Economia

Mulheres pretas ou pardas dedicam dobro de tempo dos homens ao trabalho não remunerado

Levantamento revela ainda que Alagoas segue a tendência observada para a média Brasil

Por Agência IBGE 04/03/2021 18h27
Mulheres pretas ou pardas dedicam dobro de tempo dos homens ao trabalho não remunerado
Reprodução - Foto: Assessoria
O IBGE divulgou nesta quinta-feira (4) as “Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) e outros levantamentos. De acordo com a publicação desta quinta, as mulheres pretas ou pardas alagoanas dedicavam, em 2019, uma média de 21,7 horas semanais ao trabalho não remunerado, representado no estudo pelos cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos. Já os homens brancos e os pretos ou pardos dedicavam o mesmo tempo: 11,6 horas. O resultado revela ainda que Alagoas segue a tendência observada para a média Brasil, segundo a qual as mulheres pretas ou pardas dedicavam 22 horas semanais contra as 10,9 horas semanais dos homens brancos. Na análise com os demais estados do país, os homens brancos alagoanos, ao lado dos fluminenses, eram os que mais destinavam o tempo ao trabalho não remunerado. De um modo geral, a diferença entre homens e mulheres alagoanos era a 12ª maior do Brasil. AL tem a 7ª maior participação das mulheres nos cargos gerenciais A pesquisa também mostrou que, em 2019, 42% das pessoas ocupadas em cargos gerenciais em Alagoas eram mulheres, proporção que posiciona o estado alagoano acima da média observada para o Nordeste (40,9%) e para o Brasil (37,4%). Na comparação com as demais unidades da federação, o estado aparece atrás somente do Piauí (53%), Roraima (47,3%), Acre (46%), Pernambuco (45,1%), Sergipe (43,5%) e Rio de Janeiro (43%). Em 2012, ano de início da série histórica, a proporção de mulheres em Alagoas ocupando cargos gerenciais era de 36%. À época, o estado alagoano tinha registros abaixo da média regional (37,8%) e nacional (36,8%). Participação das mulheres na Polícia Civil em Alagoas é de quase o dobro em relação à Militar Dos 6.561 policiais no efetivo ativo da Polícia Militar de Alagoas em 2019, 567 (8,6%) eram mulheres, o que coloca o estado com uma das menores proporções do Brasil nesse indicador. Abaixo ficaram apenas Santa Catarina e Mato Grosso (ambos com 8,2%), Piauí (7,5%), Ceará (3,8%) e Rio Grande do Norte (2,4%) O Acre possuía os mesmos 8,6%, enquanto a média para o Brasil era de 11%. Já a Polícia Civil de Alagoas contava com 400 mulheres (20,4%) no efetivo ativo de 1.963 policiais. Essa proporção era a terceira mais baixa do país em 2019, à frente somente do Maranhão (19,4%) e do Piauí (15,8%). Em 2014, o outro ano tomado como base de comparação para esses indicadores, o estudo aponta que as mulheres eram 11% do efetivo ativo da Polícia Militar em Alagoas e 19,2% do efetivo da Polícia Civil.