Pipoca Moderna seleciona os destaques do período. Com a avalanche de conteúdo das plataformas é muito fácil deixar passar títulos que não ganham tanta promoção e podem escapar entre a disputa por atenção. Por isso, o Top 10 mensal serve para destacar os sucessos e as descobertas do período. Confira abaixo nossa lista com as melhores séries lançadas em novembro.

PLURIBUS | Apple TV+

A nova série concebida, escrita e dirigida por Vince Gilligan, o criador de “Breaking Bad” e “Better Call Saul” acompanha a pessoa mais miserável do mundo, que tem a missão de salvar a humanidade da felicidade. Carol Sturka (Rhea Seehorn, de “Better Call Saul”), uma autora de romances históricos descontente e cínica, descobre que todos na Terra foram “infectados” com um vírus que os torna permanentemente felizes — exceto ela. Incapaz de sentir essa felicidade universal, Carol torna-se objeto de fascínio e preocupação para uma população inteira que deseja desesperadamente “corrigi-la” e incorporá-la ao seu estado de bem-estar.

Já renovada para a 2ª temporada, a série equilibra sci-fi com humor dark, explorando o que significa ser humano quando todos parecem ter abandonado a capacidade de sofrer. Ao lado de Seehorn aparecem ainda Karolina Wydra (“True Blood”), Carlos-Manuel Vesga (“O Sequestro do Voo 601″), Miriam Shor (Younger”) e Samba Schutte (“Nossa Bandeira É a Morte”).

STRANGER THINGS | Netflix

A primeira parte do desfecho sombrio da série mais popular da Netflix traz os protagonistas na batalha final contra as ameaças do Mundo Invertido. A 5ª e última temporada se passa no outono de 1987, um ano e meio após os eventos do 4º ano. Hawkins está tomada por tropas militares devido à abertura de fendas interdimensionais, que colocam a cidade em quarentena enquanto intensificam a busca por Eleven (Millie Bobby Brown), forçando-a a ficar escondida. À medida que o aniversário do desaparecimento de Will Byers (Noah Schnapp) se aproxima, os episódios finalmente começam a revelar a verdade sobre o que realmente é o Mundo Invertido.

Will é um personagem central desta temporada para que a história “feche o círculo”, e o arco inicial explora sua conexão e relacionamento com Vecna (Jamie Campbell Bower). O elenco principal também volta a trazer Winona Ryder, David Harbour, Finn Wolfhard, Gaten Matarazzo, Caleb McLaughlin, Sadie Sink, Natalia Dyer, Charlie Heaton, Joe Keery, Maya Hawke, Priah Ferguson, Brett Gelman e Cara Buono. Entre as novidades, Amybeth McNulty foi promovida ao elenco principal como Vickie, após aparecer como convidada na temporada anterior, e Linda Hamilton (“O Exterminador do Futuro”) entrou na trama como Dra. Kay, uma cientista do governo que lidera as investigações em Hawkins.

A temporada é dividida em três partes. Depois dos quatro primeiros episódios lançados nesta quarta, seguem-se mais três em 25 de dezembro, deixando o capítulo final para 31 de dezembro, encerrando a série criada pelos irmãos Duffer.

ATÉ O ÚLTIMO SAMURAI | Netflix

A série de ação japonesa mistura a tensão do cult “Battle Royale” com a grandiosidade épica de “Xógum”. Adaptação live-action do mangá ilustrado por Katsumi Tatsuzawa e baseado no romance “Ikusagami”, de Shogo Imamura, vencedor do Prêmio Naoki, a produção se passa no final do século 19, durante a era Meiji, quando 292 guerreiros habilidosos se reúnem no Templo Tenryuji em Quioto, atraídos pela promessa de um prêmio milionário de 100 bilhões de ienes. O jogo é brutal e suas regras simples: quem conseguir roubar os amuletos dos outros participantes e chegar a Tóquio fica com o prêmio. Shujiro Saga, protagonizado por Junichi Okada (de “The Fable”, que também assina como coreógrafo de ação e produtor), entra nessa competição mortal com um objetivo único: salvar sua família.​

Dirigida por Michihito Fujii (“Dias Difíceis”), Kento Yamaguchi (“Usokon”) e Toru Yamamoto (“Tokyo Love Story”), a série traz ação visceral coreografada com precisão, dilemas morais profundos e uma atmosfera que transmite a sensação de que qualquer passo em falso pode custar a vida. A história reflete o espírito de bravura e resistência dos samurais que enfrentaram uma era repleta de incertezas, combinando elementos históricos com um formato de batalha até o último homem.

