Os consumidores maceioenses têm sentido dificuldade até para manter higiene pessoal e limpeza da casa. De janeiro a julho, os itens de higiene pessoal aumentaram, em média, 7,39%. Já os produtos de limpeza acumulam alta de 11,53%, mais que o dobro da inflação acumulada até julho.

Segundo o economista Diego Farias, os preços foram impactados pela alta do dólar e falta de matéria-prima para a indústria.

“Os produtos de higiene, em sua grande maioria, utilizam produtos importados e, com o aumento do dólar, estão repassando para os preços ao consumidor final. Além desse aumento do dólar, temos a falta de matéria-prima como segundo fator agravante. A guerra acionou um start, mas é o aumento da renda global que faz com que a população em geral adquira mais produtos de higiene”, explicou o economista.

Sabão líquido, sabão em pó, sabão em barra, papel toalha, papel higiênico, desodorante, sabonete e creme dental são alguns dos produtos de limpeza e higiene pessoal que estão mais caros nos supermercados. E, para manter a casa limpa e a higiene pessoal em dia, muitos consumidores procuram as famosas promoções.

A dona de casa Maria da Conceição procura sempre levar os produtos com preço promocional. “Tudo está um absurdo. Geralmente, eu compro o sabão líquido porque acho que rende mais, mas o preço está muito salgado. Sempre procuro ver se tem promoção, mas se estiver precisando, o jeito é levar pelo preço que estiver. Os produtos aumentam o preço e o salário continua o mesmo”, disse.

Já a aposentada Gorete de Lima procura economizar comprando somente quando o produto acaba em sua casa. “Sabão em pedra está demais, peguei agora R$ 14. Comprei porque não tinha outra opção, mas estou levando só um. Eu compro e vou repondo quando vai acabando”, explicou.

Para manter higiene e não estourar orçamento, consumidor substitui marcas

De acordo com o presidente da Associação dos Supermercados de Alagoas (ASA), Raimundo Barreto, apesar do aumento nos preços, não houve redução nas vendas. “Os supermercados continuam vendendo normalmente, não houve queda nas vendas. Têm muitos consumidores que trocam de marca, procuram uma mais barata, mas não registramos redução nas vendas”, afirmou.

A diarista Vera Lúcia é uma das consumidoras que tem trocado de marca para levar o produto sem comprometer o orçamento. “Os produtos de limpeza, no geral, aumentaram bastante. Sabão em pedra, que a gente comprava por R$ 8, R$ 9, agora está R$ 15, R$ 16. Um absurdo. Sabão em pó também. A gente comprava de um quilo por cinco e pouco e já está R$ 8. Hoje em dia, não vou mais pela marca, vou pelo preço mesmo. E, onde vejo promoção, compro”, contou.

A funcionária pública Angela Karine também tem adotado a substituição de marca e buscado promoções para manter a higiene. “Sabão em pedra, sabão em pó, sabonete, tudo aumentou. Eu venho nos dias de promoção, mas, quando não tem promoção e, realmente, estou precisando, troco de marca e levo a que está mais em conta”, afirmou.

Para o consumidor aliviar um pouco o bolso, Farias indica comprar no atacado. “Como esses itens não são perecíveis, tem um prazo de validade esticado, comprar em grandes quantidades para aproveitar o desconto no atacado. Quase todos os itens de limpeza/higiene têm promoções “barganha”, que é compre mais um produto e ganhe X % de desconto”, disse o economista.

Farias afirmou ainda que é possível que o consumidor sinta redução dos preços nos próximos meses. “Nos últimos cinco dias, tivemos uma queda no dólar. Se manter esse ritmo, já podemos sentir nos próximos meses a redução nos preços dos produtos de higiene e limpeza”, contou.