Economia
Preço da cesta básica cresce acima da inflação em 2016
A mesa do nordestino esteve mais cara em 2016. O valor da cesta básica, calculado a partir da pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em todas as capitais brasileiras, ficou acima da variação do apontador oficial de inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Enquanto o grupo “alimentos e bebidas” do IPCA apresentou crescimento médio de 10,0% no Nordeste, a variação acumulada do custo da cesta básica na Região foi de 20,3%.
Em comparação à média regional de 2015 (+12,6%), o aumento na cesta básica nordestina deve-se principalmente ao crescimento nos preços do feijão (+88,2%), do leite (+33,5%), da banana (+22,5%), do açúcar (+58,4%), da farinha (+32,1%) e da manteiga (+44,0%).
Esses itens representam cerca de 39,8% da cesta básica na nordestina, que encerrou o ano custando R$ 367,09, sendo a de menor valor monetário entre as regiões brasileiras - Norte (R$ 394,24), Centro-Oeste (R$ 417,58), Sul (R$ 434,23) e Sudeste (R$ 441,62).
Capitais
As maiores variações na cesta do Nordeste, em 2016, foram nas capitais Aracaju (+29,6%), Fortaleza (+25,0%) e João Pessoa (+23,1%). Natal (+18,3), Recife (+16,4%) e Salvador (+14,8%) registraram as menores variações.
O preço médio da carne, no ano de 2016 variou entre 3,8% (Natal) e 11,2% (João Pessoa), comparado com o de 2015. Na média do ano, a carne tem a maior participação relativa: de 27,7%. E sua variação foi de 7,2%, apresentando as principais variações, além de João Pessoa, em Fortaleza (+10,8%) e Aracaju (+9,5%).
O feijão, produto que vinha despontando como destaque na formação do processo inflacionário dos alimentos e também da cesta básica, teve seu preço elevado em 88,2%.
Tendência de queda
Apesar do resultado acumulado, observa-se tendência de queda no preço dos alimentos nos últimos quatro meses. No Brasil, o custo da cesta básica declinou 1,9% em dezembro de 2016 em relação ao mês anterior, enquanto o Nordeste apresentou redução média de 2,1%. A variação ficou abaixo dos -0,3% de outubro, mas acima dos -3,4% de novembro.
A redução deve-se principalmente às variações negativas nos preços do feijão (-16,6%), do leite (-4,7%), do tomate (-2,2%) e do pão (-0,4%). As variações positivas mais relevantes ocorreram para a banana (+2,6%) e a farinha (+2,0%).
As informações são do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), órgão de pesquisas do Banco do Nordeste, com base em informações divulgadas Dieese.
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