Economia

Comércio de Maceió inicia contratações para final de ano

Vendas têm aumentado com a proximidade da Black Friday, Copa do Mundo e Natal e lojistas já selecionam temporários

Por Luciana Beder - colaboradora / Tribuna Independente 22/10/2022 08h35
Comércio de Maceió inicia contratações para final de ano
Vendedora Rayane Lima conseguiu primeira oportunidade de carteira assinada neste mês de outubro - Foto: Edilson Omena

Com a proximidade da Black Friday, Copa do Mundo e Natal, as lojas do Centro de Maceió já iniciaram as contratações temporárias. De acordo com a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), mais de 680 mil vagas temporárias devem ser geradas neste quarto e último trimestre (outubro, novembro e dezembro) em todo o país.

Uma loja de eletrônicos já realizou todas as contratações para que os colaboradores tivessem mais tempo para treinar, antes das datas sazonais como a Black Friday. “Já que é um mês que tem um fluxo muito grande, a loja procurou se preparar para proporcionar uma boa experiência para os clientes. Já têm dois meses que o pessoal foi contratado. E a maioria das pessoas que entram continuam”, afirmou o vendedor Wallace Macário.

Outra loja, no Centro da capital, contratou seis funcionários para os cargos de vendedor, caixa e serviços gerais, e pretende empregar mais dez, antes do próximo mês. “Esse é o período de maior demanda. Contratamos muitas pessoas que estão em busca do primeiro emprego, damos oportunidade e gostamos de ensinar. Geralmente, essas pessoas mostram muita vontade e quem se destaca costuma ficar definitivo”, disse a gerente Camile Santos.

Já uma rede de lojas de sapatos está recrutando cerca de 200 funcionários para começarem a trabalhar a partir do dia 15 de novembro. “Começamos, no início de outubro, a triagem, recrutamento para seleção. Sabemos que terá a Copa, mas estamos muito otimistas com o Natal, em dezembro. Esperamos 10% a 15% a mais em vendas. É um mês propício para que a gente ultrapasse nossas expectativas”, explicou o gerente Linderley Xavier.

Ainda de acordo com o gerente, muitos trabalhadores podem ser efetivados, após o tempo do contrato. “Nós temos a chamada retenção de talentos. Então, aquela pessoa que têm uma desenvoltura melhor, que se adapta ao comércio, com certeza, a gente aproveita”, afirmou Xavier.

A vendedora Rayane Lima conseguiu o primeiro emprego de carteira assinada neste mês de outubro. “Assinaram minha carteira no dia sete. Para quem estava desempregada e precisando, está sendo muito bom. Sempre trabalhei com vendas, mas de maneira informal, não tinha carteira assinada. Agora, estou morando de aluguel e pagando com o meu salário”, disse Lima.

Rhayssa Lopes é outra funcionária que conseguiu o primeiro emprego e espera ser efetivada, após o tempo do contrato. “Estou na minha segunda semana. Já tinha o desejo de ter a carteira assinada e estou muito contente. A equipe é ótima, espero continuar e crescer dentro da empresa. A loja dá essa oportunidade de crescimento para os colaboradores, eles nos incentivam a dar o nosso melhor. Já tinha participado de outras seleções, deixado o meu currículo em outras empresas, mas não tinha sido chamada”, contou.

O José Adelson foi contratado para serviços gerais, há 20 dias, e também está animado com a oportunidade. “Eu já tinha trabalhado de tudo, serviços gerais, principalmente, é o que mais tenho na carteira de trabalho. Fiquei desempregado, após 14 anos em uma empresa, passei um bom tempo parado e com a pandemia ficou mais difícil ainda. Estou gostando muito do que eu faço e espero continuar”, afirmou.

Hotelaria sofre com a falta de mão de obra qualificada

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Alagoas (ABIH/AL), André Santos, a hotelaria realiza contratações, mas não com o volume da área comercial. “A maioria dos hotéis, hoje, já têm uma equipe para a alta temporada. Então, a contratação ocorrerá, mas numa proporção menor do que as lojas de varejo. Hoje, não posso dizer com exatidão o volume de contratações que nós vamos ter, mas teremos contratações”, explicou.

Santos destacou que o setor hoteleiro tem sofrido com a falta de mão de obra especializada, desde o período da pandemia, quando boa parte dos funcionários foi demitida. “Nosso problema de mão de obra está sendo até no sentido básico que falamos, na área de garçom, cumim, camareira, recepcionista e mensageiro. Outro problema gravíssimo está sendo também na área de manutenção predial, ter equipe de manutenção permanente”, disse.

Ainda de acordo o presidente da ABIH/AL, eles têm buscado uma solução para médio e longo prazo, devido à construção de novos hotéis e resorts no estado. “Estamos preocupados porque novos hotéis estão sendo construídos. Temos 15 hotéis sendo construídos aqui no estado, previstos para daqui a dois, três anos. Isso pode acarretar ainda mais, vai demandar mais mão de obra qualificada, que nós não temos. Aí a empresa acaba tendo que qualificar, sendo um custo maior para ela”, afirmou Santos.