Ciência e Tecnologia
iFood passa a ser totalmente controlado pela Prosus por R$ 9,4 bilhões
Por meio da investidora Movile, holandesa Prosus compra fatia de 33,3% do iFood; gigante do delivery é avaliada em até R$ 28 bilhões
Maior aplicativo de delivery do Brasil, o iFood agora pertence totalmente à holandesa Prosus. Ela comprou 33,3% da empresa e detém 100%. O negócio pode chegar a R$ 9,4 bilhões, avaliando a companhia em até R$ 28 bilhões.
O negócio se dá por meio da Movile, investidora brasileira controlada pela Prosus. A fatia de 33,3% pertencia à acionista minoritária Just Eat Takeaway. A Movile fez seu primeiro aporte no iFood em 2013 e detém o controle da empresa desde 2014.
O acordo prevê o pagamento de 1,5 bilhão de euros em dinheiro (cerca de R$ 7,8 bilhões), mais 300 milhões euros de adicionais (R$ 1,6 bilhão). O adicional depende do desempenho do iFood nos próximos 12 meses. Com essas cifras, a empresa de delivery fica avaliada entre R$ 23 bilhões e R$ 28 bilhões.
A Movile ganhou seu primeiro investimento da Prosus em 2013. Em agosto de 2021, recebeu seu maior aporte na história: R$ 1 bilhão para acelerar o crescimento do iFood e de outras startups do grupo, como a MovilePay.
“Em um ambiente cada vez mais competitivo, o investimento da Movile reforça que seguimos no caminho certo e que estamos fazendo a diferença como empresa brasileira de tecnologia referência em delivery online na global e em impacto no ecossistema”, afirma Fabricio Bloisi, fundador da Movile e CEO do iFood.
iFood domina delivery no Brasil
A empresa tem atualmente 330 mil estabelecimentos parceiros, entre restaurantes e mercados, 200 mil entregadores, mais de 40 milhões de consumidores, 70 milhões de pedidos mensais e presença em 1,7 mil municípios brasileiros.
Além do mercado de delivery de restaurantes, o iFood atua com entrega de compras de mercados e no setor de benefícios, com seu cartão próprio.
O domínio da empresa já foi questionado diversas vezes junto a autoridades regulatórias. Estima-se que ela possui 80% do volume de pedidos de delivery em marketplaces.
Ao deixar o ramo de entregas de refeições prontas, o Uber Eats mencionou, em notificação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), esse fato como uma das razões para a decisão.
Em 2021, o iFood foi proibido de firmar contratos de exclusividade com restaurantes como parte de um processo movido pelo Rappi.
Just Eat reduziu quantia pedida por fatia
A participação minoritária do iFood era da Just Eat Takeaway, empresa holandesa que tem o GrubHub entre suas marcas. A empresa diz ter rejeitado, em 2021, uma proposta de US$ 2,3 bilhões por sua fatia.
No entanto, a companhia teve uma queda de 7% no volume de pedidos no primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano anterior. A redução foi causada pelo corte de gastos dos consumidores por causa da crise.
Com isso, a Just Eat Takeaway se viu obrigada a aceitar uma oferta menor pela participação no iFood. O dinheiro ajudaria no dinheiro para pagar suas dívidas, após uma queda de quase 80% no valor das ações e pressão dos investidores.
Dona do iFood também é acionista da Tencent
Segundo reportagem do Valor Econômico, a Prosus é a subsidiária de investimentos internacionais do grupo Naspers. Seu capital foi aberto em setembro de 2019, e seu valor de mercado atual é de cerca de 132,1 bilhões de euros.
Além da Movile, a Prosus tem investimentos em empresas brasileiras como Creditas, Kovi e OLX. Ela também é a maior acionista da Tencent, empresa chinesa dona do aplicativo de mensagens WeChat e da Riot Games.
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