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Bala atravessou crânio de Mingau e atingiu funções motoras, segundo médicos

Na madrugada do domingo passado, dia 3, Mingau, o baixista do Ultraje a Rigor, foi baleado na cabeça por um disparo

Por Beatriz Carvalho com O Segredo 05/09/2023 17h24 - Atualizado em 05/09/2023 17h37
Bala atravessou crânio de Mingau e atingiu funções motoras, segundo médicos
Na madrugada do domingo passado, dia 3, Mingau, o baixista do Ultraje a Rigor, foi baleado na cabeça por um disparo - Foto: Reprodução/Instagram

Na manhã desta terça-feira, 5, médicos relataram que a bala que feriu Rinaldo Oliveira Amaral, popularmente conhecido como Mingau, o baixista do Ultraje a Rigor, atravessou seu crânio, afetando uma região com funções motoras.

“O projétil penetrou na caixa craniana na região frontal esquerda, ele não foi retido dentro do crânio, ele provavelmente transfixou e se perdeu no ambiente onde houve o acidente”, explicou o neurocirurgião Manuel Jacobsen durante uma coletiva de imprensa ocorrida no Hospital São Luiz, localizado em Itaim Bibi, Zona Oeste de São Paulo, onde o músico encontra-se hospitalizado.  

De acordo com ele, não foram encontrados vestígios do projétil no interior do crânio, havendo evidências de entrada e saída. Essa região afetada pela bala é responsável por funções motoras, linguísticas e visuais. Os médicos enfatizam, contudo, que é impossível realizar uma previsão sobre eventuais consequências futuras.


“É difícil estabelecer um prognóstico devido às condições biodinâmicas. Operações futuras podem ser necessárias. Só o tempo vai dizer […] É uma condição grave, mas nós temos que aguardar o tempo. A neurologia depende muito das habilidades do neurocirurgião, dos cuidados de UTI, mas depende muito de condições individuais de cada pessoa” destacou Jacobsen.

A condição de saúde é classificada como gravíssima. Mingau permanece sob sedação e ventilação mecânica na unidade de terapia intensiva do hospital, onde está recebendo tratamento com “antibióticos, anticonvulsivantes e medidas para conter o aumento da pressão intracraniana”.

“Hoje o principal foco é o tratamento da pressão intracraniana do paciente. Traumas dessa magnitude apresentam três fases: trauma, inchaço cerebral e vigilância. Hoje, o Mingau está sedado e está na fase de controle da hipertensão craniana” explicou o coordenador da UTI neurológica, Thiago Romano. Não há previsão para retirada da sedação.


Família e recuperação

Conforme o comunicado durante a coletiva, os familiares do músico estão recebendo assistência de uma equipe multiprofissional, incluindo apoio de psicólogos. Os médicos também estão empenhados em “traduzir a palavra técnica para a família. Para trazer certo conforto e visualização do quadro”, conforme explicou Romano.

Maira Cardoso, namorada do músico, e Isabella Aglio, filha do baixista, já usaram as redes sociais para solicitar preces em prol de Mingau.

Mesmo com a gravidade da situação, a equipe médica esclarece que a recuperação será um processo de longa duração.

“É um processo que leva tempo. É o dia a dia. Todos os dias a gente dá suporte e tratamento para evitar as complicações de possíveis infecções, sangramento, de aumento da pressão intracraniana. Não é uma recuperação de um dia para o outro. É uma recuperação lenta” explicou Fernando Sogayar, diretor médico.


Entende o caso

Mingau, de 56 anos, foi vítima de uma tentativa de assalto em Paraty, no Rio de Janeiro, na madrugada de domingo, 3. Durante o incidente, o músico foi atingido por múltiplos disparos efetuados por criminosos armados.

Após ser transferido para São Paulo, ele passou por uma cirurgia intracraniana de emergência com uma duração de 3 horas e 30 minutos.

Além de deter um indivíduo suspeito de ser o autor do disparo que atingiu a cabeça do baixista, a Polícia Civil identificou outros três suspeitos supostamente envolvidos no delito. Uma operação conjunta está em andamento para localizar esses três indivíduos.

Segundo o delegado Marcello Russo, a identificação dos outros três suspeitos ocorreu durante a operação que resultou na captura do indivíduo conhecido como Relíquia, no domingo, 3, na Ilha das Cobras, em Paraty, no Rio de Janeiro.

Durante a ação, os policiais apreenderam diversas porções de drogas, incluindo cocaína, maconha e loló, juntamente com carregadores de armas. Além disso, encontraram uma pistola Glock com numeração raspada e uma .40, que supostamente teria sido utilizada na tentativa de homicídio.