Economia

Em 10 meses, AL já exportou 74 milhões de quilos de cobre

Por Davi Salsa - Tribuna Independente 11/12/2024 09h32
Em 10 meses, AL já exportou 74 milhões de quilos de cobre
Mineração Vale Verde já fez este ano 25 embarques do minério pelo Porto de Maceió para países como China, Índia, Finlândia e Polônia - Foto: Assessoria

Instalada no município de Craíbas, no Agreste de Alagoas, a Mineração Vale Verde já fez este ano 25 embarques para outros países, totalizando 74 milhões de quilos de minério de cobre para a China, Índia, Finlândia e Polônia.

Os embarques estão sendo feitos pelo Porto de Maceió, consolidando a empresa por inserir Alagoas no mapa das exportações de minério de cobre no mercado internacional.

Com isso, a Vale Verde atingiu a marca de 271,4 mil toneladas secas (dmt) de concentrado de cobre enviadas pelos mares desde que iniciou suas operações em Alagoas, no ano de 2021.

O produto é utilizado para a eletrificação de veículos e outros avanços da revolução energética. 

Segundo dados do Centro Internacional de Negócios de Alagoas (CIN/AL) e da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), no primeiro semestre de 2024, a balança comercial alagoana teve destaques para exportação de açúcar, minério de cobre, tabaco e placas de cerâmica, seguindo a tendência observada em meses anteriores.

Alagoas foi o 6º estado com mais exportações no Nordeste, sendo Craíbas o maior município exportador, por conta do concentrado de cobre beneficiado na Vale Verde.

Segundo a gerente do CIN Alagoas, Dielze Mello, a entrada da mineradora Vale Verde na pauta de exportações do estado tem contribuído para a diversificação do mix de produtos alagoanos que são comprados por outros países, o que fortalece a economia local.

Tremores e rachaduras

Desde o início das atividades da mineradora, em 2021, que as famílias que residem nas proximidades da empresa, mais precisamente nos povoados Lagoa do Mel, Serrote, Torrões, Umbuzeiro, entre outras localidades, denunciam a ocorrência de explosões, tremores de terra e uma série de rachaduras nas residências.

Os técnicos da mineradora negam relação das atividades da empresa e afirmam que estudos de impacto ambiental e de vibração sonora são realizados semestralmente, com explosões controladas que possam provocar movimentações de terra ou danos nas comunidades do entorno da empresa.

No mês de novembro passado, a 8ª Vara da Justiça Federal em Alagoas promoveu audiência de conciliação no curso da ação civil pública ajuizada, em junho de 2023, pela Defensoria Pública da União (DPU), a qual trata dos efeitos da mineração na região de Craíbas.

Na ocasião, houve avanço em dois dos três eixos de atuação do plano de trabalho criado, ao longo do processo, para determinar o que vem causando rachaduras em residências e prejuízos à saúde de moradores no entorno.

No campo da estruturação das defesas civis, ficou acertado o prazo de 15 dias para que a Mineradora Vale Verde do Brasil (MVV) junte ao processo a relação de itens a serem fornecidos para melhoria das Defesas Civis dos municípios de Craíbas e Arapiraca.

Entre os itens a serem fornecidos estão: um veículo para atender as unidades de Craíbas e de Arapiraca; aparelho de GPS; um drone; equipamentos de proteção individual; máquina fotográfica; trenas manuais; bússola; rádio veicular e rádios portáteis; e acesso compartilhado do ambiente de monitoramento da MVV por meio de um link, para acesso 24h aos dados técnicos de gestão da operação da Barragem Serrote.

Além dessas ferramentas, na audiência a MVV se comprometeu a custear um funcionário, por período de 12 meses, para a Defesa Civil de Craíbas, além de fornecer capacitação para os dois órgãos.