Economia
Combustíveis ficam mais caros a partir deste sábado
Em Maceió, alguns postos já trabalham com novo valor antecipadamente; gasolina sobe R$ 0,10 por litro e diesel R$ 0,06
Até amanhã, dia 1º de fevereiro, as filas nos postos de combustíveis deverão ficar quilométricas. Proprietários de veículos farão de tudo para encher o tanque de combustível antes do próximo reajuste, marcado para o primeiro dia do próximo mês. Embora, alguns postos já estejam trabalhando com o novo valor, de forma antecipada. Existem em Alagoas, 550 postos de combustíveis, dos quais 121 em Maceió.
O reajuste no preço dos combustíveis deverá gerar também uma alta nos índices da inflação. O aumento nas bombas encontra explicação nas alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um tributo estadual. Por ser considerado um preço chave, aumentos de impostos sobre combustíveis tendem a se alastrar por toda economia.
Além da gasolina, o diesel também vai aumentar de preço. Não há previsão de mudanças na tributação do etanol. O tributo sobre a gasolina será elevado em R$ 0,10 por litro, passando de R$ 1,37 para R$ 1,47, enquanto o ICMS sobre o diesel aumentará em R$ 0,06, indo de R$ 1,06 para R$ 1,12 por litro.
O motociclista Jorge Luiz Correia já está preocupado ao fazer as contas de quanto vai gastar para encher o tanque da sua moto que, além de ser o único meio de transporte, é sua fonte de renda já que ele trabalha fazendo delivery.
No Brasil, o preço dos combustíveis é livre, e a decisão de repassar ou não o aumento de tributos cabe aos postos. No entanto, historicamente, esses reajustes costumam ser repassados aos consumidores.
A decisão sobre o reajuste foi tomada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) em outubro do ano passado. Como o ICMS é um imposto estadual, estado tem autonomia para definir suas próprias alíquotas. Desta forma, as alíquotas variam conforme a região e o estado.
O economista Renan Laurentino explicou que a Petrobras abandonou o modelo de reajuste que acompanha a alta do dólar e o mercado internacional, contudo, ele serve de referência.
Então nesse sentido, esses aumentos, mesmo que tenham um período com certo distanciamento de tempo, avaliou, serão sempre necessários porque a Petrobras é uma sociedade anônima, ela negocia ações nas bolsas de valores do Brasil, São Paulo, que é a Bovespa, na Inglaterra, e, claro, precisa ser atrativa para que o investidor compre suas ações, isso é um fato.
Sindicombustíveis esclarece que não interfere na variação de preços
O Sindicombustíveis (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) esclareceu que não possui poder algum sobre a variação de preços dos combustíveis no estado.
Por meio de nota, acrescentou que como entidade representativa dos postos de combustíveis e de seus interesses, não realiza avaliações, pesquisas ou influencia os preços praticados.
“Nosso papel é defender os interesses legítimos dos revendedores, promovendo o diálogo construtivo com as autoridades competentes e buscando condições equilibradas para o setor. Reiteramos que a determinação dos preços dos combustíveis é influenciada por uma série de fatores, como flutuações nos mercados internacionais, políticas de tributação, entre outros, sobre os quais não exercemos controle direto”, salientou.
Por fim, o Sindicombustíveis explicou que permanece comprometido com a transparência e a ética em suas atividades, contribuindo para um ambiente de negócios justo e competitivo.
Na avaliação de Renan Laurentino que é professor da Área de Gestão e Logística na Ufal, os centavos acrescidos ao valor do combustível tem relevância sim. Estamos falando do motorista de aplicativo, do taxista, dos transportes urbanos, municipais, da logística em si, sempre haverá aumento na tabela do frete, por exemplo.
“O modal rodoviário é o maior modal logístico do Brasil, ou seja, tudo é transportado via caminhão com frete mais alto, naturalmente eleva o preço final do produto, seja na gôndola, na arara, seja onde for, ele vai sofrer um relativo aumento. De certo modo, esse reflexo vem, sim, em curto prazo, porque é muito imediatista essa discussão dos aumentos dos combustíveis, sofre a população, que acaba tendo que desembolsar mais e sofrer com essa inflação alta, principalmente no preço dos alimentos. Qualquer aumento no diesel aumenta necessariamente os produtos na gôndola, o preço final acaba ficando um pouco mais salgado”, explicou.
Para driblar o reajuste, não tem alternativa, senão a pesquisa. Renan Laurentino chamou a atenção para a importância dos carros híbridos, dos carros elétricos não só para as pessoas físicas, mas para as pessoas jurídicas também.
“Cabe ao consumidor, fazer malabarismo”, aconselhou citando o exemplo dos que optam por motocicletas, muitas vezes utilizadas transporte e mobilidade, mas também para gerar renda. Em certos casos, a pesquisa precisa ser ainda mais ampla”, avaliou.
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