Educação

Pesquisa sobre serial killers no Brasil será apresentada em evento internacional

Professora Célia Nonato e o aluno Igor Amorim, ambos do curso de História da Ufal, apresentarão estudo durante evento internacional, realizado em Portugal, no mês de setembro

Por Ascom Ufal 13/08/2025 00h54 - Atualizado em 13/08/2025 01h04
Pesquisa sobre serial killers no Brasil será apresentada em evento internacional
Professora do curso de História, Célia Nonato, e o estudante de graduação, Igor Amorim - Foto: Ascom Ufal

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) será representada internacionalmente com uma pesquisa inovadora sobre serial killers brasileiros. A professora do curso de História, Célia Nonato, e o estudante de graduação, Igor Amorim, autores do artigo História nefasta: corpo, crime e estudos sobre seriais killers, foram convidados a apresentar o trabalho no 7º Ciclo Ibero-americano de Diálogos Contemporâneos: história, cultura e interdisciplinaridade. O evento será realizado, virtualmente, a partir da cidade do Porto, em Portugal, entre os dias 16 e 18 de setembro de 2025.

Organizado pelo coletivo Conjugare, o evento busca promover debates interdisciplinares sobre história, cultura e sociedade. A iniciativa reúne pesquisadores de diferentes áreas de mais de 20 países, com o objetivo de fomentar reflexões críticas sobre temas atuais, sensíveis e, muitas vezes, marginalizados, abrindo espaço para debates que desafiam as fronteiras tradicionais do conhecimento acadêmico.


Para a docente, essa conquista é o reflexo do poder da educação de qualidade. “Esse convite é um reflexo do impacto que nossa produção tem causado, inclusive, fora do Brasil. A universidade pública deve ser um espaço de enfrentamento intelectual, inclusive sobre temas difíceis. O apoio que temos recebido do curso de História e da própria instituição mostra o compromisso da Ufal com a produção de conhecimento crítico e transformador”, comemorou.

O estudante Igor Amorim, atualmente no sétimo período da graduação, conta que o reconhecimento internacional tem um significado especial. Após 20 anos afastado da vida acadêmica, ele voltou à Universidade para realizar o sonho de concluir o curso de História e encontrou na pesquisa uma nova paixão.

“Entrei no curso já com muito interesse por temas como violência, comportamento humano e crime. Mas eu não imaginava que seria possível trabalhar com serial killers dentro da universidade, ainda mais de forma tão crítica e fundamentada. Nunca imaginei que um projeto de pesquisa feito em Alagoas, dentro do curso de História, pudesse me levar a um evento em Portugal. Isso mostra o quanto a universidade pública tem o poder de transformar realidades”, afirmou.

Saiba mais sobre o artigo

Desenvolvido em coautoria entre a docente e o estudante, o artigo História nefasta: corpo, crime e estudos sobre serial killers propõe estudar o contexto social e histórico por trás desses criminosos, a fim de aprofundar com mais nitidez a maneira como o abandono, a desigualdade, uma educação desumanizada e o autoritarismo se perpetuam em casos como esses. O estudo se destaca por ser um dos primeiros no país a abordar o tema de forma crítica e acadêmica.

“O artigo propõe uma análise para além da narrativa sensacionalista, buscando compreender as estruturas sociais, políticas e históricas que permitem a existência e a impunidade desses crimes”, comentou a professora.

Igor destaca que a repercussão do artigo só reforça a necessidade de discutir temas como esse no ambiente universitário. “No começo, as pessoas estranham quando eu digo que estudo serial killers. Mas, quando explico que o objetivo é entender o contexto histórico e social desses crimes, a percepção muda. A Universidade me deu ferramentas para olhar com profundidade e seriedade para isso”, reforçou.

Os pesquisadores revelam que o artigo é apenas o início de um projeto mais amplo. A dupla pretende transformar a pesquisa em um livro, aprofundando as análises sobre serial killers e o tratamento dado ao tema no Brasil. Segundo eles, a escassez de referências bibliográficas e a originalidade da proposta reforçam a importância de produzir um material acessível e fundamentado, capaz de contribuir com os estudos na área e ampliar o debate dentro e fora da Universidade.