Economia

Da produção local ao mercado ampliado: apoio do Estado impulsiona cooperativa em Joaquim Gomes

Com produtos zero lactose e sem adição de açúcar, cooperativa feminina amplia vendas, firma parcerias e inspira o cooperativismo em Alagoas

Por Livia Leão e Juliana Gomes / Ascom Sedics e Tatiane Bastos / Ascom Seagri 29/04/2025 10h43
Da produção local ao mercado ampliado: apoio do Estado impulsiona cooperativa em Joaquim Gomes
Feiras de negócios promovem visibilidade e ampliam possibilidades para as cooperativas - Foto: Ascom Seagri

Em Joaquim Gomes, na Zona da Mata Alagoana, um grupo de mulheres tem transformado a realidade da agricultura familiar, provando que o cooperativismo é caminho sólido para o desenvolvimento econômico com inclusão social.

Fundada em 2014, a Cooperativa da Agricultura Familiar de Joaquim Gomes (Coopaf) tem se destacado na produção de alimentos saudáveis, especialmente bolos zero lactose e sem adição de açúcar, e alcançou, em 2024, a marca de mais de 1.900 unidades comercializadas por mês, com expectativa de chegar a 2.500 até o fim do ano.

O salto nos resultados é fruto do esforço das cooperadas e das políticas públicas voltadas para a abertura de mercados para a agricultura familiar e para o fortalecimento do cooperativismo e da economia solidária em Alagoas. A participação da Coopaf na I Feira de Agricultura Familiar e Economia Solidária, realizada pelas Secretarias de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics) em dezembro de 2024, foi um marco importante nesse processo.

A cooperada Maria Cícera Lima dos Santos destaca que, com o cooperativismo sendo uma das prioridades do Governo Paulo Dantas, as oportunidades estão aumentando para o setor. “Essa iniciativa do Governo do Estado é de grande importância. Abriu portas, entraram em contato conosco formando parcerias. Esse trabalho que o governo está fazendo junto com a agricultura familiar é essencial”, afirmou. A cooperativa, localizada em Joaquim Gomes, começou sua trajetória comercializando apenas produtos in natura. Hoje, opera uma fábrica de bolos onde trabalham 16 pessoas, todas cooperadas, em um modelo que vai da roça à industrialização, agregando valor à produção e promovendo geração de renda no município.

“A gente trabalha na roça com a matéria-prima e depois, segue para industrializar e fabricar produtos deliciosos. Cada um faz sua parte: tem quem cuida da fabricação, do forno, da embalagem”, conta com orgulho Maria Cícera.

Além dos canais próprios de comercialização, a Coopaf fornece produtos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), garantindo que alimentos saudáveis e produzidos localmente cheguem às escolas públicas.

Política pública que transforma

O apoio à Coopaf é parte de uma estratégia adotada pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria Executiva do Cooperativismo, Associativismo e Economia Solidária da Sedics, em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura Seagri, a Unicafes Alagoas e outras instituições estratégicas.

O resultado desse trabalho conjunto é visível. De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro, Alagoas conta, atualmente, com 101 cooperativas, reunindo quase 70 mil cooperados e gerando mais de 4.800 empregos diretos.

A história da Coopaf é um exemplo de como o investimento em políticas públicas voltadas à economia solidária pode gerar impacto real na vida das pessoas. Uma trajetória que inspira e que segue em expansão, com o sabor especial de quem aposta no coletivo para crescer.

“A Coopaf é um exemplo vivo de como o cooperativismo transforma realidades quando há investimento e apoio estruturado. O Governo de Alagoas tem atuado para criar um ambiente propício ao crescimento dessas organizações, promovendo não apenas geração de renda, mas também dignidade, inclusão e protagonismo para os agricultores e agricultoras familiares. Esse é o verdadeiro papel das políticas públicas: abrir caminhos e potencializar talentos que já existem nos nossos territórios”, afirma a secretária de Desenvolvimento, Alice Beltrão.

A Feira como ponto de virada

A 1ª Feira Alagoana da Agricultura Familiar e Economia Solidária, que compôs o Circuito Nordestino de Feiras do Consórcio Nordeste, ficou em 4º lugar no volume de vendas durante o evento na região, de acordo com o Instituto Federal do Rio Grande do Norte, um dos parceiros na iniciativa. A feira contou com um espaço para que 50 expositores, e a apresentação de mais de 100 produtos diferentes da agricultura familiar, do artesanato local e demais segmentos da economia solidária de 24 municípios.

“A agricultura familiar tem sido uma das prioridades do governo Paulo Dantas. Quando fortalecemos a produção no campo, esses investimentos precisam também oportunizar que isso chegue até as famílias alagoanas e gere renda para os produtores. A primeira feira foi além de uma vitrine de comercialização; foi um ponto de virada para que os agricultores e artesãos pudessem participar do ambiente de negócios. Em 2025, vamos seguir realizando o Circuito Regional, que vai percorrer nove regiões do estado e será finalizado em Maceió com a realização da 2ª Feira Alagoana”, destacou a secretária de Agricultura, Aline Rodrigues.

O Circuito Regional de Feiras da Agricultura Familiar e Economia Solidária será realizado nos territórios do Alto Sertão (Delmiro Gouveia), Médio Sertão (Santana do Ipanema), Planalto da Borborema (Palmeira dos Índios), Baixo São Francisco (Penedo), Agreste (Arapiraca), Mata Alagoana (União dos Palmares), Litoral Norte (Porto Calvo), Tabuleiros do Sul (Coruripe) e Região Metropolitana (Marechal Deodoro e Maceió).

A participação das cooperativas, associações e empreendimentos da economia solidária será definida por meio de edital público, em parceria com a Unicafes Alagoas. Será uma nova oportunidade para valorização da identidade cultural de cada território e para abrir mercados para os agricultores.