Economia

Feira oferece variedade de produtos livres de agrotóxicos e preço justo

Até o sábado (9) cerca de 500 toneladas serão comercializadas em 150 barracas na Praça da Faculdade

Por Lucas França / Tribuna Hoje 06/09/2023 18h51 - Atualizado em 07/09/2023 01h14
Feira oferece  variedade de produtos livres de agrotóxicos e preço justo
Feira oferece uma série de produtos sem agrotóxicos - Foto: Edilson Omena

Batata doce, macaxeira, inhame, frutas, legumes, tapiocas, doces e até galinhas vivas estão sendo comercializados na 22ª edição da Feira da Reforma Agrária, organizada pelo Movimento dos Sem Terra (MST), na Praça da Faculdade, no bairro do Prado. E tudo isso, com preço justo, ao ser considerado que os produtos são livres de agrotóxicos.

Por lá, os valores variam de R$ 1 a R$ 70, por exemplo, a depender do alimento. A batata doce, um dos itens mais procurados segundo os vendedores/agricultores, pode ser encontrada por preços de R$ 3 a R$ 4 o quilo, a macaxeira, a R$ 3, a abóbora está entre R$ 5 e 12, a depender do tamanho e espécie.

E para os consumidores, os valores da maioria dos itens estão convidativos quando se coloca em questão a qualidade do produto e a forma que são produzidos: livres de agrotóxicos.

As consumidoras Solange Viegas e Viva Vilhena dizem que os produtos são de perfeita qualidade e com preço justo. “Já vim em outras edições da feira e sempre levo alguns itens para casa. Acho um valor justo para produtos produzidos sem veneno, sem química. Além disso, estamos ajudando esses produtores, comprando diretamente sem atravessadores", pontuou Solange. Dona Viva completou dizendo que a feira tem uma variedade de itens e tudo de boa qualidade. "Já fiz umas comprinhas".

Solange e Viva não perderam tempo e foram às compras (Foto: Edilson Omena)



Já para a dona de casa Nena, que foi à feira na tarde de hoje [quarta-feira, 6], os valores não estão tão bons assim. “Depende do produto que você for comprar. Alguns estão equiparados ou até mais caros que no supermercado ou outras feiras livres de Maceió. Outros bem em conta, mas como existem muitas barracas, vale pesquisar. Eu cheguei agora e ainda não comprei nada, estou pesquisando e conversando com os comerciantes", comentou.

A consumidora disse que essa não é a primeira vez que frequenta a feira, que antes da pandemia da Covid-19, quando a feira a funcionava já frequentava. “Sempre venho e sempre levo alguns itens para casa. A gente comprar por entender que estamos colaborando com a produção da agricultura familiar e que são produtos de fato de qualidade", acrescentou.

O agricultor José Quintino da Silva, mais conhecido como ‘Abençoado’, do assentamento 1 de Outubro, de Taquarana, no Sertão alagoano, disse que participava do evento há três edições e sempre voltou satisfeito com as vendas.

“Este primeiro dia as vendas não foram tão boas até aqui, mas sei que vai melhorar. As pessoas estão vindo, pesquisando. Creio que isto é normal por ser o primeiro dia. Até sábado com certeza irá melhorar. Nas últimas vezes a comercialização foi muito boa e não tenho do que reclamar. A expectativa é das melhores", explicou Quintino.

De acordo com a organização, ao longo dos quatro dias de programação a feira pretende comercializar cerca de 500 toneladas de alimentos na capital alagoana. Além dos alimentos in natura, quem passa pela Praça da Faculdade ainda pode saborear a diversidade de tapiocas, bolos, doces e ainda conferir o artesanato produzido nos diferentes acampamentos e assentamentos do estado.

De verduras até galinhas vivas estão sendo comercializados (Foto: Edilson Omena)



“Esse ano estamos com cerca de 150 feirantes vindos de todas as regiões de Alagoas, trazendo para Maceió uma mostra da diversidade do que é produzido nas áreas de Reforma Agrária”, comentou Margarida da Silva, da direção nacional do MST.

Ainda de acordo com Margarida, a estimativa das 500 toneladas é simbólica para a feira de 2023: “apesar das tentativas de criminalização da luta do MST pela democratização do acesso à terra, a gente segue cumprindo nosso papel de produzir alimentos saudáveis para levar na mesa de quem vive nas cidades”.

Vinda do Acampamento Marielle Franco, Angélica Souza trouxe doces e farinha de mandioca para Maceió e destacou a importância da Feira para esse encontro do campo com a cidade. “Estamos trazendo produtos de qualidade, sem agrotóxicos, em uma produção que ganha o campo e a cidade. Aqui nós estamos mostrando para a cidade os motivos da nossa luta pela terra”.

A feira da Reforma Agrária começou nesta quarta-feira (6) e segue até o sábado (9). A feira também conta com uma vasta programação cultural e artística.  

Feira oferta uma variedade de produtos vindos de assentamentos de todas as regiões de Alagoas (Foto: Edilson Omena)

Confira programação completa:
Quarta-feira (6):

Palco da Praça Central
Afoxé Odô Iyá
Zeza do Coco
Andréa Laís
Chico César

Quinta-feira (7)

Palco Raquel Xukuru-Kariri
Contação de Histórias
Apresentação Teatral: Igreja Dialética de Brecht
Palco da Praça Central
Anderson Fidellis
Tequilla Bomb
Bento Forrozeiro

Sexta-feira (8)

Palco Raquel Xukuru-Kariri
Performance - A Carne, com Mary Vaz
Palco da Praça Central
Samba de Roda Posú Betá
Gabriela Cravicanela
Mel Nascimento

Sábado (9)

Palco Raquel Xukuru-Kariri
Apresentação Teatral: Manso, do Coletivo Volante
Bumba minha vaca
Palco da Praça Central
Chau do pife
Os Verdelinhos e Comunidade Azul

Rafa Quintino