Economia

Família alagoana transforma pequena loja em um legado de gerações

Por Assessoria 16/07/2025 09h38 - Atualizado em 16/07/2025 11h07
Família alagoana transforma pequena loja em um legado de gerações
Luiz Antonio Jardim é comerciante há 46 anos e herdou a carreira profissional da família - Foto: Assessoria

Neste 16 de julho, Dia do Comerciante, o Brasil celebra a trajetória de quem se dedica a empreender, inovar e impulsionar a economia. Em Alagoas, uma dessas histórias é contada pela família Jardim, que iniciou um negócio em 1958 com uma modesta loja no Centro de Maceió e hoje tem oito unidades com 130 colaboradores. A Associação Comercial de Maceió destaca a importância e os desafios para os empreendedores alagoanos.

Luiz Antonio Jardim é comerciante há 46 anos e herdou a carreira profissional da família. O avô Luiz Jardim Filho, o pai Luiz Cândido e os tios Lisardo e Maria Luiza iniciaram o investimento há 67 anos com uma loja de ferragens na Rua da Alegria. Hoje, a rede possui sete unidades na capital e uma em Arapiraca, sendo referenciada como a maior e mais tradicional revendedora especializada em tintas e impermeabilizantes do estado.

“Cresci no estoque, no caixa, nas arrumações das férias. Ganhei meus primeiros trocados ajudando nas horas vagas. A volta de um intercâmbio nos Estados Unidos mudou meus planos de vida, mas a oportunidade de transformar o negócio da família me fez voltar com propósito”, relembra o diretor executivo Luiz Antonio. Graduado em Economia pela UFAL, ele viu no comércio uma vocação moldada com suor e estratégia. “Gosto e vibro com cada conquista. Está valendo a pena a escolha que fiz e que sigo levando por mais alguns anos”, afirma.

Obstáculos que moldam a resiliência

A experiência acumulada ao longo de décadas também evidencia as dificuldades. Para Luiz Antonio, os desafios vão muito além das vendas. “Hoje, qualquer negócio precisa de uma gestão profissional. A burocracia e a complexidade do sistema tributário desanimam e exigem muito das pequenas e médias empresas. A falta de acesso ao crédito, os juros altos, a inadimplência, tudo isso impacta”, alerta. “Mesmo assim, com bom senso, foco em resultados e união entre sócios, é possível manter a saúde do negócio.”

Além das questões econômicas, o comerciante destaca a importância da formalização e da responsabilidade com a equipe. “Sem uma boa estrutura de RH, muitos se viram nos trinta para não sair penalizados. O cenário não é simples, mas com visão de longo prazo e organização, ainda vale a pena empreender”, pontua.

Mais que negócios: identidade e cultura

A superintendente da Associação Comercial de Maceió, Isabella Bezerra, ressalta que o comerciante é mais do que um operador da economia. “Todo comerciante é, antes de tudo, um empreendedor. Sua dedicação gera renda, empregos e mantém viva uma memória afetiva da cidade. Em Maceió, temos marcas centenárias que passaram de pais para filhos, construindo relações que vão além da compra e venda”, destaca.

Isabella também chama atenção para a necessidade de ampliar o acesso à capacitação: “Ainda enfrentamos barreiras burocráticas que dificultam o desenvolvimento e a modernização das empresas. O empreendedorismo precisa ser estimulado como uma escolha consciente, não como uma saída obrigatória diante da falta de oportunidades”.

Dia do Comerciante

O Dia do Comerciante foi criado em 1953 pela Lei nº 2.048. A iniciativa foi da Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços e Turismo (CNC). A data de 16 de julho foi escolhida por marcar o nascimento do economista, jurista e político baiano José Maria da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu, considerado o patrono do comércio do Brasil.