Com os preços da gasolina e, principalmente, do diesel nas nuvens, muitos motoristas acreditam que abastecer com álcool seja a saída. Para saber qual combustível é mais viável é necessário avaliar o rendimento de cada um. Segundo o economista Victor Emmanuel, se o álcool estiver mais barato 30% que a gasolina, vale a pena abastecer, isso porque o etanol só possui 70% do poder calorífico da gasolina.

“É bem simples fazer esse tipo de conta, é só multiplicar o preço da gasolina por 0,70. Se o resultado for menor que o preço do etanol, é indicado abastecer com gasolina”, explicou o economista.

Considerando que cada estado tem um valor de cobrança para os impostos, margem de lucro e frete de transporte da refinaria para os postos, um combustível pode compensar mais que o outro em cada local. Em Alagoas, o regime fiscal do ICMS em vigor repete o regime fiscal praticado em Pernambuco e nos outros estados do Nordeste, mas esse regime, vigente nos demais estados, foi implantado em Alagoas somente a partir de 2018.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool (Sindaçúcar-AL), Pedro Robério Nogueira, a adoção desse regime de crédito presumido do ICMS em Alagoas cria um ambiente mais favorável para a competição do etanol produzido por Alagoas com os demais estados do Nordeste.

“Nos demais estados da região, já vigorava há mais de 10 anos, retirando a competitividade na comercialização do etanol produzido em Alagoas. Além de criar um ambiente mais favorável para a competição, eleva a nossa produção e os empregos setoriais no estado”, afirmou.

O presidente do Sindaçúcar-AL ressaltou ainda que muitas medidas vêm sendo implementadas para que o etanol, de fato, em todo o território nacional mantenha um preço competitivo com a gasolina.

“Está na fase inicial o processo de comercialização direta dos produtores aos Postos Revendedores, a aplicação do preço médio do etanol, base para a incidência do ICMS, em valores menores mais realistas em relação ao efetivamente praticado no mercado e, por fim, uma alíquota efetiva final sobre o produto que assegure a competitividade com a gasolina”, disse Pedro Robério Nogueira.

Além de fazer o cálculo que avalia o rendimento de cada combustível, outros fatores também podem ser levados em consideração. Cada veículo possui a etiqueta Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), um selo verificado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Através desse selo é possível saber com detalhes o rendimento dos modelos flex, com álcool e gasolina, na cidade e na estrada.