Economia
Meirelles vê sinais de PIB maior, mas previsão de alta segue em 0,5% para 2017
Em fórum sobre liberdade de imprensa na OAB, em Brasília, ele disse, porém, que atividade terá queda no segundo trimestre deste ano
Ele afirmou que a recessão foi muito forte no país nos últimos anos, mas que a economia já voltou a crescer no primeiro trimestre deste ano. "Se formos o ver o que está acontecendo na economia, o fluxo de veículos nas estradas teve aumento de 10% no trimestre. É muito. Produção de cixa de papelão ondulado subiu 15%, é bastante. A produção de veículos subiu 13% o licenciamento cresceu 24%", disse ele.
Henrique Meirelles afirmou, porém, que o ritmo de crescimento não será linear neste ano. Ele afirmou que o nível de atividade deve recuar no segundo trimestre deste ano. "No primeiro trimestre, há divulgação de uma série de itens que mostram que a economia já cresceu bastante e que deve estar crescendo a um ritmo de 3% ao ano. Esperamos que caia um pouquinho no segundo e volte a se recuperar e volte a esse ritmo no decorrer do segundo semestre", afirmou ele.
De acordo com o ministro da Fazenda, se houver "evidências sólidas" de que o PIB vai crescer mais de 0,5% neste ano, o governo fará uma revisão para cima do indicador. "Por enquanto estamos mantendo em 0,5% [de alta] e analisando cuidadosamente os novos dados para saber se justifica qualquer previsão de aumento. Agora se pegarmos o crescimento durante o ano, do começo ao final, é de 2,7% e isso é que é importante. É um crescimento sólido", declarou.
Efeito da Lava Jato na atividadeQuestionado se a operação Lava Jato pode impactar o crescimento do país, Meirelles afirmou que, apesar de gerar "preocupação" no curto prazo, há um aumento do nível de confiança nas instituições brasileiras, o que tende a gerar um aumento da confiança com o passar do tempo.
"Existem instituições intenracionais que medem institucionalidade comparado com outros países, como o Banco mundial. O que acontece? Muitas pessoas se surpreendem quando veem isso. O Brasil está relativamente bem colocado e uma das razões é isso: imprensa livre, justiça e Ministério Público independente. Isso aumenta a institucionalização do Brasil, independente de decisões especificas, que fazem parte da democracia", afirmou.
Mudanças na proposta de reforma da PrevidênciaQuestionado sobre novas alterações na proposta de reforma da Previdência, englobando policiais legislativos em uma regra mais benéfica de aposentadoria, o ministro Meirelles afirmou que sua expectativa é de que o limite das mudanças não comprometa mais de 30% da reforma, em termos de impacto nas contas públicas nos próximos 10 anos.
Ele lembrou que, antes do novo parecer do relator Arthur Maia (PPS-BA), divulgado nesta quarta-feira, os cálculos da equipe econômica indicavam perdas de até 24% em dez anos em relação à proposta inicial, do governo, divulgada no fim do ano passado.
"Estamos fazendo os cálculos. E divulgaremos o mais rápido possível. Qualquer mudança que ocorra. Os efeitos calculados até as mudanças efetudas até ontem estavam ainda dentro dos nossos parâmetros. Efeito acumulado em 10 anos de cerca de 24%. Fazendo com que a reforma tenha o efeito fiscal de 76%", declarou ele.
Segundo o ministro, a população vive em uma democracia no Brasil e, por isso, é "normal" que haja alterações no Congresso Nacional. "Acredito que está indo muito bem. Tem que se fazer mesmo essa negociação. Qualquer pais do mundo, a previdência é um assunto que demanda grande debate. O importante é que o benefício fiscal seja substancial para que o país volte a crescer e a criar emprego. O Brasil já está crescendo", disse.
De acordo com ele, a expectativa do governo é de que a reforma seja votada no plenário da Câmara ainda no mês de maio. "Não nos comprometemos com uma semana específica. Existem previsões. Seria na segunda semana dentro do cronograma atual. Quanto mais cedo melhor por uma questão de expectativas da sociedade principalmente para recuperação da economia. No entanto, é importante mencionar que uma, duas, três semanas não vao fazer diferença em uma reforma que deverá durar por umas décadas", concluiu.
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