Economia

Reajuste nacional dos medicamentos preocupa consumidores alagoanos

Aumento foi autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão da Anvisa

Por Sirley Veloso - colaboradora com Tribuna Independente 02/04/2022 12h47 - Atualizado em 02/04/2022 18h43
Reajuste nacional dos medicamentos preocupa consumidores alagoanos
Reajuste de 10,89% a partir deste sábado preocupa Renata Melo - Foto: Edilson Omena

Gestante, Renata Melo afirmou que, já está pensando, no pós-parto. “Sempre tem algum medicamento e criança também precisa. Eu já tenho mais duas filhas. Está impossível. Tudo absurdamente caro”. A declaração de Renata veio após ela saber dos reajustes dos remédios que vão ficar até quase 11% mais caros.

O aumento foi autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e já começa a ser aplicado a partir deste sábado.

A diarista Rosângela Firmino usa medicamentos contínuos para pressão e diabetes. “O que salva são os programas de governo. Pego Losartana, para controlar a minha pressão e Glifage para a diabete, mas ainda tenho que gastar com outros medicamentos para alergia e também com analgésicos, constantemente”, afirma.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Alagoas (Sincofarma/AL), José Antônio Vieira, diz que, a partir deste sábado, os distribuidores de medicamentos já faturam para as farmácias com reajuste. “E as farmácias já estão autorizadas a repassar ao consumidor com a correção de preço”, afirmou Vieira.

O presidente Sincofarma/AL afirma que todos os medicamentos sofrerão reajuste. “Mas deve levar em torno de trinta dias para que o repasse aconteça totalmente. 10,89% é o reajuste máximo. Sobre os produtos de baixa concorrência, o índice de correção será menor, enquanto que para os que têm maior concorrência serão aplicados índices mais altos”, explicou Vieira.

Ele diz ainda que hoje existe uma grande concorrência entre a indústria farmacêutica. “Principalmente a de medicamentos genéricos e similares, o que faz o produto chegar às farmácias com descontos. Esses descontos são consequentemente repassados para o consumidor, então, o reajuste acaba se diluindo”, garante.

O vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL), Daniel Fortes, diz que o reajuste anual de medicamentos de 10,89% superou o do ano passado, que foi de 10,08%, mas mesmo assim foi dentro do esperado. “Agora cada estabelecimento tem sua política de descontos, que varia de acordo com o volume de compras, negociações junto às distribuidoras e à própria indústria, que pode baratear o valor desse medicamento para o consumidor final”, explica.

Fortes recomenda ao “consumidor procurar pesquisar diferentes redes, solicitar programes de descontos junto às farmácias ou aos laboratórios, além de conversar com o médico para fazer, se possível, substituições terapêuticas por medicamentos genéricos ou similares, que são taxados como intercambiados pela Vigilância Sanitária”.

Remédios como anticoncepcionais e para doenças crônicas, como diabetes, asma e hipertensão, podem ser adquiridos por meio do Programa Farmácia Popular. Para isso, é preciso se dirigir até uma farmácia que possui a logo “Aqui tem farmácia popular” ou a uma Unidade Básica de Saúde (UBS), que conte com o serviço, munido de receita médica, documento de identidade e CPF.