Cooperativas

Unicafes/AL faz balanço positivo do cooperativismo

Fundada em fevereiro de 2021, a organização associativa já se tornou um ativo valioso no mercado do cooperativismo alagoano e regional

Por Mário Lima - Especial para a Tribuna 19/12/2022 23h34 - Atualizado em 20/12/2022 14h21
Unicafes/AL faz balanço positivo do cooperativismo
Participantes do Fórum do Cooperativismo comemoram bons números do setor em evento organizado pela Unicafes/AL - Foto: Edilson Omena

A União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária em Alagoas (Unicafes/AL) - a mais nova organização associativa de Alagoas, fundada em fevereiro de 2021 - já se tornou um ‘blue chip’ (ativo valioso), no mercado do cooperativismo alagoano e regional. Em menos de três anos, os agricultores familiares do estado obtiveram grandes conquistas ao longo de suas atividades. Em Alagoas, o setor – de acordo com a Unicafes – tem um faturamento anual projetado em R$ 2 bilhões, com mais de 280 cooperativas atuando em agropecuária, alimentação, consumo, crédito, trabalho e produção de bens e serviços, saúde e transporte. São mais de 40 mil cooperados, gerando mais de 20 mil empregos diretos e beneficiando diariamente cerca de 300 mil pessoas. Do transporte de estudantes à consulta do médico; de usinas de açúcar coletivizada ao microcrédito, o cooperativismo está presente no dia a dia de todos.

A Unicafes também comemora a oportunidade da aproximação de outros setores fundamentais para o cooperativado, como o Governo de Alagoas. A Unicafes marcou sua posição desde o começo da transição política da nova gestão até o encontro, no começo de dezembro, entre representantes da diretoria com governador reeleito Paulo Dantas e a secretária de Planejamento, Gestão e Patrimônio, Renata dos Santos para abrir um novo diálogo sobre o setor. O encontro foi pautado pela criação de medidas que fomentem o setor.

O presidente da Unicafes/AL entrega reinvindicações ao governador Paulo Dantas e à secretária de Planejamento Renata dos Santos (Foto: Divulgação)

As principais demandas do setor entregues ao governador foram escolhidas por 40 cooperativas do setor, e decididas pelos participantes do Fórum do Cooperativismo, realizado antes do encontro. As propostas foram encaminhadas oficialmente à Comissão de Transição de governo após a reunião no Palácio República dos Palmares.

Vem aí... a 2ª Feira Coop

Outro grande desafio da Unicafes/AL para 2023 é garantir a reedição da Feira Coop, um grande sucesso de público e de vendas para as cooperativas, e empresas do setor, que movimentou Maceió no final de setembro passado. A 1ª Feira Coop de Alagoas foi realizada em um grande pavilhão armado na Praça Multieventos, na orla de Pajuçara. O evento teve um movimento médio diário, durante os três dias da feira, de 10 mil pessoas. Mais de 50 cooperativas comemoraram o bom movimento da feira.

Estande da Cooperativa dos Jornalistas e Gráficos do Estado de Alagoas (Jorgraf) movimentou a Feira Coop em uma verdadeira central de comunicação (Foto: Edilson Omena)

Tanto expositores como o público visitante destacam a importância do espaço na divulgação das empresas desse setor cada vez mais importante no estado e no país. Entre os 50 expositores na feira, estavam 11 associações e cooperativas ligadas ao Programa Alagoas Maior: Associação Café na Mesa; Associação Tabuleiro de Dentro; Cooperativa Cooperal; Associação Ascolaço; Associação Asprolimo; Associação das Doceiras e Artesãs de Palmeira dos Índios; Cooperativa Coopcam; Associação Asprobroas; Cooperativa Ecoduvale; Associação Asaup e Associação Dom Helder Câmara.

Unicafes qualifica produção do campo e das cidades

Para mostrar o balanço positivo e as perspectivas dos últimos dois anos, a Unicafes/AL tem se colocado na discussão de temas emergentes, abrindo espaços para que as grandes lideranças do setor conquistem novas oportunidades, mostrando resultados, “como o aumento da qualificação na produção do campo, na agricultura familiar, e nas cidades, com as cooperativas de consumo”, explica o presidente da Unicafes/AL, Antonino Cardozo.

