Economia
Dólar volta a fechar em queda com atuação mais pesada do Banco Central
Moeda dos EUA foi cotada a R$ 3,2002, com recuo de 0,58% frente ao real
O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (19), influenciado pela atuação um pouco mais pesada do Banco Central no mercado de câmbio e por algum fluxo pontual de ingresso de recursos.
A moeda norte-americana caiu 0,58% frente ao real, vendida a R$ 3,2002.
Na semana, o dólar recua 0,66%. No acumulado do ano, moeda perde 1,52%.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h29, alta de 0,32%, a R$ 3,2294Às 10h30, alta de 0,05%, a R$ 3,2207Às 11h30, queda de 0,41%, a R$ 3,2057Às 12h10, queda de 0,47%, a R$ 3,2036Às 13h10, queda de 0,25%, a R$ 3,2107Às 13h49, queda de 0,24%, a R$ 3,2112Às 15h29, queda de 0,43%, a R$ 3,2051Às 15h59, queda de 0,73%, a R$ 3,1954
Intervenção maior do BC
O BC brasileiro anunciou na noite passada aumento na oferta de swap tradicional (equivalente à venda futura de dólares) para 15 mil contratos nesta sessão. Com isso, sinalizou que pretende rolar o estoque total que vence em fevereiro, equivalente a US$ 6,431 bilhões. Até então, o BC vinha vendendo 12 mil contratos swaps por leilão.
Em entrevista a jornalistas, o presidente do Banco Central, Ilan Golfajn, disse que, em princípio, a ideia é mesmo rolar integralmente os vencimentos de fevereiro. "A leitura de que o BC vai rolar integralmente o swap de fevereiro deu leveza à moeda aqui", comentou à Reuters um profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional.
Cenário externo
Mais cedo, a moeda norte-americana chegou a ser negociada em alta diante da sinalização da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, de maiores altas de juros nos Estados Unidos neste ano e com o clima de cautela na véspera da posse do presidente eleito norte-americano, Donald Trump.
Alguns profissionais comentaram também que houve algum fluxo de ingresso de recursos, o que contribuía para o recuo do dólar ante o real, na contramão do exterior.
"Todo o mundo está na expectativa para a posse de Trump. Além disso, a Yellen foi um pouco mais dura do que o encontro do Fed em dezembro", comentou o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer, à Reuters.
Com a economia dos Estados Unidos perto do pleno emprego e a inflação no caminho para o objetivo de 2% do Fed, "faz sentido" para o banco central norte-americano elevar gradualmente as taxas de juros, afirmou na véspera Yellen.
Segundo Yellen, "esperar muito tempo para começar a mover-se em direção à taxa neutra poderia levar a uma surpresa desagradável no caminho, ou muita inflação, instabilidade financeira, ou ambos". "Nesse cenário, poderíamos ser forçados a elevar as taxas de juros rapidamente, o que por sua vez poderia levar a economia a uma nova recessão", acrescentou.
A chegada de Trump ao poder da maior economia do mundo também deixava os mercados atentos, com medo de que sua política econômica seja inflacionária e obrigue o Fed a elevar ainda mais os juros. Se isso se concretizar, recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira, poderiam migrar aos Estados Unidos em busca de mais rendimentos.
Na véspera, o dólar fechou a R$ 3,2190, em alta de 0,20% frente ao real.
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