Educação

Recém-formados pela Ufal são premiados pelo Conselho de Arquitetura

Na edição 2021 do Prêmio Zélia Maia Nobre, dos 13 trabalhos inscritos, cinco da Ufal foram considerados de excelência pela comissão julgadora.

Por Ascom Ufal 17/01/2022 13h53
Recém-formados pela Ufal são premiados pelo Conselho de Arquitetura
Reprodução - Foto: Assessoria
Primeiro, segundo e terceiro colocados, além de duas menções honrosas. Um pódio todo formado por egressos de Arquitetura do Campus A.C. Simões da Universidade Federal de Alagoas. Assim foi a entrega do 7º Prêmio Zélia Maia Nobre de Excelência em Trabalhos Finais de Graduação, realizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Alagoas (CAU), no último mês de dezembro, durante as comemorações do Dia do Arquiteto. Sávio Ravel Marinho da Rocha, orientado pelo docente Tácio de Oliveira, ficou com a primeira colocação ao apresentar o trabalho Anteprojeto de edificação de uso misto: integrando mobilidade, habitação e serviços no Centro de Maceió-AL. “Foi um projeto arquitetônico que possui, em uma única edificação, o uso residencial e um terminal urbano, englobando as temáticas relativas a diversas áreas da arquitetura, como o ambiente construído, a inserção do equipamento no tecido urbano e a utilização do paisagismo como ferramenta de humanização dos espaços públicos”, detalhou Sávio Ravel. E acrescenta ainda: “O objetivo foi ocupar um imenso vazio urbano que se encontra no bairro do Centro de Maceió, com o intuito de tornar a área atrativa ao uso humano. Propus usos que suprissem a demanda da população por meio da utilização de parâmetros qualificadores, como o uso de fachada ativa, o uso misto, a caminhabilidade e a fruição urbana”. Sávio se formou e já está atuando no mercado de trabalho. E muito da desenvoltura que apresenta em sua área de formação, ele atribui aos anos em que integrou a equipe da Empresa Júnior de Arquitetura e Engenharia Civil (Ejec), sediada no Centro de Tecnologia (Ctec) da Ufal. “Ao longo da minha trajetória na graduação, pude vivenciar várias experiências oferecidas pela Universidade. Dentre elas, a que mais me identifiquei foram os anos de dedicação à Ejec, onde pude vivenciar a atuação do profissional de arquitetura frente a desafios reais, com clientes reais e sendo assistido por professores orientadores. Esta experiência foi decisiva na minha tomada de decisão para área de atuação após a conclusão do curso”, contou. Ao falar do Prêmio Zélia Maia Nobre, ele conta que esse é o principal desafio do aluno recém-formado e viu a oportunidade como “um excelente holofote para se projetar no mercado de trabalho”. “Ter o meu projeto avaliado e escolhido como finalista e campeão, entre tantos de qualidade dos meus colegas de curso, foi uma imensa conquista para mim. Uma recompensa pela dedicação a este trabalho de excelência que hoje me traz tanto orgulho”, comemorou. Para conhecer o projeto premiado do Sávio, acesse este link e confira um vídeo que fez parte da apresentação para a banca de avaliação na Universidade. Da Ufal para o Ceará O segundo trabalho vencedor foi o do agora arquiteto Rodrigo Rocha e tem um forte valor afetivo. O projeto, Do brejo ao alpendre: parque urbano no semiárido, às margens do rio Banabuiú, Mombaça – Ceará, contempla a requalificação de um espaço na cidade natal dele, situada no Sertão cearense. Ao falar sobre a escolha da área para fazer o projeto, ele explica que Mombaça sofre com a seca e que seus espaços livres verdes [praças] não atendem à demanda climática local. “Uma situação contraditória e paradoxal que despertou interesse pelo tema”, revelou. O profissional afirma que sua principal preocupação era fazer com que os moradores da cidade se permitissem sonhar, passassem a enxergar as possibilidades do local, aproveitando o potencial já existente. “Sabemos como é a realidade da gestão pública das cidades brasileiras, sobretudo, nas pequenas e médias que se situam nos interiores dos estados. Mombaça tem muito potencial, foi fundada às margens do Rio Banabuiú, mas, historicamente, tem renegado o rio, desmatado e ocupado suas margens”, alertou. O trabalho contou com a orientação da professora Regina Coeli. O arquiteto conta que ficou muito contente com o resultado. Ele lembra que envolveu muita dedicação. “Minha orientadora incrível e eu acreditamos muito na qualidade desse trabalho”, enfatizou, ressaltando: “Ele [o projeto] sintetiza muito dos valores que carrego, no que acredito enquanto arquiteto e urbanista. Enxergo nele também o sonho de muitas pessoas que desejam cidades melhores para se viver”. Participar do prêmio promovido pelo CAU, diz Rocha, ampliou as possibilidades para além da Ufal, dando a oportunidade de mais pessoas conhecerem o trabalho que realizou e a atuação de um urbanista. “Fiquei