“Monstro: A História de Ed Gein”, produção de Ryan Murphy em alta na Netflix, combina fatos reais com elementos ficcionais para explorar a psicologia do assassino. O final da série reflete o desfecho real da vida de Ed Gein e enfatiza sua completa dissociação da realidade, marcada pela influência de sua falecida mãe, Augustina e uma pergunta: quem é o verdadeiro monstro?

Entenda o que acontece!

Final de “Monstro: A História de Ed Gein” na Netflix

A série da Netflix acompanha a trajetória de Ed Gein, nos campos gelados do Wisconsin rural da década de 1950, onde vivia discretamente. No entanto, escondia uma casa de horrores que acabaria por redefinir o pesadelo americano, se tornando um dos mais temidos entre os serial killers.

“Isolamento, psicose e uma terrível obsessão com a sua mãe levaram Gein a cometer crimes tão perversos que deram origem a um novo tipo de monstro, assombrando Hollywood durante décadas”, descreve a sinopse da Netflix.

Diante da repercussão, a nova temporada de “Monstro” sofreu críticas de parte do público, com o argumento de que Ryan Murphy e Ian Brennan, os criadores, tentaram glorificá-lo. Cada temporada de “Monstro”, no entanto, tem como objetivo investigar se os protagonistas são assassinos ou foram moldados pelo ambiente.

“O interessante da série é que a tese de cada temporada é: os monstros nascem ou são feitos?”, analisou Ryan Murphy, em entrevista ao portal Tudum, da Netflix. “E acho que, no caso do Ed, provavelmente é um pouco dos dois”.

“Quem era o monstro? Esse pobre garoto que sofreu abusos a vida toda e depois foi deixado em total isolamento, sofrendo de uma doença mental não diagnosticada?”, questionou Brennan. “Ou a legião de pessoas que sensacionalizaram sua vida para entretenimento e, sem dúvida, obscureceram a psique americana e global no processo?”.

A série, onde ganha vida através de Charlie Hunnam, explora desde os abusos sofridos por sua mãe, Augusta Gein (Laurie Metcalf), seu fascínio por criminosos de guerra nazistas, bem como seus crimes hediondos contra as mulheres de Plainfield, Wisconsin, e, finalmente, a prisão e diagnóstico.

O que Charlie Hunnam diz sobre Ed Gein

“Ele era um cara bizarro que vivia em seu próprio mundo, em sua própria realidade, em total isolamento, com apenas um outro ponto de contato”, analisou Charlie, que se entregou ao papel. “E então tudo em sua vida era meio que inventado, era uma obra de sua própria criação.”

Após a morte de seu irmão na série, Ed logo fica sozinho para sempre quando sua mãe sucumbe à doença e falece, momento em que começa a cometer os crimes, incluindo o roubo de túmulos e assassinatos. O criminoso usou pele seca para criar vários artefatos, como, por exemplo, móveis, luminárias e um cinto com mamilos.

O que acontece no final de “Monstro: A História de Ed Gein”

Após sua prisão em 1957, Ed Gein foi declarado legalmente insano e enviado permanentemente para uma instituição psiquiátrica de segurança máxima. O último episódio de “Monstro” mostra as alucinações do protagonista oscilando, com direito à cena onde ajuda o FBI a capturar Ted Bundy (John T. O’Brien), fato que não aconteceu na vida real.

Ed, debilitado pelo câncer e cuidado por enfermeiras, nesse meio tempo, tem uma visão perturbadora de vários serial killers reverenciando e agradecendo por ter inspirado todos eles. Orgulhoso de seu legado, o protagonista se vê subindo uma escadaria, onde a mãe, Augustina (Laurie Metcalf), aparece para recebê-lo.

“Você realmente fez algo de si mesmo”, declara, ao reencontrar o filho. Durante a visão, Augustina finalmente entrega a aprovação que ele sempre buscou. A cena sugere que toda a monstruosidade foi impulsionada por um desejo de agradar a mãe e cumprir as doentias regras que ela impôs.

Última visão de Ed Gein no final de “Monstros”

A série confirma que Ed Gein morreu em 1984 no hospital psiquiátrico, aos 77 anos, de causas naturais (falência respiratória devido a câncer), sem nunca ter recuperado sua sanidade mental. Nos últimos momentos da temporada, um grupo de adolescentes tenta roubar seu túmulo e Ed observa, satisfeito, fechando a série ao dançar com uma serra elétrica, referência a um dos filmes inspirados por ele.

Por fim, Ed aparece em uma última lembrança, sentado ao lado da mãe, quando ainda era mais novo. “Só uma mãe poderia amar você”, dispara Augustina. Em essência, a série enfatiza que se tornou um “monstro” não apenas pelos atos, mas por nunca ter conseguido se libertar da mente de sua mãe. O criminoso acabou morrendo, ironicamente, em paz consigo mesmo por ter, em seu delírio, obtido o amor incondicional dela.

Criadores comentam final de “Monstro: A História de Ed Gein”

“O final desta série se chamava [originalmente] ‘Momma’s Boy’. Seria a brilhante Laurie Metcalf visitando [Ed] no asilo”, entregou Ryan Murphy. Entretanto, perceberam que talvez não fosse o que Ed realmente queria naquele momento.

Brennan, por outro lado, optou por comentar o momento em que Ed sorri com a visão dos serial killers. “Para mim, é a parte mais desafiadora do espetáculo em termos de tom, pois ele não fica horrorizado com isso. Ele meio que adora o fato de ter deixado sua marca”.

“É uma espécie de nota atonal realmente interessante que alcançamos no final, o que eu acho que de certa forma está certo, porque estamos com ele há tanto tempo, mas ele também é um ghoul. Ele também é um homem profundamente estranho que fez coisas realmente sombrias que mudaram nossa cultura”.

“Monstro: A História de Ed Gein” está disponível no catálogo da Netflix.

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