ser campeão olímpico do C1 1000m, Isaquias Queiroz não era favorito para a disputa dos Jogos Pan-Americanos, que estão sendo disputados em Santiago, no Chile. Longe da melhor forma, está focado nos treinos para as Olimpíadas e teve praticamente um ano sabático em 2023, o baiano completou a prova em 3min54s05, atrás do cubano José Ramin Córdova, que fez 3min48s69.

- Fiz um mês de treino só, não fiz nenhum tiro de velocidade para ganhar ritmo. Estou totalmente fora de forma, a perna sente muito. A gente veio com o que tinha. Sabia que remar contra o cubano ia ser difícil. O que eu consegui treinar e o que eu fiz aqui estou bem feliz. É claro que eu queria o ouro, mas era o que tinha. Estou treinando para os Jogos Olímpicos, que esse é o objetivo - disse Isaquias.

Isaquias tem, no currículo, quatro medalhas olímpicas. Foi campeão do C1 1000m em Tóquio 2020, além de ter levado a prata no C1 1000m e C2 1000m, e o bronze no C1 200m nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Em Jogos Pan-Americanos, foi campeão em Toronto 2015 e Lima 2019 no C1 1000m.

O ano de Isaquias foi de altos e baixos. Ele conseguiu o grande objetivo da temporada, que era a vaga olímpica para Paris 2024. O passaporte veio após a sexta posição no Campeonato Mundial. Pela primeira vez na carreira, o brasileiro voltou de um Mundial sem medalha. A temporada foi atípica, Isaquias treinou por apenas três meses, para ficar mais tempo com a família.

- Acredito que esse seja a última vez que eu disputo os Jogos Pan-Americanos. Depois de Paris a gente vai recalcular a rota. Já faz dez anos que estou nessa prova dos 1000 metros - disse.

Na prova, o cubano atacou nos primeiros metros, conseguiu abrir uma ótima vantagem e a manteve até o fim. Isaquias ficou em segundo lugar do início ao fim, sem ameaçar o rival. Assim, não conseguiu o tricampeonato continental.