André Henrique, repórter da Rádio Palmeira FM, foi vítima de uma ofensa racista neste domingo (29), quando fazia a transmissão da partida do Campeonato Alagoano entre CSE e Cruzeiro de Arapiraca, em Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas.

Diante da situação, o profissional enviou uma nota para o presidente da Associação de Cronistas Esportivos de Alagoas (ACEA), que foi compartilhada por ele com para o portal Já é Notícia (leia abaixo na íntegra).

"Boa noite, presidente.
Tudo bem?
Durante o jogo deste domingo (29) CSE 0 X 1 CRUZEIRO, ao final do primeiro tempo, fui para o túnel para as entrevistas junto com os demais repórteres, no momento que entrevistava o técnico Jaelson Marcelino "Cruzeiro" cerca de 8 (oito torcedores/CSE) torcedores estavam no alambrado e um deles olhou para mim e disse às seguintes palavras "o que você tá olhando seu negro filho da puta", relato, que nesse momento o companheiro Victor Hugo da Rádio 96 fm de Arapiraca também presenciou a cena e tentou me ajudar na identificação do torcedor, mas sem êxito, visto que o mesmo se evadiu rapidamente.
Desde já agradeço pelo apoio e fica aqui meu repúdio dessa situação''.

 As ofensas foram feitas por um torcedor da equipe de Palmeira dos Índios. Ainda segundo André, a situação ocorreu quando ele entrevistava o técnico Jaelson Marcelino, do Cruzeiro de Arapiraca. De acordo com o repórter, o torcedor disse: 'Tá olhando o que, negro filho da p***?".

Como não havia a presença da Polícia Militar próximo ao local do jogo, o torcedor fugiu após proferir as palavras racistas. Segundo o repórter, no intervalo do jogo, ele foi até o delegado da partida, e fez o relato do ocorrido.

A reportagem não conseguiu apurar se o profissional registrou um Boletim de Ocorrência, mas um vídeo citando o fato foi repostado por ele nas redes sociais com a hastag #nãoaoracismo.

Em entrevista ao portal Já é Notícia, André Henrique falou sobre o caso e disse: "Lamentável, finalizei o trabalho com aquele clima meio pesado, dos meus mais de 12 anos na área, essa foi a primeira vez que sofri algo desse tipo, por sinal onde chego sou muito bem recebido, por todos, senti na pele ontem isso, espero que às autoridades tomem todos os procedimentos cabíveis e que esse caso não volte a ocorrer nem comigo e nem com nenhum outro companheiro", afirmou o repórter.

O colega de profissão da rádio 96 FM, Victor Hugo, presenciou o fato e tentou ajudar a identificar o torcedor, mas o homem deixou o local rapidamente.

O repórter afirma que vai registrar um Boletim de Ocorrência.