Educação

Denúncia aponta fraudes no sistema de cotas da Ufal

Candidatos com altos salários teriam ocupado vagas destinadas a alunos de baixa renda e PCDs

Por Tribuna Hoje 03/10/2025 11h33 - Atualizado em 03/10/2025 19h16
Denúncia aponta fraudes no sistema de cotas da Ufal
Campus da Ufal em Maceió - Foto: Ascom Ufal

Uma denúncia formal encaminhada ao Governo Federal, por meio do sistema Fala BR, e ao Ministério Público Federal (MPF), revelou suspeitas de fraudes no sistema de cotas da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Os casos envolvem candidatos que teriam acessado o curso de Medicina em Maceió sem cumprir os critérios exigidos para cotas de baixa renda e pessoas com deficiência (PCD).

Segundo documentos enviados ao MPF, dois estudantes foram citados: uma servidora pública concursada em Pernambuco, com salário de aproximadamente R$ 5.500, e um policial civil, também pernambucano, com remuneração estimada em R$ 11 mil. Ambos teriam se matriculado pelo sistema de cotas, apesar de não se enquadrarem nos requisitos socioeconômicos.

As denúncias indicam que a suposta fraude prejudicou candidatos da lista de espera que realmente se encaixam nas cotas. O caso foi protocolado no sistema Fala BR sob o número 23546.097431/2025-85 e no MPF sob o número 20250065150/2025, autuação 1.11.000.001270/2025-65.

A Ufal confirmou que abriu um processo administrativo interno (nº 23065.028566/2025-11) para apurar as acusações. Entretanto, segundo e-mails trocados entre os denunciantes e a universidade, ainda não há prazos definidos para conclusão do caso. A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) e a Comissão Permanente do Vestibular (Copeve) informaram que a responsabilidade pela decisão final cabe à Prograd.

A morosidade no andamento do processo tem causado revolta entre estudantes da lista de espera. O prazo de resposta da manifestação foi prorrogado para o dia 30 de outubro de 2025, enquanto o semestre letivo está previsto para iniciar já na próxima segunda-feira (6). Candidatos temem que, diante da demora, as vagas acabem sendo perdidas definitivamente.

A Ufal e o MPF ainda não se pronunciaram sobre o andamento do caso ou previsão de conclusão.