"Somos um setor que contribui na dinâmica de geração de renda, emprego, oportunidades e investimentos. Somos fortes do ponto de vista da participação no crédito, na produção, nos serviços. Olhe que Alagoas tem suas peculiaridades como ganhar um cooperado como a Orquestra Sinfônica de Alagoas, a primeira e única no Brasil a se organizar pelo modelo cooperativista. Temos também a Sicred, com mais de 43 mil cooperativados e uma disponibilização de mais de R$ 1 bilhão de crédito”, assinalou Cardozo (Foto: Edilson Omena)

Ainda de acordo com Cardozo, a Unicafes em Alagoas conseguiu mostrar sua força quando fez a entrega oficial, ao governador reeleito Paulo Dantas, das reivindicações e das possíveis soluções que a parceria com o setor público pode trazer. Na agenda de eventos e das ações mais recentes estão a ampliação do debate social sobre o papel do cooperativismo na economia local, por meio de eventos como o Encontro Alagoano do Cooperativismo (ENCOOPAL). A União das Cooperativas também foi uma das responsáveis pela articulação que assegurou a reativação do Conselho Estadual do Cooperativismo (Conecoop). E fechando o ano de 2022, no final de setembro último, veio a 1ª Feira Coop, um evento de sucesso, que atraiu um grande público e contou com centenas de cooperativas que puderam expor e vender seus produtos.

Na rota da merenda escolar

A entidade também atua na representação política das cooperativas, defendendo o acesso às políticas públicas e à inclusão produtiva. Nesse contexto, ela executa os programas Merenda Legal e o Na Rota da Merenda, que buscam validar a inclusão dos itens da agricultura familiar no cardápio da merenda escolar. O programa vem percorrendo o Estado com palestras para gestores municipais das escolas públicas. O Merenda Legal conta com a parceria do Sebrae Alagoas, da Associação dos Municípios Alagoanos, do Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região e do Instituto Federal de Alagoas. Atualmente, já foram realizadas três edições do projeto. A Federação Unicafes Alagoas possui 34 cooperativas e cerca de 10 mil agricultores registrados com possibilidades de atender ainda melhor o PNAE.

(Foto: Edilson Omena)


Em dois anos, já somos mais de 30 mil cooperados

A Unicafes se tornou a voz da agricultura familiar e da economia solidária do Estado. Pelo último balanço da instituição, somente as cooperativas do segmento agrícola familiar já eram 44 – entre as quais a Coopaiba, CPLA, Pindorama, Coobapi, Cooperal, Coopaz, Cooplal e Coopervales. Juntas as cooperativas representam, atualmente, mais de 30 mil cooperados, com atuação em diferentes setores da agricultura familiar, como a pecuária leiteira, olericultura, produção de raízes, coco, tubérculos e cana. A entidade acaba de lançar o seu próprio sistema de autofinanciamento: o Fundo de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Alagoas, o Funcafes. O fundo promove a sustentabilidade, inovação e mais qualidade para as cooperativas filiadas.

Presidente da Unicafes/AL Antonino Cardozo e Chico da Capeal: lideranças na busca por novos patamares no cooperativismo alagoano (Foto: Edilson Omena)


Unicafes fomenta o cooperativismo brasileiro

A Unicafes/AL faz parte das 21 unidades federadas à Unicafes Brasil, que prestam atendimento e articulação às cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária. A rede de instituições representa parte do cooperativismo solidário nacional, que apoia a agricultura familiar, povos tradicionais, pequenos e médios agricultores, com base no desenvolvimento sustentável nas ações de apoio aos associados e associadas. A Unicafes é uma Organização Não Governamental, que propõe a inclusão social de cooperados e cooperadas, articulando iniciativas econômicas que ampliem as oportunidades de trabalho, de distribuição de renda, de produção de alimentos, de melhorias da qualidade de vida, da preservação da biodiversidade e da diminuição das desigualdades. As associadas da Unicafes estão distribuídas nas cinco regiões do país, totalizando aproximadamente 700 cooperativas.

