Ciência e Tecnologia

Ufal Penedo recebe parte de peixe Mero em tamanho raro para pesquisas

Estudos vão buscar entender crescimento, migração e padrões da espécie que é criticamente ameaçada

Por Ascom Ufal 21/10/2025 02h06 - Atualizado em 21/10/2025 03h04
Ufal Penedo recebe parte de peixe Mero em tamanho raro para pesquisas
Animal, com peso estimado em 200 kg foi encontrado encalhado, já sem vida, no litoral norte da Bahia e, após estudos iniciais, teve a cabeça congelada e encaminhada para a Ufal - Foto: Ascom Ufal

O Laboratório de Ictiologia e Conservação (LIC) da Universidade Federal de Alagoas, sediado na Unidade Educacional de Penedo, acaba de receber um material valioso para pesquisa científica: a cabeça de um peixe Mero, Epinephelus itajara, com 2,1 m de comprimento corporal. O animal, com peso estimado em 200 kg foi encontrado encalhado, já sem vida, no litoral norte da Bahia e, após estudos iniciais, teve a cabeça congelada e encaminhada para a Ufal.

“Os Meros são classificados como criticamente ameaçados de extinção, sendo a pesca ilegal e a degradação de seus habitats as principais ameaças. Como possuem um crescimento lento, vivendo por mais de 40 anos, examinar um peixe com mais de dois metros de comprimento é raro”, destacou o professor Cláudio Sampaio, o Buia.

O peixe foi encontrado no mês de maio, em bom estado de conservação. Os parceiros do Projeto Tamar em Arembepe/Ba comunicaram ao LIC e foram orientados sobre a coleta de dados e de material biológico.

Durante as primeiras análises foi constatado que o estômago estava vazio e não foi possível identificar o sexo do peixe. Já a cabeça, com mais de 30 kg, foi congelada e, cinco meses depois, trazida à Ufal Penedo pelo supervisor de Educação Ambiental do Projeto Meros do Brasil, Tiago Albuquerque, para a realização de novos exames.

De acordo com Sampaio, estagiários e bolsista do LIC e Projeto Meros do Brasil irão coletar tecido muscular para análises genéticas e a extração dos otólitos, que são estruturas localizadas no ouvido interno dos peixes e funcionam como uma espécie de “caixa-preta”, registrando informações ao longo da vida do animal.

“A análise dessas estruturas, compostas por carbonato de cálcio e organizadas em anéis de crescimento é essencial para determinar idade, taxas de crescimento e padrões migratórios da espécie. Após as coletas, a cabeça será taxidermizada para compor exposições e ações de educação ambiental, aproximando a sociedade da importância ecológica e da conservação dessa espécie criticamente ameaçada”, adiantou o professor, que também agradeceu aos coordenadores da base do Projeto Tama em Arembepe, Landis Petersen e Nathalia Berchieri, pelo apoio na viabilidade dessas ações.

“Parcerias como essa, com instituições com grande reconhecimento na pesquisa e conservação marinha, fortalecem não apenas a produção científica e tecnológica, mas também contribuem na melhor formação dos estudantes de graduação e pós-graduação da Ufal Penedo”, reforçou Buia.

Projeto com a Ufal

O Laboratório de Ictiologia e Conservação (LIC) está vinculado aos cursos de graduação em Engenharia de Pesca e Licenciatura em Ciências Biológicas, além do Programa de Pós-graduação em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos (https://www.instagram.com/ppgd...) e o recém-implantado Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais (https://www.instagram.com/ppgc...).

Além das atividades de ensino e extensão, o LIC coordena, em Alagoas, o Projeto Meros do Brasil (https://www.instagram.com/mero...), desenvolvendo ações de pesquisa e educação ambiental nos estados de Alagoas e Sergipe, em parceria com grandes instituições como Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Biota de Conservação, Projeto Corais de Alagoas, Peld APA Costa dos Corais Alagoas e Projeto Tamar.

Confira mais informações em @lic.ufal.penedo - https://www.instagram.com/lic.....