THE MIGHTY NEIN | Prime Video

Baseada na segunda campanha do podcast “Critical Role”, “The Mighty Nein” é uma série de animação adulta que expande o universo de Exandria 20 anos após os eventos de “The Legend of Vox Machina”. Ambientada no continente de Wildemount, a narrativa acompanha um grupo de sete aventureiros—fugitivos e párias unidos por segredos e cicatrizes, que se veem forçados a trabalhar juntos quando uma poderosa relíquia arcana cai em mãos perigosas e ameaça desencadear uma guerra entre o Império Dwendaliano e a Dinastia Kryn.

Com um tom mais maduro e dramático em relação à série anterior, o elenco de vozes inclui nomes de peso do cinema e séries, como Alan Cumming (“X-Men: Dias de Um Passado Esquecido”), Mark Strong (“Shazam!”), Ming-Na Wen (“Star Wars: The Mandalorian”), Auli’i Cravalho (“Moana”), Jonathan Frakes (“Star Trek: A Nova Geração”), Nathan Fillion (“The Rookie”), Felicia Day (“Supernatural”), Graham McTavish (“Westworld”), Anjelica Huston (“A Família Addams”), Lucy Liu (“Kill Bill”), T’Nia Miller (“Watchmen”), Rahul Kohli (“iZombie”) e Tim McGraw (“1883”). Mas os papéis principais são vividos pela turma do Critical Role – Laura Bailey, Liam O’Brien, Marisha Ray, Travis Willingham, Sam Riegel, Taliesin Jaffe, Ashley Johnson e Matthew Mercer -, interpretando indivíduos aparentemente desajustados e inúteis que, paradoxalmente, tornam-se a última esperança para impedir que a própria realidade se desfaça.

Cada episódio dura aproximadamente 45 minutos, bem mais longos que os 20 minutos de “The Legend of Vox Machina”, refletindo a ambição narrativa mais complexa do projeto.

ÂNGELA DINIZ: ASSASSINADA E CONDENADA | HBO Max

Inspirada num dos crimes mais famosos do Brasil, a minissérie de seis episódios aborda o assassinato de Ângela Diniz em 1976, que foi um divisor de águas no movimento feminista e na legislação brasileira. Durante o julgamento de Doca Street, que deu quatro tiros no rosto da companheira numa discussão em Búzios, Rio de Janeiro, a defesa alegou “legítima defesa da honra” para tentar absolvê-lo do caso. Ele teria matado “por amor”.

O argumento gerou polêmica. Militantes feministas organizaram um movimento cujo slogan – “quem ama não mata” – tornou-se, anos mais tarde, o título de uma minissérie da Globo. Até o grande poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) se manifestou. “Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras”, disse sobre a estratégia da defesa de culpar Ângela Diniz por seu próprio assassinato.

A tese da “legítima defesa da honra” constava no Código Penal da época, mas mesmo assim Doca Street foi condenado a 15 anos de prisão. Na década seguinte, a Constituição Cidadã de 1988 acabou com essa desculpa para o feminicídio, que, entretanto, só foi abolida definitivamente pelo STF em 2023.

Na minissérie, os papéis de Ângela Diniz e Doca Street são interpretados por Marjorie Estiano e Emilio Dantas. Eles já trabalharam juntos em algumas produções anteriores, como “Sob Pressão” e “Fim”, ambas também dirigidas pelo cineasta Andrucha Waddington. O roteiro é de Elena Soárez (“O Mecanismo”).

UM ESPIÃO INFILTRADO | Netflix

A comédia estrelada por Ted Danson (“Curb Your Enthusiasm”) se baseia no documentário indicado ao Oscar “Agente Duplo” (2020) e marca um reencontro entre o ator e o criador Mike Schur (“Brooklyn Nine-Nine”, “Parks and Recreation”), após os dois terem trabalhado juntos em “The Good Place”. Danson vive Charles, um professor aposentado em busca de renovação após a morte da esposa. Sua escolha por novo passatempo é virar um espião.

Depois de se infiltrar em uma casa de idosos em São Francisco, na 2ª temporada ele é contratado para desvendar o roubo de uma joia rara avaliada em 15 milhões de dólares, que desapareceu misteriosamente de um condomínio de luxo. Para solucionar o caso, ele mergulha em um universo de segredos e rivalidades, onde cada morador é um suspeito em potencial.​

Enquanto tenta equilibrar sua vida dupla, o protagonista precisa lidar com as pressões de sua filha, Emily (Mary Elizabeth Ellis, “It’s Always Sunny in Philadelphia”), que desconfia das suas novas atividades.