O Fórum do Cooperativismo em Alagoas, realizado neste mês de dezembro, no Sebrae, formou um documento com sugestões para o novo governo de Alagoas (Foto: Edilson Omena)


Cooperados levam demandas ao novo governo

A União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária em Alagoas (Unicafes/AL) também comemora a oportunidade da aproximação de outros setores fundamentais para o cooperativado, como o Governo de Alagoas. A Unicafes marcou sua posição desde o começo da transição política da nova gestão até o encontro, no começo de dezembro, entre representantes da diretoria com o governador reeleito Paulo Dantas e a secretária Renata dos Santos, do Planejamento, Gestão e Patrimônio, para abrir um novo diálogo sobre o setor. O encontro foi pautado pela criação de medidas que fomentem o cooperativismo.

As principais demandas do setor entregues ao governador foram escolhidas por 40 cooperativas do setor e decididas pelos participantes do Fórum do Cooperativismo, realizado antes do encontro. As propostas foram encaminhadas oficialmente à comissão de transição de governo após a reunião no Palácio República dos Palmares.

A abertura do diálogo com o Executivo, segundo o presidente da Unicafes Alagoas, propõe que o cooperativismo seja incluído entre o conjunto de medidas e soluções socioeconômicas para o desenvolvimento local.

Antonino Cardozo e Adalberon Sá Júnior entregam propostas do cooperativismo à Secretária de Planejamento Renata dos Santos (Foto: Divulgação)

“O sentimento é de esperança para o setor do cooperativismo. O governador Paulo Dantas deixou claro que enxerga o cooperativismo como um setor colaborador pelo qual pode oferecer soluções ao Estado de Alagoas. A reunião foi muito produtiva, e focada no fortalecimento do setor”, descreveu Cardozo.

Conforme informações da Unicafes/AL, entre as demandas apresentadas está a criação de um departamento que possa gerir e acompanhar a formatação de políticas públicas.

Segundo a secretária de Planejamento Renata dos Santos, os números do setor cooperativista já estão sendo estudados. “Recebemos esses apontamentos e sugestões. Trata-se de um setor estabelecido e com potencial. O ideal é reforçar ações na geração de emprego, além do fortalecimento do PIB e do desenvolvimento de Alagoas”, sintetizou.

Cooperativas surgem como opção para acelerar desenvolvimento

Ysley Tenorio

Ascom Unicafes/AL

De alimentos na mesa a crédito no banco o setor do cooperativismo pode ser uma alternativa para acelerar o desenvolvimento econômico e social em Alagoas.

Cooperativas de diferentes ramos estão aproveitando o momento de trabalho da comissão de transição do governo Paulo Dantas para apresentar um pacote de sugestões que podem fortalecer o papel do cooperativismo no Estado, com foco na busca por soluções para problemas econômicos e sociais do Estado.

O cooperativismo, de acordo com lideranças do setor, pode oferecer soluções para o Estado na prestação de serviços, a exemplo de saúde ou transportes.

Outra alternativa é aquisição de produtos, a exemplo de alimentos da merenda escolar ou mesmo para hospitais ou presídios.

Cooperativas de Agricultura Familiar vivem um novo momento no crescimento de sua economia e no trabalho social de segurança alimentar nas escolas (Foto: Edilson Omena)


As cooperativas também podem ajudar no aumento da produção de grãos, fomento ao turismo e até na comercialização de combustíveis com preço menores.

O que mais pode o cooperativismo fazer por Alagoas? Em primeiro de dezembro, o Fórum do Cooperativismo foi palco do debate de propostas para fortalecimento do setor.

O fórum discutiu também como o cooperativismo pode oferecer soluções para fortalecer e acelerar o desenvolvimento econômico e social em Alagoas.

O evento reuniu representantes do setor público e de cooperativas e, após o debate, apresentou o conjunto de propostas para a comissão de transição do Governo do Estado.

Entre os pontos de discussão no fórum esteve a criação de um órgão para tratar exclusivamente no cooperativismo na estrutura da administração pública.