imensamente feliz com o resultado. O prêmio é extremamente importante para nós profissionais que estamos ingressando no mercado, e ter meu trabalho sobre Mombaça, minha terra natal, sendo reconhecido em Maceió, a cidade que me acolheu, deixou-me muito emocionado”, celebrou. E complementa: “Nas sete edições do prêmio, esta foi a terceira vez que um trabalho de urbanismo foi premiado e é a primeira vez que um trabalho de urbanismo desenvolvido para fora do estado de Alagoas obteve este reconhecimento. Então, fico muito grato e não poderia ser um sentimento diferente”. Um novo Edifício Palmares Com o trabalho Reabilitar o Edifício Palmares – proposta de um centro de referência para o Patrimônio Imaterial no Centro de Maceió/AL, Ítalo Monteiro ficou com o terceiro lugar e completou o pódio junto com os demais recém-formados pela Ufal. O edifício já sediou vários órgãos federais, mas, atualmente, está inutilizado. “Desde 2015, o prédio foi esvaziado e hoje se encontra em alto estado de degradação. A proposta é aproveitar suas estruturas para a criação de um Centro de Referência para o Patrimônio Imaterial”, informou, ao explicar: “Busquei apresentar uma forma de se projetar no Centro, compreendendo os processos que envolvem intervir num bairro histórico, do ato projetual ao urbano, e propor um local que possa abarcar a diversidade cultural existente na nossa sociedade”. De acordo com o arquiteto, o equipamento urbano poderia ser utilizado para realização de atividades educacionais e culturais, conectado com a cidade. “Uma arquitetura não está isolada do meio urbano e dos contextos que a circundam”, destacou. Assim como os colegas de curso, ele conta que viu no prêmio a possibilidade de mostrar o seu projeto. “Decidi participar como uma forma de divulgar o meu trabalho, as minhas ideias e o que é produzido na Ufal. E também por acreditar que questões como o abandono, a descaracterização e a perda dos valores históricos e culturais que vêm acontecendo no bairro do Centro de Maceió pudessem ser levantadas e comentadas”, relatou Monteiro. Ao receber o resultado, ele conta que sentiu um “misto de emoções”. “Estava muito ansioso. Ao anunciarem meu nome, foi uma grande satisfação por ter toda minha pesquisa, investigação e dedicação para produzir esse trabalho recebendo reconhecimento”, disse. O projeto premiado de Ítalo é resultado da experiência de iniciação científica realizada na Ufal. “E isso é um outro fator de reconhecimento. Muitos insistem em dizer que ‘áreas de pesquisa não fazem projeto’, quando, na verdade, é o contrário. Há necessidade de muita pesquisa e de muito estudo na elaboração de um projeto, principalmente, com diversas variáveis como são as do Centro”, defendeu, ao reconhecer: “E eu não poderia esquecer de deixar aqui o meu agradecimento para a minha professora e orientadora, Lúcia Hidaka, que esteve presente em toda essa jornada até a elaboração do TFG [Trabalho Final de Graduação]”. Ele também já colou grau e pretende seguir carreira acadêmica por causa da sua experiência com a iniciação científica. “Fez parte da minha vida acadêmica. Participei de alguns ciclos Pibic [Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica] e me apaixonei pelo que envolveu estudos sobre a Significância Cultural do Centro. Essa pesquisa possibilitou o aprofundamento dos estudos envolvendo os valores históricos e culturais desse local e resultou tanto na elaboração do meu TFG, como ao ser premiado pela Excelência Acadêmica para Iniciação Científica, em 2020”, lembrou. E tudo caminha para o que foi planejado. Ítalo foi aprovado no Programa de Pós-graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele está cursando o primeiro semestre de forma on-line e o objeto de estudo dele é a produção da arquitetura moderna no Centro de Maceió. O arquiteto conta que o valor recebido pelo prêmio vai ajudá-lo em seus planos de fazer o mestrado. “A vida acadêmica faz parte de mim. Seguir carreira acadêmica no Brasil é, praticamente, um sinônimo de muita coragem, diante de todo descaso, cortes de verbas, escassez de bolsas, sucateamento e desprezo que advém desse atual governo, mas, mesmo assim, lutarei por esse sonho, utilizando desde o valor do prêmio até a realização de financiamento coletivo e de rifas”, afirmou. Menções honrosas Na edição 2021 do Prêmio Zélia Maia Nobre, dos 13 trabalhos inscritos, cinco da Ufal foram considerados de excelência pela comissão julgadora. Os três primeiros formaram o pódio. Já os outros dois receberam menção honrosa. Ádna Oliveira, com a proposta de um hospital da criança associado ao Hospital Universitário da Ufal, e Jéssyca Rodrigues, com o projeto de um centro poliesportivo em Maceió, foram agraciadas com as menções honrosas. Para saber mais sobre os projetos vencedores, acesse aqui.