O MONSTRO EM MIM | Netflix

Claire Danes (“Homeland”) estrela sua primeira série desde o encerramento de “Homeland” em 2020, reunindo-se novamente com Howard Gordon, criador da produção vencedora do Emmy.​​ Ela interpreta Aggie Wiggs, uma escritora devastada pela morte do filho pequeno e em profundo bloqueio criativo. Sua rotina muda quando Nile Jarvis, um magnata do setor imobiliário e principal suspeito do assassinato da própria esposa, compra a casa ao lado.​

Movida pela curiosidade e pela ideia de retomar a carreira com uma história inspirada no vizinho, ela mergulha cada vez mais fundo na história do suposto assassino, até que o fascínio se transforma em medo. O que começa como um passatempo vira um perigoso jogo de gato e rato.

Criada e escrita por Gabe Rotter (“Arquivo X”), a minissérie traz Matthew Rhys (“The Americans”) no papel do vizinho, além de Brittany Snow (“A Escolha Perfeita”), Natalie Morales (“Grey’s Anatomy”), Jonathan Banks (“Breaking Bad”) e David Lyons (“Revolution”).​ A direção é de Antonio Campos (“A Escada”), o filho americano do jornalista brasileiro Lucas Mendes (“Manhattan Connection”).

I LOVE LA | HBO Max

Criada e estrelada por Rachel Sennott, a comédia gira em torno de cinco amigos que se reencontram em Los Angeles depois de anos distantes. Ao voltarem a se reunir, eles precisam lidar com relações passadas, ambição profissional e mudanças inesperadas enquanto tentam reconstruir os laços da juventude, mas a rotina de cada um entra em conflito devido à fama, rivalidade e altos e baixos emocionais típicos da vida adulta.

O quinteto principal é vivido por Rachel Sennott (“Bottoms”), Jordan Firstman (“Ms. Marvel”), Josh Hutcherson (“Jogos Vorazes”), Odessa A’zion (“Until Dawn: Noite de Terror”) e True Whitaker (a filha de Forrest Whitaker) e as participações especiais incluem Leighton Meester (“Gossip Girl”), Moses Ingram (“Obi-Wan Kenobi”), Lauren Holt (“Casamentos Cruzados”) e Elijah Wood (“O Senhor dos Anéis”).

O NAUFRÁGIO DO HEWELIUSZ | Netflix

A minissérie polonesa dramatiza o trágico naufrágio do ferry MS Jan Heweliusz em 1993, que resultou na morte de 55 pessoas e deixou apenas nove sobreviventes. Baseados em fatos reais, os cinco episódios mergulham nas investigações das causas do desastre, destacando falhas de segurança e o impacto emocional nas vítimas e suas famílias.

Além das cenas de ação e suspense no mar, a minissérie aborda as questões de responsabilidade, injustiça e memória coletiva em torno do desastre, com roteiro de Kasper Bajon e direção de Jan Holoubek, dupla de outra minissérie de desastre da Netflix, “A Inundação do Milênio” (2022). O elenco reúne atores renomados da Polônia como Magdalena Różczka (“Rojst”), Borys Szyc (“Guerra Fria”), Jacek Koman (“Coragem, Irmão”), Jacek Koman (“Filhos da Esperança”), Michalina Labacz (“Guerra e Ódio”) e Michał Żurawski (“Kruk”).

THE BEATLES ANTOLOGIA | Disney+

A histórica série documental britânica retorna em versão restaurada e expandida, três décadas após seu lançamento original em 1995. São nove episódios de 60 minutos que traçam a trajetória completa dos Beatles desde seus primórdios em Liverpool e Hamburgo até sua separação, contada pelas próprias vozes de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. Os oito episódios originais foram completamente remasterizados em alta definição pela equipe de Park Road Post, o estúdio de Peter Jackson (“O Senhor dos Anéis”), a partir dos negativos originais, com supervisão direta dos membros sobreviventes da banda. O trabalho de restauração incluiu novas mixagens de áudio criadas por Giles Martin, filho do lendário produtor dos Beatles, George Martin, que utilizou tecnologia de separação de faixas para isolar e aprimorar as gravações históricas.

A série aborda a Beatlemania, a chegada revolucionária da banda aos Estados Unidos, seu papel na vanguarda da contracultura dos anos 1960, a exploração espiritual na Índia e os conflitos internos que levaram ao fim do grupo. A narrativa é construída exclusivamente através de testemunhos diretos dos quatro integrantes, complementados por depoimentos de colaboradores próximos como Neil Aspinall, George Martin e Derek Taylor, priorizando a precisão documental e a perspectiva íntima dos próprios protagonistas.

A diferença da nova versão em relação à original é a presença do nono episódio inédito, com imagens dos bastidores da reunião de Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr entre 1994 e 1995, quando os três se encontraram para trabalhar no projeto original da “Anthology” e refletir sobre suas vidas compartilhadas como Beatles.

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