Fórum lança programa “Alagoas Mais Cooperativa”

Com mais de 50 demandas, o Fórum do Cooperativismo em Alagoas, realizado neste mês de dezembro, no Sebrae, formou um documento com sugestões para o fortalecimento fiscal, comercial e de valorização ao setor. Na oportunidade foi lançado o programa “Alagoas Mais Cooperativa”, criado pela Unicafes/AL. Mais de 40 cooperativas estiveram presentes no fórum, que também tratou sobre as soluções que o cooperativismo pode oferecer para o desenvolvimento econômico e social do próximo governo.

Entre as demandas elencadas pelo “Alagoas Mais Cooperativa” está a criação de um órgão ou estrutura específica para gerir e fomentar as políticas públicas estaduais e a garantia de um orçamento do Estado para efetivação de políticas públicas para o setor. O Fórum também pediu a garantia da realização de eventos voltados para o setor como a Feira Coop e o Encontro do Cooperativismo Alagoano (ENCOOPAL).

Entre instituições que marcaram posição estava a Cooperativa dos Jornalistas e Gráficos de Alagoas (Jorgraf). Para o presidente da Jorgraf, José Paulo Gabriel dos Santos, “participar de um fórum tão qualificado é uma oportunidade para que surjam grandes ideias e grandes projetos que possam de fato convergir em desenvolvimento econômico e social com a força crescente do cooperativismo local, regional e nacional”, afirmou Gabriel.

Presidente da Jorgraf José Paulo Gabriel fala do crescimento do cooperativismo e o papel de jornalistas e gráficos na produção de conteúdo (Foto: Edilson Omena)

Também estiveram presentes setores como transporte, agronegócio, crédito, serviços, saúde e imobiliário. Segundo números da Junta Comercial de Alagoas, o setor conta com cerca de 300 cooperativas, que representam mais de três mil empregos, 100 mil cooperados e um ativo de aproximadamente R$ 2 bilhões.

Instituições parceiras do cooperativismo como o Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) também participaram do Fórum e prestaram suas contribuições. O Ifal, representado pela coordenadora de estágio Dilliani Barros, propôs parceria para consultorias e incubações de projetos.

“O cooperativismo já é assunto em sala de aula através da disciplina de empreendedorismo e é parceiro no fornecimento de alimentos. Além disso, abrimos um diálogo para consultorias em negócios e empreendedorismo para o setor”, destacou a coordenadora do Ifal.

Perspectiva

Para 2023, a Unicafes/AL já começou a pensar e consolidar sua agenda de ações e escolha de prioridades, agora em um patamar mais amplo, com a oportunidade de ter os governos de Estado e Federal como parceiros e parte das soluções para vencer desafios, como a combate à fome associado à produção da agricultura familiar.

“Temos soluções, principalmente na produção de alimentos, e estamos pontos para ajudar, tanto nos programas de segurança alimentar, como o próprio desenvolvimento do setor. Nós fomos destaques com o aumento da qualificação na produção de campo da agricultura familiar, do médio agricultor e do grande, como também nas cidades com as cooperativas de consumo. Nosso papel é exatamente criar esses ambientes de diálogo, entre a sociedade e o poder público, por exemplo”, explica Antonino Cardozo.

O próximo ano, segundo o presidente da Unicafes/AL, também terá como prioridade o trabalho de formação para as cooperativas, que será desenvolvido por meio do Programa Nacional de Educação do Cooperativismo Solidário (PECSOL), que foi lançado e será desenvolvido em Alagoas em parceria com a Unicafes Nacional e o Sistema Sescoop. A federação alagoana também vai promover o lançamento do programa Jovem Coop Aprendiz, que vai selecionar quarenta adolescentes ligados ao ambiente cooperativo para estágio nos processos de gestão e governança a partir de fevereiro do ano que vem.

Veja em vídeo balanço das ações da Unicafes/AL - Antonino Cardozo dá entrevista exclusiva para o canal do portal Tribuna Hoje

De acordo com o presidente da Unicafes/AL, em Alagoas, o setor tem um faturamento anual projetado em R$ 2 bilhões, com mais de 280 cooperativas atuando em agropecuária, alimentação, consumo, crédito, trabalho e produção de bens e serviços, saúde e transporte.