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Diretor de 007 é acusado de perseguir e assediar mulheres

A revista Rolling Stone publicou uma reportagem onde quase 12 pessoas denunciaram as atitudes de Cary Fukunaga. A defesa do diretor nega

Por Juliana Barbosa com Cinema/Metrópoles 01/06/2022 17h43
Diretor de 007 é acusado de perseguir e assediar mulheres
Diretor do filme 007 – Sem Tempo para Morrer, Cary Fukunaga foi acusado de assediar mulheres nos bastidores de seus filmes e séries - Foto: Reprodução

Diretor do filme 007 – Sem Tempo para Morrer, Cary Fukunaga (foto em destaque) foi acusado de assediar mulheres nos bastidores de seus filmes e séries. A revista Rolling Stone publicou uma reportagem onde quase 12 pessoas denunciaram as atitudes do homem de 44 anos.

De acordo com a publicação, Fukunaga teria passado dos limites profissionais, usando do seu poder para perseguir mulheres mais jovens e membros da equipe de suas produções.

A revista ainda cita um episódio que teria acontecido no set da minissérie Masters of the Air, da Apple TV. Fontes da produção afirmam que o diretor pediu para tirar fotos de duas figurantes, uma delas com 18 anos, que interpretavam prostitutas na minissérie.

Na ocasião, Fukunaga teria pedido que elas fizessem poses sensuais na parede e ficassem ajoelhadas, alegando que precisava das fotos para manter a continuidade da cena. Testemunhas afirmam que a situação foi desconfortável para quem assistia.

“Foi muito além do limite. Não há nenhuma justificativa de que isso é ok de alguma forma. É um abuso de poder absoluto e claro”, disse uma das fontes, que preferiu não se identificar.

Por meio de seu advogado, Fukunaga alegou que “tira fotos de atores — homens e mulheres, jovens e velhos — em seus sets o tempo todo” e, reconhecendo que tirou fotos dessas atrizes, diz que “implicar qualquer coisa imprópria sobre isso é falso e difamatório”.

Uma outra fonte aponta que a atitude do diretor beirava a assédio no local de trabalho, e ela chegou a se preocupar que a carreira fosse prejudicada ao negar as investidas.

“Foi humilhante para mim porque tentei passar despercebida (…) Acredito completamente que ele estava abusando de seu poder. É realmente desconfortável. É horrível… A única razão pela qual permiti que durasse tanto tempo é porque estou absolutamente preocupada com minha carreira”, alega.

Mais uma mulher fiz que Fukunaga a retirou de um projeto que ela estava escalada e ofereceu um encontro romântico ao invés do trabalho: “Eu me senti muito estranha com o fato de que estava tipo: ‘Deixe-me levá-la para beber em vez disso'”.

A resposta do cineasta por meio de seu advogado diz que ele “fez amizade com homens e mulheres, jovens e velhos” nos bastidores de suas produções.

Outras denúncias

Em maio deste ano, a atriz Rachelle Vinberg, da série Betty (HBO), publicou um longo texto em seu Instagram afirmando que foi diagnosticada com estresse pós-traumático após ter “uma amizade que acabou se tornando sexual” com Fukunaga. Ela e o diretor se conheceram em 2016, durante um comercial da Samsung. Ela havia completado 18 anos um dia antes da ocasião.


Logo após a postagem de Vinberg, as irmãs Cailin e Hannah Loesch afirmaram que conheceram Fukunaga nos bastidores da série Maniac, em 2017, quando tinham 20 anos. Ele teria convidado as duas para um ménage a trois e sugerido que “o incestou seria bom se todos estivessem ok com isso”.

Sobre Rachelle, a defesa do diretor afirmou que ele “teve um relacionamento romântico muito breve e consensual com [Rachelle] que terminou. A Sra. Vinberg claramente não está feliz com o Sr. Fukunaga, mas como todos sabem, os relacionamentos terminam o tempo todo e muitas vezes uma pessoa (ou ambas) está infeliz”. No caso das irmãs gêmeas Loesch, a defesa negou o episódio.