Educação
Carta aberta reforça defesa da saúde da população negra e de terreiros em Alagoas
Texto foi aprovado no 1º Simpósio Alagoano de Saúde da População Negra, Povos de Terreiro e de Matriz Africana

Com ampla participação social e institucional, o 1º Simpósio Alagoano de Saúde da População Negra, Povos de Terreiro e de Matriz Africana resultou na aprovação de uma Carta Aberta que reivindica a efetiva implantação das políticas estadual e municipais de saúde integral para esses grupos em Alagoas. O evento aconteceu em maio, na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Maceió, e reuniu representantes da comunidade acadêmica, lideranças religiosas e comunitárias, profissionais da saúde, gestores públicos e organizações da sociedade civil.
A atividade foi organizada por meio de parceria das faculdades de Medicina (Famed) e de Serviço Social (FSSO), ambas da Ufal, e o Centro de Formação e Inclusão Social Inaê, com patrocínio da Secretaria Municipal de Saúde e apoio da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro) e da própria Ufal.
Durante dois dias, os participantes debateram os desafios e as urgências para a promoção da equidade racial no SUS, com foco na população negra, quilombola e dos povos de terreiro. Estiveram presentes representantes do Ministério da Saúde e do Ministério da Igualdade Racial, que contribuíram diretamente para a construção do documento final.
A Carta Aberta aprovada aponta diretrizes, propõe ações e denuncia a negligência histórica enfrentada por essas populações. Entre os principais pontos do documento estão: a valorização das medicinas tradicionais africanas, o reconhecimento dos terreiros como espaços de cuidado e saúde, a qualificação antirracista dos profissionais do SUS e a criação de leis estaduais que garantam o enfrentamento ao racismo religioso e institucional.
O texto também propõe a inclusão obrigatória da temática da saúde da população negra nos currículos de cursos superiores da área da saúde, a produção de dados desagregados por raça/cor e a criação de instrumentos para monitoramento e enfrentamento de violências, como o racismo obstétrico.
O documento será encaminhado a gestores públicos das esferas federal, estadual e municipal, instituições de ensino e à Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), como forma de pressionar pela efetiva implementação das políticas de equidade em saúde. A comissão organizadora espera que o conteúdo do documento sirva como referência para ações intersetoriais e como ponto de partida para o fortalecimento da luta antirracista em Alagoas. “Mais do que um registro, essa carta é um chamado à responsabilidade coletiva”, afirmou Waldemar Neves Júnior, professor da Famed da Ufal e membro da comissão.
A íntegra da Carta Aberta pode ser consultada no link https://noticias.ufal.br/ufal/....
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