Economia
Número de beneficiários de planos de saúde cresce em Alagoas
Setor vive momento difícil, porém não foi afetado como em outras determinadas áreas, diz corretor
Em apenas um ano, mais de 164 mil planos de assistência médica, principalmente aqueles oferecidos por empresas a seus funcionários, foram cancelados em todo o Brasil. O motivo está na crise econômica que por conta das demissões, contratos com operadoras do serviço tiveram que ser cancelados.
De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde (ANS) mais de 1 milhão de brasileiros abriram mão do plano de saúde entre março do ano passado e março deste ano, sendo 617 mil somente no primeiro trimestre deste ano. O subsegmento mais impactado foi o de planos coletivos empresarias, devido ao fechamento de vagas formais.
Alagoas está na contramão e o setor registrou aumento de beneficiários no primeiro trimestre deste ano, em planos de assistência médica, sendo 415.230 de janeiro a março, 402.836 em 2015 e 389.068 em 2014, respectivamente. Na capital, Maceió também houve aumento no primeiro trimestre deste ano, 337.758 beneficiaram aderiram ao plano de saúde, 320.676 em 2015 e 295.162 em 2014.
Conforme o corretor de seguros, Jorge Mendonça, os planos empresariais lideram os contratos no Estado, e explica que são mais requisitados por conta dos valores serem menores que dos planos individuais. “O MEI – Micro Empreendedor Individual facilitou a adesão de plano empresa. É fato que existe uma queda na comercialização de planos de saúde, mas é rotativo aqui no Estado, mesmo aqueles que perderam emprego não deixam de ter o serviço de saúde e optam por um de valor mais acessível no bolso”, frisou.
“O mercado está difícil, bem complicado, o número de inadimplentes subiu bastante, mas o setor não deixou de ser valorizado. O pessoal continua procurando por planos de valores menores, como são muitas opções alguns até com rede própria facilita e o consumidor consegue balancear”, salientou.
Para ele todas as linhas de comercialização sentiram o peso da crise econômica brasileira, porém no setor de saúde não foi significativa pelo menos em Alagoas, como em determinadas áreas.
Maria Priscila Rodrigues que estava com o filho recém-nascido no II Centro de Saúde, na Praça da Maravilha, no bairro do Poço, para vacinar, disse que era dependente do pai no plano de saúde empresarial, mas afirmou que se não tivesse o beneficio ‘corria’ para fazer um individual mesmo. “Saúde é prioridade, e hoje em dia temos que ter um plano, porque se for depender do SUS complica”, lamentou.
Atendimento no II Centro de Saúde aumentou
O diretor administrativo do II Centro de Saúde, do qual, a reportagem visitou na manhã desta segunda-feira, Tiago Muniz reforçou que a demanda de atendimento na unidade de saúde aumentou de 1.300 para 1.600 se comparado com o mesmo período do ano anterior.
Segundo ele, de janeiro até abril deste ano já foram registrados cinco mil atendimentos. Em 2015 foram contabilizados 16 mil atendimentos no II Centro.
Silvia Chaim diz que durante 27 anos teve plano de saúde, no entanto depois do valor aumentar e ela perder o emprego teve que recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS). “O atendimento do SUS é péssimo, mas não tenho outra opção, faço até um apelo para as secretarias de saúde para que olhem com mais atenção para os usuários, não somos tratados como humanos”, desabafou.
Silvaneide Araújo que estava na unidade em busca de atendimento, ressaltou que vontade tem de ter um plano de saúde, entretanto por conta das condições financeiras e do desemprego ainda não adquiriu um. “Por mais que as pessoas que têm plano reclame do atendimento, o serviço ainda é melhor do que o oferecido pelo governo federal, estadual e municipal”, comparou. “Quem não tem condições de ter um plano individual vai para o SUS, infelizmente é assim”, destacou.
Dona Francisca Elias que nunca teve plano de saúde por conta da renda baixa lembrou que dois sobrinhos tinham plano de saúde pela empresa, mas foram demitidos e perderam a oportunidade. “Mesmo com a carência eles não conseguiram fazer outro plano individual, os valores são elevados demais para manter”, comentou.
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