Economia

Panificadoras lucram com período junino e Copa do Mundo

Comerciante diz que demanda por comida típica aumenta 100%; atendimento diferenciado visa atrair clientes

Por Daniele Soares com Tribuna Independente 26/06/2018 08h45
Panificadoras lucram com período junino e Copa do Mundo
Reprodução - Foto: Assessoria
Uma panificadora no bairro Serraria, em Maceió, inicia as vendas de produtos típicos no final do mês de abril. A comercialização dos produtos da época vai até o início de julho. Porém, com o ano de Copa, as vendas de 2018 vão se estender até o final dos jogos, quando o consumo também cresce devido às reuniões de amigos e familiares. Conforme o proprietário do estabelecimento, Clodoaldo Nascimento, um cardápio especial é montado só de alimentos derivados do milho e o resultado das vendas sempre é satisfatório. “Nossas vendas crescem 100% com a saída dos produtos típicos, em relação aos meses anteriores. Fazemos uma campanha junina bem atraente para chamar a atenção do cliente. Colocamos artigos que remetem às festas juninas por todo o espaço do nosso estabelecimento, como bandeiras de chita e balões. Também, já aproveitando a Copa, colocamos artigos verde e amarelo. E todos os nossos atendentes estão vestidos a caráter. Dessa forma sabemos que chamamos mais atenção do cliente e mostramos que estamos no clima das festas. Período junino com certeza é retorno garantido”, alega Clodoaldo. Durante o mês junino, para atender a maior demanda, uma outra panificadora localizada na via Expressa, bairro Antares, faz um atendimento diferenciado. Ela monta uma banca fora do estabelecimento só de produtos de milho para atender especificamente os clientes interessados na compra dos produtos típicos do São João. De acordo com a atendente Monique Vitória, os alimentos que mais saem são pamonha, canjica e milho. “O Movimento de clientes em busca de produtos juninos sempre é bem grande nesse período. Por isso decidimos atender ao público de forma diferenciada. Começamos a comercializar os alimentos típicos no início do mês de maio. A partir das 16h a banquinha começa a funcionar e vai até às 21h”, informa a atendente. Produto final traz mais comodidade   Wyara Rosangela é daquelas consumidoras que aguardam o período junino para fazer a festa de compras. Ela afirma que prefere comprar o produto pronto que ter o trabalho de fazê-lo. “Eu sempre compro pronto por conta da praticidade. Primeiro porque não sei fazer muita coisa. Segundo porque eu também não quero ocupar meu tempo em casa fazendo algo que eu posso comprar pronto”, diz Rosangela. A respeito dos valores dos produtos, a consumidora, informou que não achou nada fora do comum. “Estou satisfeita com os valores. Inclusive, se eu ver uma banca na rua eu também paro e compro. Pra mim o importante é aproveitar as festas pra consumir os produtos, porque quando acaba, só ano que vem”, afirma. [caption id="attachment_111951" align="aligncenter" width="550"] Para Socorro Martins, junho é o melhor mês do ano; todos os dias ela compra alguma comida de milho (Foto: Adailson Calheiros)[/caption] Abordada na fila do caixa de uma das panificadoras, a consultora de vendas, Socorro Martins, estava com dois potinhos de canjica. Para ela, junho é o melhor mês do ano e todo dia ela precisa passar no estabelecimento para comprar alguma comida de milho. “Por conta da comodidade sempre compro as comidinhas aqui. Acho mais cômodo também, pois em casa só moram eu e meu esposo. Canjica, pamonha e bolo de milho é o que mais comemos. Então, quando largo do trabalho passo aqui rapidinho e compro algum derivado de milho”, explica Socorro. MILHO O milho é um alimento muito nutritivo e completo. Quando consumido seco, é considerado um cereal e quando está na sua forma mais fresca é considerado um legume. De acordo com o nutricionista Renato Duarte, o milho contém quase todos os aminoácidos. Ele é rico em fibras, possui proteínas, vitaminas A e vitaminas do complexo B, ferro, potássio, fosforo, cálcio e celulose. Ótima fonte de carboidratos. Não contem glúten, o que o permite ser consumido por celíacos. Sua fibra favorece ao controle intestinal e, por ser de baixo índice glicêmico, é um alimento que pode ser consumido também por diabéticos. Porém o nutricionista faz um alerta ao consumo do milho em excesso. “Seu consumo em alta quantidade pode predispor a formação de depósitos de gordura no nosso organismo. Pois é um alimento calórico. Por essa razão, não se recomenda uma ingestão que possa ultrapassar a quantidade de calorias médias, que um indivíduo deve ingerir em um período de 24 horas. O ideal é que a pessoa consuma abaixo de 450 gramas por dia”, explica Renato Duarte.