Economia

Rio Largo: "Capital e trabalho têm que andar de mãos juntas”, destaca Gilberto Gonçalves

Prefeito ampliou a estrutura do comércio e da indústria local e recebeu o prêmio Prefeito Empreendedor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)

Por Tribuna Independente 15/12/2021 09h47
Rio Largo: 'Capital e trabalho têm que andar de mãos juntas”, destaca Gilberto Gonçalves
Reprodução - Foto: Assessoria
Nascido em Murici e desde os três anos cidadão riolarguense, Gilberto Gonçalves nasceu em uma família pobre, filho de um feirante e uma dona de casa, estudou em escolas públicas e sempre teve “o sonho de um dia ser prefeito”. Com 59 anos, Gilberto Gonçalves vai para o segundo mandato à frente do Executivo Municipal, é casado e pai de três filhos, e já foi o deputado estadual e prefeito mais votado da história de Rio Largo, reeleito em 2020 com quase 60% dos votos (58,89%). “Político é aquele cara que acorda às seis da manhã, já começa a convocar os secretários, para visitar postos de saúde. Aqui é proibida a demanda reprimida para exames médicos, a pessoa precisa dele para as cirurgias; é proibido faltar comida na mesa do cidadão. Por isso tenho hoje 86% de aprovação. Sou um cara inquieto, quando vejo alguém com fome, com falta de saúde, precisando de dignidade, aumenta minha inquietude. Uso o poder a favor do povo, o capital e o trabalho têm que andar de mãos juntas”. Por ampliar a estrutura do comércio e da indústria local, ele recebeu o prêmio Prefeito Empreendedor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Tribuna Independente Municípios – Em seu primeiro balanço de governo o senhor usou o slogan “Rio Largo como você nunca viu”. Como você encontrou o município e como o vê agora, em quase dois anos de mandato? Gilberto Gonçalves – Encontrei a cidade de Rio Largo totalmente deteriorada, sem credibilidade, onde nenhum prefeito eleito nos últimos 30 anos conseguiu terminar o mandato. Isso trouxe destruição, Rio Largo chegou a ser uma das cidades mais violentas do país. A juventude não tinha mais esperança, precisava de alguém que tivesse sentimento humano e sensibilidade para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Para isso estamos aqui. Tribuna Independente Municípios – Mas certamente não está sendo fácil essa retomada, tanto do crescimento econômico como do social. Como trabalhar essa realidade diante de uma crise e desafios como a pandemia? GG – A pandemia está sendo mais um desafio a ser vencido, tivemos problemas grandes para resolver e tomar pé. Tomamos decisões de choque, quebrando coisas que poucos teriam coragem, para realizar uma gestão baseada na ordem e no progresso, e respeito. Alguém que tomasse as atitudes que tomei. Tribuna Independente Municípios – Mas o motor de combustão desse novo modelo de gestão é mesmo a economia, não é? A prefeitura adotou uma política proativa de captação de novas indústrias e com isso vê o número de empresas crescendo no Distrito Industrial, e em consequência o aumento de geração de emprego e renda? GG – Rio Largo era um município que dependia muito exclusivamente da monocultura da canade-açúcar, não só a cidade, mas a Zona da Mata inteira. Os filhos da terra só tinham uma opção, trabalhar aqui no corte ou ir para o Sul e Sudeste. Essa era a opção de uma pessoa ou pai de família pobre. Mas acertamos em cheio nessa área, buscamos grandes empresas do país, que estão investindo forte em Rio Largo. A Nordeste Mais, do grupo Predilecta, que recebeu concessões de benefícios fiscais do município, e hoje investe R$ 150 milhões na construção da fábrica, e já gerando empregos. Eles acreditaram tanto que já duplicaram a planta. Tribuna Independente Municípios – Que outras empresas estão chegando? O senhor falou inclusive de uma fábrica de celular no Distrito Industrial. É isso mesmo? Quando eles vão aportar aqui? GG – Essa fábrica vai revolucionar a região. É a empresa Flay, que vai montar celulares da sul-coreana Samsung. Já chegamos ao processo de incentivo, e ainda este ano vamos anunciar sua construção. A empresa vai gerar em torno de mil empregos. Estamos fazendo a doação de 10 hectares para a construção do projeto. A perspectiva é de gerar sete mil empregos até junho de 2022, com o apoio da iniciativa privada e os investimentos do município, que são os empregos e obras públicas que estamos construindo em áreas como a saúde e a educação. Tribuna Independente Municípios – Qual a sua visão de uma cidade como Rio Largo no futuro? Como se preparar para essas mudanças estruturais? Na geração de emprego e renda, por exemplo, a juventude precisa de qualificação para conquistar as oportunidades. Isso lhe preocupa? GG – Estamos lançando vários programas de capacitação de jovens, estamos trazendo o Instituto Federal de educação profissional, que começaremos a construir em janeiro, com dinheiro na conta e a doação do terreno já feita. Nesses programas de incentivo temos hoje mais 1.500 vagas para cursos profissionalizantes, em parceria com o Senai e o Senac. Talvez você não saiba, mas 25% dos empregos na hotelaria de Alagoas saem daqui de Rio Largo. Por isso penso em construir um hotel-escola no setor, para investir na qualificação. Vejo o futuro de Rio Largo como uma cidade desenvolvimentista, com geração de emprego, educação e saúde de qualidade. Quero transformar Rio Largo em uma Finlândia e pagar o maior salário aos professores. O professor tem que ser tratado como uma pérola, tem que chegar na sala de aula alegre e ganhando bem, com a alma leve e feliz. A prefeitura está fora do Cauc, da Secretaria do Tesouro Nacional (que verifica o cumprimento dos requisitos fiscais para fins de recebimento de transferência pelos gestores de entes políticos). O salário do servidor e pagamento dos fornecedores estão em dia, as obras estão avançando com escolas, creches e alimentação.