A aversão ao risco nas bolsas internacionais contaminava o mercado acionário brasileiro nesta segunda-feira (30), com o principal índice da Bovespa em baixa de mais de 2%, pressionado por bancos e ações atreladas a commodities, em um movimento de correção após avançar em 12 dos 19 pregões até agora em 2017, segundo a Reuters.Às 16h08, o Ibovespa caía 2,58%, a 64.328 pontos.

Petrobras recuava mais de 3%, espelhando a fraqueza das cotações internacionais do petróleo diante de indícios de aumento na atividade de sondas de perfuração nos Estados Unidos.

Os bancos Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander também trabalhavam no vermelho. A Vale recuava mais de 4%.

Até a sexta-feira passada, o Ibovespa acumulava valorização de 9,64% no ano. Segundo operadores, investidores aproveitam para embolsar parte dos lucros obtidos desde o começo do ano, em um momento de cautela tanto no Brasil quanto lá fora.

"Há espaço para realizações, mas vamos depender do fluxo de recursos", afirma o economista-chefe da Home Broker Modalmais, Alvaro Bandeira, em nota, segundo a Reuters.

Com os mercados chineses fechados para o feriado do Ano Novo Lunar, as atenções no exterior se voltam para as tensões geopolíticas desencadeadas por decisões tomadas pelo novo presidente norte-americano, Donald Trump, o que reduz o apetite por ativos mais arriscados.

Por aqui, o noticiário político voltou a ganhar peso com a proximidade do fim do recesso do Judiciário e do Congresso Nacional e após a ministra presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, ter homologado nesta manhã as 77 delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht no âmbito da operação Lava Jato.

O Ibovespa fechou em baixa na sexta-feira (27), após quatro dias seguidos de alta - recuou 0,24%, aos 66.033 pontos, após renovar o maior patamar desde março de 2012 na véspera. No acumulado da semana passada, o índice avançou 2,34%.