Economia

Em audiência pública, população se mostra contra reajuste da tarifa de energia em Alagoas

Aneel abre espaço para discussão da proposta da Equatorial Alagoas em audiência pública; aumento de tarifa pode ser de 12%

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 07/03/2020 11h05
Em audiência pública, população se mostra contra reajuste da tarifa de energia em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
A audiência pública sobre o reajuste na tarifa de energia elétrica em Alagoas foi marcada por reclamações de usuários e autoridades. A audiência proposta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)  ocorreu na sexta-feira (6) para ouvir a população em relação ao reajuste de 12% pedido pela Equatorial Distribuição Alagoas. O aumento depende da Agência para entrar em vigor. Segundo a Equatorial, o reajuste está previsto no contrato de concessão firmado no ano passado. De acordo com o superintendente adjunto da Aneel, Giácomo Almeida o último reajuste previsto para ocorrer na tarifa em Alagoas foi em 2017. O debate foi presidido pelo diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Rodrigo Limp. A Equatorial Alagoas não enviou representantes à audiência pública. Representantes de associações de bairro, lideranças comunitárias, agricultores e usuários também estiveram presente e utilizaram o espaço para criticar a empresa. Um dos presentes na audiência, o deputado federal Marx Beltrão (PSD) questionou o pedido de reajuste tarifário. Ele disse ainda que ingressou com ação no Ministério Público Federal (MPF) questionando os custos e subsídios do governo na concessão. Segundo o parlamentar não existiriam custos excessivos que justifiquem o reajuste. “Lamento muito a gente ter tido o desprazer de ter sido comunicado de uma proposta de aumento de 12% na tarifa. Lamento estar aqui discutindo o aumento de energia no momento em que as pessoas sequer conseguem pagar suas contas em dias, quanto mais aumentar em 12%. Quando uma empresa é privatizada o intuito é ter o serviço melhorado e receber aceitação da população. Claro que a empresa antiga tinha muitas reclamações, mas nada se compara ao que temos vivido hoje. Entrei formalmente no MPF solicitando informações das contas. E já comecei a colher assinaturas no Congresso para abrir uma CPI para saber como ocorreu o processo de privatização. Uma MP editada no apagar das luzes do governo anterior (...) Primeiro as empresas façam suas obrigações e depois peça o reajuste. Que eu tenho certeza que a população não irá reclamar da maneira que vem reclamando”, afirmou. A deputada estadual Jó Pereira (MDB) também se posicionou de forma contrária ao reajuste pouco mais de um ano após a chegada da empresa no estado. “Onde a gente pode comprar energia mais barata? É monopólio. É por isso que temos que cuidar e olhar com lupa o contrato de concessão. Não podemos considerar que com menos de um ano do contrato de concessão já estejamos falando de reajuste tarifário. Temos que analisar os números. A capacidade de pagamento população esgotou, e não só pra pagar energia elétrica. A dona de casa já queima lenha porque não tem dinheiro para comprar o bujão. Nós não podemos simplesmente olhar números frios e dizer que a tarifa vai aumentar 12%. A equatorial tem direito de pedir, mas não pode ser concedida com tão pouco tempo de concessão e com os resultados que vem chegando”, falou a parlamentar.