Entretenimento

Justiça do Rio decreta prisão preventiva do rapper Oruam

Polícia acusa Oruam de agredir policiais e facilitar fuga de criminoso

Por AratuOn 22/07/2025 17h43 - Atualizado em 22/07/2025 17h51
Justiça do Rio decreta prisão preventiva do rapper Oruam
Polícia acusa Oruam de agredir policiais e facilitar fuga de criminoso - Foto: Reprodução/Redes sociais

A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão preventiva do rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam. Segundo a Polícia Civil, o artista atacou agentes durante uma operação, o que permitiu a fuga de um dos principais ladrões de carros do estado.

A decisão foi expedida pelo plantão judiciário com base na acusação de lesão corporal leve, prevista no artigo 129, parágrafo 12 do Código Penal, que aumenta a pena quando o crime é cometido contra autoridades ou agentes. Em nota, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) citou a “prática dos crimes de tráfico de drogas, associação ao tráfico de drogas, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal”.

De acordo com a polícia, o jovem que conseguiu fugir é apontado como líder da chamada “equipe do ódio”, responsável por roubos de veículos na zona norte da capital, além de atuar como segurança de Edgar Alves, o Doca, chefe do Comando Vermelho.

"Analisando os autos, verifico que, no presente momento, mais adequado se faz a decretação da prisão preventiva (e não da prisão temporária), conforme sugerido pelo Ministério Público", diz trecho da decisão.

"A prisão preventiva encontra respaldo nos artigos 311 a 313 do Código de Processo Penal e se faz pertinente para a garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. E os requisitos se fazem presentes, de acordo com os elementos probatórios", acrescentou.

Segundo a investigação, Oruam foi indiciado por associação ao tráfico e lesão corporal leve. Ele é acusado de agredir policiais que tentavam apreender um adolescente em sua casa, no Joá, zona oeste do Rio. A polícia afirma que o rapper atacou os agentes com pedras e incentivou outras pessoas a fazer o mesmo.

"Uma equipe diligenciou ao local, onde permaneceu monitorando o alvo em viatura descaracterizada. Ao sair da casa, junto com outras quatro pessoas, foi abordado pelos agentes, ocasião na qual foi anunciada a apreensão dele, bem como dos bens que portava, um celular e um cordão", relatou a Polícia Civil.

Durante a abordagem, oito pessoas teriam surgido na varanda da residência e iniciado os ataques. Oruam chegou a ofender o delegado responsável. "Delegado da Civil! Ei, Moysés! Tu é cuzão! Filha da puta! Tá tudo gravado! Você é covarde!", gritou o artista.

Ele ainda pediu apoio nas redes sociais: "Quem tiver de moto brota no Joá" e "Me ajuda, eles estão aqui na minha porta". A confusão resultou na prisão de Pablo Ricardo de Paula Silva de Morais, autuado por desacato, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça, dano e associação para o tráfico.

"Aí, tropa, posta isso daí, tropa: tem mais de 20 viaturas na porta da minha casa. O mesmo delegado que me prendeu, eu estava saindo, botou uma pistola na minha cara, tentou me prender, conseguimos sair", disse Oruam.

A polícia informou que o rapper fugiu após o tumulto e chegou a se manifestar dizendo estar no Complexo da Penha, desafiando a polícia a prendê-lo. "Vale destacar que esta é a segunda vez, em menos de seis meses, que um integrante da facção criminosa é localizado no interior da mesma residência", declarou a corporação.

Felipe Curi, secretário de Polícia Civil do Rio, classificou Oruam como criminoso: "Se havia alguma dúvida de que o Oruam seria um artista periférico ou um marginal da pior espécie, hoje nós temos certeza de que se trata de um criminoso faccionado, ligado ao Comando Vermelho, facção que o pai dele, o Marcinho VP, controla a distância de fora do estado, mesmo estando preso em presídio federal", afirmou.

Em fevereiro, Oruam já havia sido alvo de uma operação da Polícia Civil que investigava disparos feitos por ele em um condomínio no interior de São Paulo. Na ocasião, um foragido foi recapturado em sua residência, e o rapper foi autuado em flagrante por favorecimento pessoal.