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Promotor revela que apostadores tentaram manipular escanteios, cartões e placares parciais de jogos dos estaduais em 2023

Fernando Cesconetto participou do Seleção SporTV desta quinta-feira

Por globoesporte 16/02/2023 16h23
Promotor revela que apostadores tentaram manipular escanteios, cartões e placares parciais de jogos dos estaduais em 2023
Manipulação de resultados: Promotor de justiça de Goiás fala sobre operação - Foto: Reprodução / SporTV

As mensagens obtidas pelo Ministério Público de Goiás durante a Operação Penalidade Máxima mostram que apostadores estenderam a tentativa de manipulação para outros momentos dos jogos dos estaduais de 2023.

Se nas três partidas investigadas na Série B de 2022 o foco era pagar para jogadores cometerem pênaltis no primeiro tempo, agora as mensagens mostram a busca por escanteios, cartões e placares parciais no primeiro e segundo tempos.

– Durante as buscas e apreensões de terça-feira, pudemos coletar indícios de que apostas não se limitaram àquelas partidas (da Série B). Outros jogos recentes do último final de semana pelos campeonatos estaduais (tinham) modus operandi muito similar com oferecimento de sinal e promessa de pagamento maior após o êxito das apostas. E não mais se limitando a encomendar o cometimento de pênaltis, mas também escanteios, cartões e placar parcial. Uma variedade de apostas. A investigação precisa amadurecer para que a gente avance – afirmou o promotor Fernando Cesconetto, do Ministério Público de Goiás.

O investigadores encontraram no telefone celular de um dos alvos da operação (um aliciador de jogadores) uma mensagem que indicava pagamentos feitos já em 2023 para atletas que atuam nos estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás.

Na mensagem encontrada no celular de um dos alvos da operação, três clubes são nominalmente citados: São Luiz-RS, Novo Hamburgo-RS e Villa Nova-MG. O MP, porém, não considera que clubes e dirigentes sejam suspeitos de integrarem o esquema.

Segundo o G1, o empresário Bruno Lopez de Moura foi preso em São Paulo por participar do esquema de manipulação. De acordo com o MP, ele era o responsável por fazer o contato com os jogadores e realizar os pagamentos.

O Ministério Público ainda não têm detalhes de quais jogadores e quais jogos poderiam ter sido corrompidos pelos apostadores. O foco inicial da operação é Romário, que deixou o Vila no ano passado e em 2023 já passou pelo Goiânia.

Entenda o caso

O Ministério Público de Goiás (MP/GO) investiga a manipulação de resultados em três jogos da 38ª rodada da Série B do ano passado (Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina).

Segundo o promotor Fernando Cesconetto, os jogadores envolvidos deveriam cometer pênaltis no primeiro tempo das partidas.

A investigação indica o envolvimento de quatro jogadores: Romário, ex-Vila Nova, Mateusinho, ex-Sampaio Corrêa e atualmente no Cuiabá, e Joseph, do Tombense. Gabriel Domingos, do Vila, está sendo investigado por ter emprestado a conta bancária para Romário receber o dinheiro.

Os jogadores teriam levado R$ 10 mil adiantados e posteriormente ficariam com outros R$ 140 mil, totalizando R$ 150 mil pelo esquema. No jogo entre Vila Nova x Sport, o pênalti "encomendado" pelos apostadores não aconteceu, já que Romário ficou fora da lista de relacionados.

Segundo a denúncia feita pelo Vila ao MP, Romário tentou cooptar alguns companheiro de time para participar do esquema. Como não conseguiu, passou a ser cobrado pelos apostadores, que calculavam receber R$ 2 milhões com a manobra.

Todos os investigados até o momento negam o envolvimento no caso.