O grupo de extensão ‘Sem mais nem menos’, do Instituto de Matemática (IM) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), teve uma participação de destaque no 8º Simpósio Nacional da Formação do Professor de Matemática, realizado na Universidade de Brasília (UnB), entre os dias 25 e 28 de setembro deste ano. Promovido pela Associação Nacional dos Professores de Matemática na Educação Básica (ANPMat) e pelo Ministério da Educação (MEC), o evento reuniu professores, acadêmicos e pesquisadores de todo o Brasil, proporcionando um espaço fundamental para a troca de experiências e a construção de novas perspectivas sobre o ensino da disciplina.

Durante o simpósio, os integrantes do grupo da Ufal participaram de diversas modalidades, com destaque para uma oficina, três comunicações orais e quatro relatos de experiência. A oficina, intitulada ‘Matemática na cozinha: criação de materiais didáticos que abordam o espaço culinário’, foi um sucesso e permitiu que os participantes explorassem a criação de recursos pedagógicos inovadores. As comunicações orais abordaram as relações entre matemática, literatura e padrões com sonetos, o recurso digital Tinkercad para ensinar matemática e as obras de Piet Mondrian para trabalhar plano cartesiano, ampliando a compreensão dos presentes sobre como a disciplina pode ser aplicada em diferentes contextos.

Os trabalhos ‘Mangá e o ponto de fuga: construção de uma imagem por meio da geometria’, ‘Farol da Ponta Verde: geometria com a arte da escultura’, ‘Cubo mágico: explorando conceitos matemáticos em uma construção geométrica’ e ‘Quebra-cabeças: estudando matemática com uma malha quadriculada’, apresentados no formato de relato de experiência, mostraram a interação contínua entre teoria e prática, algo que o grupo prioriza em todas as suas atividades.

Impacto positivo na vida estudantil e profissional

Para os membros do grupo, participar de eventos como o 8º Simpósio Nacional da Formação de Professor de Matemática é uma experiência de grande importância, tanto no desempenho acadêmico quanto no profissional.

Rian Silva, estudante de licenciatura em Matemática e membro desde o início de 2025, destacou: “Participar do grupo tem sido uma experiência transformadora. A oportunidade de apresentar um projeto no simpósio e de conhecer grandes nomes da área me proporcionou um novo olhar sobre o futuro da educação e reafirmou minha escolha pela licenciatura dessa disciplina”.

Para o aluno Adriano Nascimento, que participa desde 2024, cada uma dessas vivências reafirma a importância do grupo para a formação dele, mostrando que a docência é também um exercício de constante aprendizado, troca e ressignificação. “O grupo tem sido essencial para o aprendizado pessoal, não apenas pelo desenvolvimento de materiais didáticos inovadores, mas também pela experiência em eventos. Essas vivências ampliaram minha visão sobre a docência e fortaleceram meu compromisso com um ensino mais inclusivo e contextualizado”.

Participante das atividades do grupo quando ainda era estudante da Educação Básica, Elisabelly Santos lembra com carinho de sua trajetória: “Sou fruto das ações do ‘Sem mais nem menos’, pois participei antes de ingressar na graduação em Matemática. Participar dessa iniciativa tem ampliado minha visão sobre o ensino da disciplina, trazendo uma compreensão mais profunda dos contextos e das diversas formas de ensinar”.

Sarah Rafaely, mestranda em Ensino de Ciências e Matemática pela Ufal, participa desde 2019 e vê essa experiência como fundamental para seu crescimento acadêmico e profissional. “O ‘Sem mais nem menos’ foi decisivo para minha formação inicial em Matemática licenciatura. A experiência de apresentar um trabalho no simpósio, dialogar com professores de diversas regiões, foi uma grande oportunidade de aprendizado. Estar em Brasília, visitando o MEC, também foi uma experiência marcante, pois me fez perceber a importância da nossa luta pela educação no Brasil”.

O professor Nickson Correia, integrante desde 2017, relata que já participou de outros simpósios nacionais, mas que esse último foi um momento de autovalidação. “Caminhar pelos corredores do Ministério da Educação gerou uma reflexão profunda e emocionante: ‘Como estudantes de Alagoas poderiam estar ali, no MEC, representando a Ufal?’, refletiu.

Essa vivência ressalta o poder transformador das oportunidades e o impacto real do trabalho da Universidade Federal de Alagoas, que se faz presente no cenário nacional por meio de suas ações de ensino, pesquisa e extensão. “É um orgulho imenso fazer parte desta história e contribuir, de alguma forma, para a construção desse legado”, concluiu Nickson.

Importância do ‘Sem mais nem menos’ para a formação docente

O ‘Sem mais nem menos’ tem se consolidado como um importante espaço de formação para estudantes e professores da Educação Básica. Com quase uma década de atuação, o grupo se dedica a promover a reflexão e o aprimoramento do ensino de matemática, aproximando a universidade da realidade das escolas e contribuindo ativamente para a formação de futuros docentes.

Em 2025, ao celebrar nove anos de existência, mantém sua missão de inovação e compromisso com a educação, atuando em três frentes principais: o projeto de extensão ‘Sem mais nem menos nas escolas’, voltado para o ensino prático nas escolas; o curso de formação continuada para professores de matemática da Educação Básica, que oferece capacitação e atualização profissional; e a produção de materiais pedagógicos, desenvolvidos pelo próprio grupo, para facilitar o ensino e a aprendizagem da disciplina.

“O grupo tem se mostrado uma peça-chave na formação de futuros professores, proporcionando uma vivência prática que conecta os estudantes às realidades da Educação Básica e à constante evolução do ensino de matemática”, afirmou a coordenadora do grupo de extensão, professora Viviane Oliveira.

Ainda de acordo com docente, ao unir teoria e prática, o ‘Sem mais nem menos’ não só contribui para a formação de docentes mais preparados e críticos, mas também reafirma o papel da universidade pública na promoção de uma educação de qualidade, inclusiva e transformadora. “O projeto oferece mais do que atividades extracurriculares: ele transforma o processo de aprendizagem, sendo um exemplo nítido de como a extensão universitária pode impactar de forma positiva a sociedade e a educação no país”, concluiu.