Economia

Especialista alerta que é preciso repensar com urgência ações eficientes em 2025 para diminuir o impacto do avanço do mar em Alagoas

Marco Lyra aponta 3 ações urgentes que os gestores devem pensar em colocar em prática

Por Claudio Bulgarelli 31/12/2024 17h08 - Atualizado em 31/12/2024 17h18
Especialista alerta que é preciso repensar com urgência ações eficientes em 2025 para diminuir o impacto do avanço do mar em Alagoas
Antes e depois da Praia de Costa Brava, recuperada com o bagwall - Foto: Divulgação

A Ocean Protections, empresa do engenheiro Marco Lyra, especialista em recuperação de praias, atuou nos últimos anos em diversos projetos de proteção costeira, como na praia Ponta Verde e Ipioca, em Maceió; na Barra Nova, em Marechal Deodoro; na Barra de São Miguel; em Japaratinga; e na praia de Costa Brava, em Paripueira. Este último, um caso de sucesso que ganhou repercussão internacional, utilizou dissipadores de energia conhecidos como Sandbag ou Bagwall. A empresa teve um ano importante ao apresentar soluções para a população alagoana, especialmente para os gestores, sobre como proteger as praias do implacável avanço do mar, que compromete a economia marítima e as áreas de lazer da população.

Segundo Lyra, no início de 2021, a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration – USA) divulgou descobertas indicando que a taxa de aumento do nível do mar dobrou no último século e, mesmo que as metas globais de redução de emissões sejam cumpridas, o nível do mar pode aumentar 30 centímetros até 2100. Os estados brasileiros, como Alagoas, já estão sentindo os efeitos do aumento do nível do mar, com enchentes e destruição de áreas urbanas.

Ao finalizar o ano de 2024, Lyra reafirma que "ao investir proativamente em infraestrutura natural e prioridades de conservação, é possível começar a construir proteções para os ecossistemas costeiros que ajudem a proteger as cidades litorâneas, ao mesmo tempo em que criam empregos e reduzem os custos de desastres futuros. É preciso ação para controlar a erosão costeira em áreas urbanas e aumentar a resiliência das comunidades costeiras e suas respectivas infraestruturas".

Para isso, ele aponta três ações urgentes que os gestores devem considerar para 2025:

-> Restaurar e proteger os amortecedores costeiros naturais. À medida que os mares sobem e os furacões aumentam de intensidade, as barreiras entre o mar e as cidades costeiras fornecem proteção vital contra inundações, evitando a destruição da orla pelo avanço do mar.

-> Investir em resiliência antes que ocorra o desastre. Se os estados e municípios estão lutando para se recuperar da crise econômica, muitas cidades costeiras também estão se recuperando de desastres consecutivos. À medida que as condições climáticas extremas aumentam, há necessidade de investir hoje para reduzir o custo de desastres futuros. Cada R$ 1,00 investido na mitigação antes do desastre economiza R$ 6,00 na recuperação de desastres futuros.

-> Melhorar a resiliência da infraestrutura crítica. "É preciso investir em prioridades que ajudem nessa recuperação e, ao mesmo tempo, protejam melhor as pessoas de desastres futuros. É necessário incluir investimentos em infraestrutura natural e na resiliência das cidades costeiras. A prioridade é a adaptação e a recuperação das praias urbanizadas, afetadas pela erosão marinha, construindo obras de defesa costeira que protejam melhor pessoas e bens de desastres futuros", finaliza Marco Lyra.