Mais de cem colaboradores ligados à SERIS (Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social) foram mobilizados para a aplicação da segunda prova do ENEM para Pessoas privadas de Liberdade (PPL). Esta fase do exame foi aplicada nesse domingo (16), à tarde, nas unidades do sistema carcerário de Alagoas e no contingente não estão incluídos os policiais penais, os agentes de forças de segurança que detêm a prerrogativa de atuar no interior das unidades.
Segundo Cinthya Moreno, gerente de Educação, Produção e Laborterapia da SERIS, o contingente é numeroso porque inclui pessoal de cozinha e, em especial, de transporte – das provas, dos colaboradores e da própria alimentação.
“Só de aplicadores foram 58 pessoas; são as que ficam em sala e acompanham e fiscalização a aplicação das provas”, explica a gerente.
Nesta segunda etapa, as provas foram de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias.
A instituição responsável pelas provas é a Cesgranrio.
Para esta edição do ENEM, no sistema carcerário de Alagoas, inscreveram-se 276 candidatos, mas, compareceram 226. Entre os candidatos, este foi o mesmo contingente nos dois dias de exames: neste domingo e no da semana passada (9).
O ENEM–PPL foi realizado simultaneamente ao convencional, mas, para os candidatos que não puderam comparecer às datas definidas previamente, por terem testado positivo para Covid-19.
Além do total de pessoas mobilizadas para aplicação das provas no sistema carcerário – o contingente dos policiais penais deve ter sido de pelo menos o dobro do de colaboradores –, outra peculiaridade para exames dessa natureza, entre as pessoas privadas de liberdade, é a logística da prova.
O setor de Educação, Produção e Laborterapia da SERIS tem de cumprir uma série de exigências e cuidados com a integridade da aplicação das provas.
Uma das peculiaridades citadas pela gerente é que não existe o atraso tradicional que caracteriza os dias de prova e a angústia de familiares.
No primeiro dia, as provas começaram às 13h e, no segundo, às 13h30.
“Os candidatos chegam às salas às 11h. Eles recebem o almoço, já em sala e só depois da refeição é que é aplicada a prova – mas, dentro do horário regimental, que é o horário de Brasília”, explica.
Daí a necessidade de preparação das refeições com antecedência, bem como a distribuição entre as unidades do sistema prisional onde havia reeducandos que prestaram o ENEM–PPL.