Um mês após a estreia, Três Graças terá sua primeira grande ruptura de rota para tentar acelerar o ritmo da narrativa e atender às expectativas do público. A equipe da novela das nove decidiu adiantar a primeira grande vilania de Arminda, personagem de Grazi Massafera, que deixa de ser apenas uma antagonista calculista para cruzar definitivamente a linha do crime em uma sequência planejada para chocar a audiência e dar fôlego à trama.

Originalmente prevista para ir ao ar apenas no capítulo 50, a cena em que Arminda comete sua primeira grande maldade foi reposicionada e agora será o gancho do capítulo 40, programado para 4 de dezembro. A decisão veio após uma revisão dos capítulos já escritos por Aguinaldo Silva, Virgílio Silva e Zé Dassilva, em diálogo com a direção, que reorganizou a curva dramática da personagem para antecipar conflitos e entregar um impacto maior em menos tempo de exibição.

No centro da mudança está uma descoberta feita por Zenilda, vivida por Andréa Horta, que serve como estopim para a transformação definitiva da vilã. A personagem flagra Rogério, interpretado por Eduardo Moscovis, vivo, contrariando tudo o que sabia até então sobre o destino do personagem. Em choque com o que acabou de ver, Zenilda fica vulnerável diante de Arminda, que reage de forma extrema: nervosa, acuada e sem enxergar saída, ela empurra a rival na frente de um ônibus. O motorista consegue frear a tempo, evitando uma tragédia, mas Zenilda se volta contra a inimiga e a acusa de tê-la empurrado.

O gesto marca a entrada definitiva de Arminda no grupo das vilãs dispostas a tudo para proteger seus segredos e interesses, sem recuar diante de consequências. Com a antecipação da sequência, a produção tenta responder a um ponto que vinha sendo observado internamente: embora a personagem de Grazi Massafera concentre boa parte da curiosidade do público, havia a percepção de que faltavam ações mais contundentes que justificassem sua posição de vilã central. A mudança busca justamente entregar essa virada dramática mais cedo, em sintonia com as expectativas de quem acompanha o folhetim. Arminda vilã deixa, assim, de ser uma promessa para se tornar realidade no ar.

Do ponto de vista numérico, o ajuste vem em um momento em que a novela registra desempenho considerado morno, mas estável. Três Graças acumula média de 22 pontos no Ibope, considerando os primeiros 30 dias no ar na Grande São Paulo, em patamar semelhante ao alcançado por Vale Tudo em igual período. A comparação mostra que a trama não derrubou a faixa, mas também ainda não produziu um salto expressivo de audiência, cenário que ajuda a explicar o movimento da equipe de acelerar ganchos e entregar cenas de forte impacto dramático para tentar aquecer a repercussão.

A decisão de adiantar a primeira grande maldade de Arminda é resultado de uma revisão mais ampla dos capítulos já escritos. Aguinaldo Silva, Virgílio Silva e Zé Dassilva analisaram a curva dramática da vilã e de seus antagonistas, reposicionando conflitos e redistribuindo reviravoltas ao longo dos blocos para evitar a sensação de “espera longa” por eventos decisivos. A ideia é que o público perceba de forma mais clara a escalada de perigo em torno de Zenilda, Rogério e Arminda, com ganchos mais frequentes e consequências mais rápidas para as ações de cada personagem.

No planejamento de longo prazo, a novela deve permanecer no ar até meados de maio de 2026, com cerca de 179 capítulos, dentro do padrão de duração das tramas do horário nobre da Globo.