Economia

Shopping centers retomam protagonismo e seguem em expansão, mesmo diante dos desafios do mercado

Setor vai completar 60 anos e se adapta a novos perfis de consumo para conquistar cada vez mais clientes de todas as gerações

Por Assessoria 26/06/2025 10h43
Shopping centers retomam protagonismo e seguem em expansão, mesmo diante dos desafios do mercado
E a projeção para 2025 é ainda mais otimista: espera-se um faturamento de R$ 201,6 bilhões e a abertura de 17 novos empreendimentos no país - Foto: Divulgação

Se nos anos 2000 o rolê era passar a tarde no shopping com os amigos da escola, hoje, o programa parece ter virado item de colecionador. Mas será que ir ao shopping ficou mesmo ‘vintage’ ou ele só se adaptou aos novos perfis de consumo? Embora as transformações nos hábitos de consumo — especialmente com o avanço do e-commerce — tenham exigido adaptações do setor, os shoppings brasileiros continuam em plena atividade.

Na semana em que se comemora o Dia do Comerciário, celebrado neste dia 30, os shopping centers brasileiros reafirmam o seu protagonismo na economia e na vida urbana. Prestes a completar 60 anos, a indústria de shopping segue na vanguarda ao antecipar tendências, diversificar serviços e consolidar-se como um espaço multifuncional.

Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o Brasil atingiu, em 2024, a marca de 648 shoppings em operação, o maior número de inaugurações desde a pandemia. E a projeção para 2025 é ainda mais otimista: espera-se um faturamento de R$ 201,6 bilhões e a abertura de 17 novos empreendimentos no país.

“Hoje, os shopping centers não são apenas destinos para compras. São locais onde o consumidor resolve pendências bancárias, consulta com médicos e dentistas, frequenta academias, participa de eventos culturais, leva os filhos para brincar ou simplesmente encontra um ambiente climatizado e seguro para passar o tempo”, afirma Isabella Alencar, superintendente do Parque Shopping Maceió.

Isabella lembra que o shopping foi inaugurado em 2013 e, atualmente, é um dos maiores vetores de crescimento econômico da capital alagoana. O empreendimento conta com 200 lojas, 15 marcas internacionais e estacionamento para cerca de 2.000 vagas.

A superintendente destaca, ainda, que o mall está se preparando para a sua primeira expansão no piso L3, que contará com espaço para 45 novas lojas, como por exemplo, Lacoste, Maria Filó, Ciao, NV e Garage.

Mais presença no interior do país


O desempenho positivo do setor é comprovado pelos números. Em 2024, o segmento registrou um faturamento de R$ 198,4 bilhões em vendas no Brasil, representando um crescimento de 1,9% em relação ao ano anterior. O fluxo de visitantes também aumentou: de 462 milhões mensais em 2023 para 476 milhões em 2024, uma alta de 2,9%.

No Nordeste, há atualmente 109 shoppings em operação — o que representa 16,8% do total nacional — distribuídos por 53 cidades. A presença do setor na região gera mais de 205 mil empregos diretos e recebe pelo menos 95 milhões de visitantes por mês. Ao todo, são 23.192 lojas ativas, movimentando a economia local e regional.

Outro dado relevante é a descentralização: 46% dos shoppings do Brasil estão localizados em cidades com menos de 500 mil habitantes, mostrando que o modelo de negócio segue relevante não apenas nos grandes centros urbanos.

Apesar da expansão acelerada, o comércio eletrônico brasileiro ainda enfrenta desafios significativos


De acordo com dados do Observatório do Comércio Eletrônico Nacional, o setor movimentou R$ 225 bilhões em 2024, um crescimento de cerca de 14,8% em relação aos R$ 196 bilhões registrados no ano anterior. Os estados com maior volume de vendas foram São Paulo, com R$ 118,7 bilhões, e Minas Gerais, com R$ 28,7 bilhões. Já Alagoas ocupa a 19ª posição no ranking nacional, com R$ 260 milhões em transações.

Mesmo com esse avanço, a qualidade da experiência digital oferecida ao consumidor ainda é considerada insatisfatória. Segundo o E-commerce Quality Index (EQI), estudo que avaliou 78 lojas virtuais no país, 96% delas não proporcionam uma jornada de compra adequada.

A média nacional de qualidade ficou em 40 pontos numa escala de 0 a 100, abaixo do mínimo aceitável de 60. A pesquisa analisou tanto o conteúdo digital das páginas quanto a clareza das informações disponíveis, identificando falhas que dificultam decisões de compra seguras e conscientes por parte do consumidor.